Não se isole da sua equipe

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Não se isole da sua equipe

Administração e Gestão

08/10/2014

Em determinados momentos o profissional olha para todos os ângulos e pode deparar-se com uma realidade nada aprazível: “O que está acontecendo comigo? Não sou mais convidado para almoçar pelos meus colegas. Quando acontece alguma comemoração, nunca me convidam e se o fazem, não sempre é na última hora. Quando há alguma novidade, ninguém chega para comentar comigo. Meus colegas que antes paravam para conversar comigo, agora, só dão um bom dia apressado. Nada é como antes. Ou será que eu mudei?”.


Infelizmente, muitos profissionais vivenciam situações semelhantes e até mesmo mais complicadas, quando chegam ao ambiente de trabalho. No entanto, o motivo desse problema, desse isolamento que se criou em torno da pessoa pode ser comparado a um copo d’água que foi enchendo aos poucos e transbordou. Com a correria do dia a dia, muitas pessoas deixam determinados fatores interferirem no seu comportamento e o reflexo surge quando seus pares o evitam. Vejamos agora, algumas dicas de como a pessoa pode agir diante de um fato similar e voltar a interagir com a equipe.


1 – Isso pode parecer bobagem para muitas pessoas, mas não é nada agradável dar um “Bom dia” a alguém e aquela pessoa não corresponder ao seu cumprimento. Lógico que não é todo dia que se está disposto a mostrar toda a sua “arcada dentária”, mas quando se ignora repetidas vezes a saudação de alguém, é provável que na próxima vez seu colega prefira baixar a cabeça e não dar uma só palavra.


2 – Se alguém tem o habito de cumprimentá-lo, não espere apenas que a pessoa tome a iniciativa. Mostre receptividade e, garanto, dar um “Bom dia!” ou um “Olá! Tudo bem?”, não fará mal algum. Pode ser que naquela determinada manhã, seu colega esteja com algum problema pessoal e está tão preocupado que nem se deu conta de que passou por você.


3 – É muito comum que as pessoas vivam um ritmo cada vez mais acelerado e há até mesmo quem prefira não sair do trabalho para almoçar, pois trouxe algo leve para substituir uma refeição e ganhar tempo. Por esse motivo, se alguém o convidar para almoçar e não seja possível acompanhá-lo, agradeça. Mas também, apresente um argumento simpático e como “Hoje, estou de dieta. Exagerei muito no final de semana. Almoçamos numa próxima oportunidade”.


4 – “João, você pode me dar uma opinião sobre esse e- mail que formulei para um novo cliente?”. “O quê?”, nem pensar e pare de ser preguiçoso. Se alguém pede a sua ajuda e você mostra que sua receptividade é “zero”, as chances do seu colega de trabalho procurá-lo para pedir ajuda também será “zero”. Lembre-se que um dia, você também poderá precisar de ajuda. Por essa razão, caso esteja muito ocupado, uma boa alternativa é responder: “vejo contigo, daqui a pouco. Pode ser?”


5 – Quando for atender aquela pessoa que solicitou a sua ajuda, seja discreto. Para ensinar algo a uma colega de trabalho não precisa tocar “trombones”, para mostrar a todos que você salvou aquele profissional e fazer uma bobagem, cometer um erro. E ao apresentar a sugestão, mostre-se aberto para a troca de ideias. São incontáveis os casos de duas pessoas que possuem opiniões diferentes, mas quando sentam para conversar sobre o assunto, chegam a um consenso totalmente diferente do que poderiam imaginar. Tenha sempre em mente que o aprendizado é mútuo.


6 – Caso você seja considerado o mais experiente da equipe, não significa que é o dono da verdade. Quando participar de alguma reunião, por exemplo, antes de expressar sua opinião, saiba ouvir o que a outra parte tem a dizer. Espere o colega terminar a apresentação e coloque mostre seus questionamentos co respeito ao trabalho do outro. Quem escuta o que os outros falam, tem mais chances de apresentar argumentos plausíveis para novas propostas.


7- Cada pessoa tem um jeito próprio de lidar com seus objetos pessoais, inclusive no ambiente de trabalho. Isso faz com que alguns teoricamente sejam organizados e outros nem tanto. Quando se está na correria, é possível que precisemos pegar uma caneta, uma tesoura emprestada, mas o colega da mesa ao lado esta no atendimento a um cliente e vai demorar. Caso realmente precise do objeto dele, depois de usar devolva e agradeça. O respeito ao espaço do outros é fundamental para um bom convívio.


8 – Ninguém mais conversa com você? Por quê? Faça essa pergunta a você mesmo e veja se você tem sido receptivo às conversas que surgem no dia a dia. Para um pai que vê seu filho aprender a andar é uma felicidade e nada mais natural do que compartilhar essa alegria com alguém. Imagine a cena: “João, meu filhinho aprendeu a andar sozinho!”. “ E eu com isso?”. Uma resposta dessas nem merece comentários. Reveja as respostas que você tem dado aos seus colegas, para assuntos que são de extrema importância para eles.


9 – Sempre ouvi a seguinte frase: “ Gosto não se discute”. Caso algum colega chegue ao trabalho com um visual novo e diferente daquele que você estava habituado a ver, não estimule uma “saudação de choque” do tipo: “O que aconteceu com você?”. “Confesso que já aconteceu com você?”. Confesso que aconteceu comigo: tentei mudar a cor dos meus cabelos e ao invés de conseguir um tom mais claro, fiquei com uma mancha em tom roxo bem no centro da cabeça. Na segunda-feira, um dos meus colegas chegou e me olhou desconfiado. Comecei a rir e perguntei se ele tinha visto algo diferente. Educadamente, disse que notou que eu estava um pouco diferente e comecei a rir. Confessei: “Está horrível... Errei o om da tinta e tenho que esperar em semana para não ter queda de cabelos”. Ele sorriu e suspirou aliviado.


10 – Queda de paradigmas não se faz da noite para o dia. Independentemente de geração que você pertença, é preciso saber conviver com pessoas que possuem visões diferenciadas das suas. Hoje, as organizações valorizam a diversidade como ponto de partida para a disseminação do conhecimento e o estimulo à criatividade. Se seu líder é bem mais novo do que você ou vice-versa, por que criar barreiras apenas porque no final de semana alguém adora ir a um pagode agitadíssimo e você prefere um passeio com a família? O que importa mesmo é como vocês administram o relacionamento na empresa e compartilham conquistas e fracassos na rotina do trabalho.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Leandro Reis Bottura

por Leandro Reis Bottura

Leandro Bottura, Bacharel em Administração de Empresas, com Formação em Psicologia e em Comunicação Social, atua em Recursos Humanos há 11 anos. Atualmente é Gestor de Recursos Humanos de um conceituado Grupo de agências de Publicidade e Propaganda. Com pós graduação em Docência no Ensino Superior e Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental, é colunista de alguns sites corporativos e RH.

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