A vigésima quinta hora, uma obra maior que o seu autor
Administração e Gestão
09/05/2014
A mulher pode ser para o homem, motivo de salvação ou de perdição. Isso vale para a vida real, tanto quanto para a literatura. Na literatura talvez com um pouco mais de ênfase, que na vida real. Mas a regra vale para ambos. Helena com sua beleza iniqualável, foi a perdição de Troia. E Susana foi a perdição de Johann Moritz.
Foi por causa de Susana, que o pobre aldeão foi lançado num campo de concentração, ainda na Romênia e de onde se logrou fugir para a Hungria. Mais em tempo de guerra, a sorte não assenta praça e nem protege a todos de igual modo. Assim Moritz foi descoberto e deportado para a Alemanha, de volta ao serviço pesado. Ali pernaneceu no cativeiro até ser libertado por um oficial alemão, pois sua tez branca, fazia dele, um belo exemplar da raça ariana. Livre foi trabalhar então, com os oficiais da SS, até o fim da Guerra. Mas como desgraça pouca é bobagem, após a guerra, Moritz foi torturado por soldados Russos, por ter prestado serviço aos soldados inimigos, no caso os alemães.
Moritz e Susana, são personagens do livro, A Vigésima Quinta Hora, escrito pelo romeno Constantin Virgil Gheorghiu. O autor do livro, assim como o seu personagem Johann Moritz, sofreu na prisão durante a Segunda Guerra Mundial, Virgil não chegou a ser enviado a um campo de concentração, mas passou o resto de sua vida, exilado na França, onde publicou o seu livro.
A Vigésima Quinta Hora, como obra literária é maior, bem maior que o seu criador. Os dramas de Johann Moritz e Susana, foi transformada em filme, com o mesmo sucesso que o livro.
Independente do sucesso do livro, o drama de Johann Moritz parece não ter fim, mesmo após a guerra, Moritz, é olhado com desconfiança, visto como um inimigo, e onde quer que ele ia, naquele mundo caótico de pós guerra, tinha que fugir apressado, ou sair de fininho para não voltar para a prisão.
Johann Moritz, nada fez, nem mesmo era judeu. Seu único pecado foi se casar com uma mulher bonita, Susana, que caiu nas graças de um capitão da SS, que para ficar com Susana, mesmo que a força, tinha que ter o caminho livre. E Moritz era o impecilho para que ele alcançasse o seu objetivo.
Constantin Virgil Gheorghiu, após ser libertado da prisão, na Romênia, onde escreveu o livro A Vigésima Quinta Hora, mudou-se para a França, onde morreu. Até a sua morte, o seu best seller, não tinha sido publicado na Romênia. Coisas da Vida.
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por Jose de Jesus Curado
José de jesus curado, goiano de Corumbá de Goiás, é poeta, cronista, professor aposentado. Ultimamente tem contribuído com jornais e sites. José de Jesus Curado, foi professor de geografia, e história da rede publica de Goiás e Distrito Federal.
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