Planejamento Estratégico: Uma ferramenta imprescindível no Setor Público

Planejamento Estratégico se constitui uma ferramenta de grande relevância
Planejamento Estratégico se constitui uma ferramenta de grande relevância

Administração e Gestão

12/09/2015

O Planejamento Estratégico se constitui uma ferramenta de grande relevância no contexto organizacional, pois ele torna substancialmente as atividades de determinada organização mais eficiente e prática.


Segundo Oliveira (1999, p, 46) apud Branco et al, “o planejamento estratégico é conceituado como um processo que possibilita ao executivo estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa, com vistas a obter um nível de otimização na relação da empresa com o seu ambiente”.


Para Rezende (2008), “O planejamento estratégico da organização é um processo dinâmico, sistêmico, coletivo, participativo e contínuo para determinação dos objetivos, estratégia e ações da organização”. Nota-se que um dos objetivos do planejamento estratégico é “concentrar e direcionar as forças internas que existe, levando em consideração os seus membros numa mesma direção, ou seja, todos caminham em busca de resultados satisfatórios”.


O planejamento estratégico deve ser praticado no setor público, visto que os esforços são concentrados para se alcançar os objetivos da organização e consequentemente o aumento na qualidade dos serviços prestados à população.


É importante ressaltar que as mudanças ocorrentes no cenário Brasileiro nos últimos 10 anos, devem ser levadas em consideração, pois o setor saúde sofreu um forte impacto em toda a sua estrutura. Logo, urge a necessidade de vários ajustes na sua operacionalização.


“Segundo Salazar (2012), o planejamento é um processo ‘que permite uma organização estabelecer um direcionamento a ser seguido” e busca dessa forma dar uma resposta positiva aos seus usuários, melhorando a interação da organização com o ambiente externo.


Chiavenato (2012) apresenta cinco características que são fundamentais no Planejamento Estratégico, são elas: o planejamento estratégico trabalha numa perspectiva de futuro, considerando as mudanças que ocorrem continuamente no ambiente; deve ser compreendido de forma sistêmica; é um processo de construção de consenso; remete a ideia de aprendizagem organizacional; e se apoia em três pontos essenciais: visão do futuro, os fatores ambientais externos e fatores internos.


Corroborando com o pensamento de VASCONCELOS (1982) apud Almeida, o planejamento estratégico se configura como um “processo contínuo e sistemático de olhar para fora e para frente da organização, traçando rumos para o futuro, e enfrentando riscos e incertezas”. Sendo assim, ele proporciona benefícios gigantescos as organizações, visto que, diante de uma série de mudanças que ocorrem constantemente no contexto político, social e econômico, ele garante a permanência e continuidade da empresa no contexto organizacional.


Segundo Branco et al (2010), os gestores “planejam por quatro razões, pois o planejamento dá direção, reduz o impacto da mudança, minimiza o desperdício e a redundância e fixa os padrões para facilitar o controle”. Observa-se assim, inúmeras vantagens nesse sentido, pois o planejamento estratégico proporciona a integração ideal de todas as funções existentes no ambiente interno, refletindo positivamente no ambiente externo.

Branco et al (2010), também apresenta as etapas que constitui o planejamento estratégico, visto que ele possui diversas fases que precisam ser cuidadosamente analisadas. As etapas são as seguintes: “diagnóstico estratégico, formulação da estratégia, desdobramento dos objetivos estratégicos em um plano de ação, divulgação da estratégia e implementação da estratégia”. Portanto, é de suma importância a organização considerar essas fases para atingir as metas propostas.


Percebe-se que, as organizações públicas necessitam urgente de um direcionamento mais definido de suas ações, para atender os seus usuários de forma coerente, ou seja, de acordo com os princípios estabelecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).


