Marketing Político, Partidário, Eleitoral, Governamental, tudo junto e misturado
Qual a função do marketing político no cenário brasileiro?
Administração e Gestão
19/11/2014
Neste final de semana teremos o resultado final das eleições 2014. Ganhe quem ganhar, uma parcela da vitória vai para os marketeiros políticos, mais conhecidos como assessores dos candidatos.
Assim foi em campanhas anteriores, quando se descobriu que o marketing também podia ser usado neste viés. Tem-se como referência, no Brasil, a campanha de Adhemar de Barros a governador do Estado de SP em 1947 como a primeira que usou técnicas promocionais, mudando definitivamente o modelo eleitoral daí em diante. (*)
O estudo do Marketing Político é de certa forma recente, apesar de sua existência remontar à Grécia antiga, na formação das polis.
As inter-relações entre estes “marketings” ficam bem claras neste gráfico (*)
Sem entrar em detalhes técnicos, o que importa aqui e hoje é como este emaranhado de ações está sendo praticado neste país.
Como falar, o que falar, que dados apresentar ou sob que ângulo demonstrá-los faz a diferença na visão e na opinião dos eleitores. Postura, palavreados, menções, expressões, apoiadores, depoimentos e claro, campanhas publicitárias nas mais diversas mídias incrementam o grande balaio das eleições.
Separando o joio do trigo, pois sinceramente usar o horário político gratuito não é de forma alguma local para palhaçadas, brincadeiras de mau gosto, candidatos com nomes alusivos a terroristas, personagens de ficção ou de artistas conhecidos. Usar também do fato de ser uma pessoa pública ( sem propostas) não é um caminho aceitável para ser candidato a cargos públicos, mas infelizmente é o que ocorre no país e pior são eleitos.
Voltando a questão do marketing, me parece inapropriado que marketeiros estejam mais preocupados em eleger seus clientes do que o que eles realmente pretendem fazer, se eleitos. Marketing deve ter princípios, da mesma forma que agências optam por não anunciar bebidas, cigarros, governos e candidatos, entre outras restrições. As que aceitam devem primar pela verdade, pela propaganda honesta, calcada em valores e nas qualidades e programas dos candidatos e não no vale tudo. Se o fazem são cúmplices, parceiros, responsáveis pelo que fazem. Seria o mesmo que vender soluções que não funcionam, remédios que não curam, carros que não andam, roupas que usam mão de obra escrava, produtos que poluem, ou seja, inverdades, enganação ou no mínimo antiéticos.
“O vale tudo” não é aceito quando se pode prejudicar consumidores, quando o pensamento e a ação são baseados em: “depois a gente vê”, “se não der encontramos uma desculpa”. Vender sem ser correto é enganar o consumidor e consequentemente ser corresponsável por isso, ou será que eles nada têm a ver com tudo isto?
Este tempo já passou, as agências de publicidade e o marketing são responsáveis pelo que vendem, pois devem conhecer o produto e o cliente, pesquisar a concorrência, entender os diferenciais, não é a toa que a maioria não mete a mão nesta e em outras arapucas, seja por princípios seja por falta de clareza ou de licitude! A população também mudou, está mais esclarecida, mais exigente, mais crítica e antenada.
De qualquer forma, fazer marketing político não é crime, desde que honesto e pertinente! Nem o marketing governamental, desde que a mensagem seja relevante e em prol do cidadão e não usando dinheiro público para se auto-elogiar. Muita coisa ainda está muito errada neste quesito.
Neste momento específico o que merece atenção é o marketing eleitoreiro com objetivos imediatistas, que nem sempre prima pela veracidade dos fatos ou que se preocupa mais em atacar os concorrentes do que apresentar programas de governo.
Não é isto que nós cidadãos queremos, queremos clareza, verdades, propostas, projetos concretos, compromissos e claro, resultados!
Então vamos juntos fazer uma reflexão crítica: você acha que o uso do marketing político, na sua forma mais ampla, é politicamente correto?
Parece até redundância... Mas eu tenho cá minhas dúvidas!
E você?
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
por Poranga Miranda
Há mais de 20 anos na área de marketing, com ênfase no setor de serviços e larga experiência no setor de educação. Compartilhar conhecimento é a forma mais lúdica de crescimento profissional. O marketing, para mim, é um instrumento para que as empresas se tornem conhecidas e reconhecidas. Criei o Blog Comunicaê com o intuito de propor reflexões aos estudantes e novos profissionais de marketing.
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