De acordo com ALMEIDA, “o planejamento estratégico é importante para as instituições governamentais porque, apesar de não possuírem fins lucrativos, os recursos disponíveis são limitados e determinantes do tamanho das despesas”. Sendo assim, é preciso planejar cuidadosamente e ver como esses recursos serão alocados. A fim de atender da melhor maneira possível, aos anseios da população.


O planejamento estratégico situacional pregado por Carlos Matus traz um enfoque crítico do planejamento governamental tradicional, ou seja, ele apresenta uma proposta que deve ser levado em consideração, “o caráter situacional (situação do ator que planeja) e estratégico que deveria possuir o planejamento, em especial aquele necessário para lidar com as particularidades do Estado latino-americano”. (DAGNINO p.85,86). 2009.


Nesse contexto, verifica-se que é importante reconhecer o alto nível de complexidade que envolve o planejamento, onde se deve conhecer através do diagnóstico, a viabilidade dos projetos e das ações propostas no plano e certificar-se que essas ações para serem colocadas em prática dependem da articulação realizada e do compromisso firmado pela força de trabalho. (RIVERA; ARTMANN 1999).


Sendo assim o diagnóstico como sendo de grande relevância para formulação do projeto, precisa de alguns elementos para a sua construção. DAGNINO 2009, faz uma observação nesse sentido, onde diz:

Cada “realidade” é percebida de modo distinto dependendo do ponto de observação (valores, interesses, experiências prévias etc.) do ator que planeja (ou, simplesmente, observa). Uma mesma realidade pode ser percebida de modo diferente dependendo do como está situado um observador específico; quais são seus interesses e seus objetivos.


Sendo assim, para uma organização pública atender satisfatoriamente os seus usuários, é essencial construir um plano bem alinhado com a realidade local, visto que, quando não se observa esse detalhe, o projeto fica bastante comprometido, não atingindo os objetivos propostos.


A implantação do planejamento estratégico no setor público assume um papel de grande relevância no contexto organizacional, visto que, segundo OLIVEIRA, 2004 apud DALLABONA,

O propósito do planejamento é definido por um conjunto de variáveis previamente determinadas onde se definirá a situação da instituição e avaliará futuras decisões para que então a instituição possa tomar atitudes mais rápidas, coerentes e eficientes. O propósito do planejamento pode ser definido como o desenvolvimento de processos, técnicas e atitudes administrativas, as quais proporcionam uma situação viável de avaliar as implicações futuras de decisões presentes em função dos objetivos empresariais que facilitarão a tomada de decisão no futuro, de modo mais rápido, coerente, eficiente e eficaz.

Por sua vez, é imprescindível o uso dessa tão poderosa ferramenta nas organizações, visto que ele viabiliza as ações desenvolvidas pelo órgão público, dando celeridade nos processos, melhorando a canalização dos esforços, e assim alcançar os objetivos determinados inicialmente na construção do plano.


2.2- A importância de gestores capacitados no setor público e seu papel como atores centrais do espaço onde ocorre o Planejamento Estratégico Governamental

“Administrar é dirigir uma organização (grupo de indivíduos com um objetivo comum associado mediante uma entidade pública ou privado) utilizando técnicas de gestão para que alcance seus objetivos de forma eficiente, eficaz e com responsabilidade social e ambiental”. DAGNINO (2009).


A capacitação técnica e atitudinal de quem exerce a gestão de uma organização é de fundamental importância, visto que o gestor influencia a equipe que lidera a fim de, atingir os objetivos organizacionais. Sabe-se que, o líder alcança as metas traçadas no planejamento através de técnicas de gestão e de pessoas que ele coordena. LACONBE (2003) apud DAGNINO (2009).


Nesse contexto, a capacitação do gestor público é um passo extremamente importante no cenário brasileiro, visto que a dinâmica que envolve a nossa realidade é bastante complexo e passivo de mudanças constantes em sua conjuntura. Vale lembrar que, esse profissional estratégico, tem um trabalho totalmente voltado para atender os interesses da população.


Segundo FERRI et al (2010), apresenta essas mudanças como um grande desafio para todos os atores envolvidos no processo. Nesse sentido ela faz a seguinte colocação:

A construção de um espaço com esta visão, de acompanhar as mudanças em curso na sociedade e refletir sobre as adaptações necessárias a serem feitas na administração pública é um desafio de todos nós e também uma garantia de que o setor público não ficará mais estagnados, enclausurado em si mesmo, sem perceber as mudanças que estão ocorrendo fora dele e que demandam mudanças na própria administração pública, para que os Governos possam atender as demandas da população com eficiência e eficácia.


Através da abordagem acima citada, a capacitação dos gestores nesse cenário tão mutável, é de fundamental importância, pois o bom andamento do setor público depende de pessoas preparadas para exercer com excelência a sua nobre missão.
“Diante do exposto, fica evidente a tamanha necessidade de capacitar gestores públicos, onde ele” deve possuir uma capacitação intelectual e moral para exercê-lo que o diferencie dos demais membros da organização e atuar como líder. DAGNINO (2009).


Para CARVALHO (1995), sobre a importância da capacidade do gestor no contexto público, escreve:

Pressupõe a capacidade de perseguir o bem comum, posiciona-se eticamente e fazer acordo e parcerias, sem esquecer o interesse público. No momento atual, essa habilidade se torna por demais importante, tendo em vista a complexidade das relações e os sistemas difusos e latentes que permeiam a sociedade e se refletem no interior das organizações.
Sendo assim, a atuação de gestores públicos é indispensável para melhorar a qualidade dos serviços oferecidos à população, principalmente na área da saúde, que possui as suas peculiaridades no cenário brasileiro. Veja a abordagem de SILVA E SERRALVO, (2009):

A saúde pública e parte integrante do sistema de saúde e a definição das funções essenciais apoiam-se no conceito de saúde pública como uma ação coletiva do Estado e da Sociedade Civil para proteger e melhorar a saúde dos indivíduos e das comunidades. E uma noção que ultrapassa as intervenções de base populacionais ou comunitárias e que inclui a responsabilidade de garantir o acesso a cuidados de saúde de qualidade.


Diante do cenário de grandes mudanças ao qual estamos vivenciando, urge a necessidade de gestores bem capacitados, que realmente tenha discernimento para interpretar as reais necessidades da população e transformá-la em serviços públicos com alto grau de excelência. Por essa razão CARNEIRO (2010), faz a seguinte colocação:

É neste contexto que se fundamenta a necessidade de transformar nossas instituições públicas em sistemas eficazes que, suportados por uma visão de futuro, com uma filosofia plena de valores e uma clara definição de seu propósito, permitam encontrar respostas satisfatórias.



Portanto, é imprescindível a inserção de gestores preparados e bem capacitados na gestão pública Brasileira para assumir tão grande desafio na conjuntura atual, onde os entraves ainda perduram na condução da saúde pública do nosso país.


2-3- A promoção da saúde através da educação e conscientização da população

É indiscutível a importância dos processos educativos e da conscientização na promoção da saúde pública, visto que, a educação fortalece as ações de prevenção de doenças e conduz o indivíduo a prática salutar em sua vida cotidiana. De fato, a educação tem o poder de transformar paulatinamente a sociedade, visto que o ser humano é um ser que se adapta facilmente ao ambiente ao qual está inserido.


Segundo Costa et al (2008), as “ações educativas podem visar à sensibilização e\ ou a conscientização sobre algum problema de saúde, ou ações que possam evitar o surgimento de males à clientela”. Sendo assim, vale lembrar que trabalhar com medidas preventivas no que se refere à saúde pública é promover o bem estar da população, além de evitar o agravamento de doenças no contexto social.
Quando a comunidade é incentivada a aderir práticas saudáveis de vida, os impactos causados por doenças endêmicas são minimizados. É essencial a articulação da saúde na atuação de Campanhas, palestras, distribuição de panfletos, visando a conscientização da população na promoção da saúde.


De modo geral, os profissionais de saúde, devido a sua inserção nos serviços de saúde, mantém de certa forma um vínculo significativo com a população. Sendo assim, a aceitação das orientações das medidas preventiva ganha maior aceitação, e consequentemente provocam efeito positivo no âmbito social.


A escola se configura como um espaço ideal para se trabalhar a promoção da saúde. É importante, nesse sentido, a parceria saúde e educação, visto que “a escola e espaço essencial para o desenvolvimento do conhecimento partilhado e para integração da comunidade”. COSTA, SILVA e DINIZ (2008) apud (OLIVEIRA; BUENO, 1997). Logo, os atores envolvidos nesse processo de ensino-aprendizagem, se configuram como multiplicadores do conhecimento, ou seja, a promoção da saúde ganha notabilidade através dessa ferramenta imprescindível na disseminação de informações necessárias para a saúde da coletividade.


Sendo assim, é de vital importância envolver a população nesse contexto, pois propicia no indivíduo uma mudança paulatina dos hábitos e costumes, moldando o seu comportamento. Por essa razão a participação da população é imprescindível nesse processo, visto que, a promoção da saúde é construída a partir de práticas corretas de saúde por meio do vínculo estabelecido entre os profissionais de saúde e a população.


2-4- Trabalho em equipe: um arranjo de interação entre os profissionais de saúde

Diante da complexidade que envolve a saúde pública no cenário Brasileiro, percebe-se a necessidade da construção de equipes para o desempenho de suas atividades e com isso atender melhor os anseios da população. Neste contexto, o trabalho em equipe ganha importância, pois um trabalho desenvolvido por uma equipe bem articulada aumenta de forma significativa os resultados. Veja o que diz Costa et al(2008):

“O trabalho em equipe multiprofissional é considerado um pressuposto orientador para a reorganização do processo de trabalho nos serviços de saúde com vista a transformações nas formas de agir sobre os fatores que interferem no processo saúde-doença da população a partir de uma maior interação entre os profissionais e as ações que desenvolvem”.


O trabalho em equipe é uma ferramenta indispensável no âmbito da saúde, pois as atividades que são desenvolvidas por uma equipe multiprofissional, onde os seus componentes precisam está interagindo mutuamente a fim contribuir de forma efetiva no desenvolvimento das ações em saúde.


Contudo, os órgãos de saúde enfrentam diversos desafios em seu dia a dia, e muitos desses problemas surgem a partir de decisões individuais, ou seja, sem a devida representação do grupo. É por isso que Costa et al (2008) destaca:

“O trabalho em equipe se caracteriza como um dos pilares na reorganização da atenção à saúde no âmbito dos serviços do Sistema Único de Saúde(SUS) voltada a projetos assistenciais mais integrais e resolutivos, capazes de provocar mudança nos processos de trabalho e nas formas de atuar sobre a complexidade dos fatores intervenientes no processo saúde-doença da população”.


Por sua vez, quando se adota o trabalho em equipe, a comunicação entre os membros aumenta de forma significativa e consequentemente a “articulação das ações e da interação entre os agentes”. COSTA et al (2008). Sendo assim, é extremamente importante o incentivo do trabalho em equipe no enfrentamento das doenças que atinge a nossa população. Essa modalidade tem provocado uma mudança bastante significativa no contexto organizacional, principalmente no setor público que tem vivenciado nos últimos anos grandes crises conjunturais.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


José Benildo Miranda da Silva

por José Benildo Miranda da Silva

Com Graduação em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Alagoas- UFAL; Especialista em Docência do Ensino Superior pela Faculdade de Ensino Regional Alternativa- FERA; Pós- Graduado em Gestão Pública pela Universidade Federal de Alagoas- UFAL; Funcionário Público;

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