Sustentabilidade e educação ambiental no ensino das ciências naturais
Ensino de ciências naturais nas escolas
Biologia
30/04/2015
As questões relacionadas ao ensino de ciências naturais nas escolas vêm despertando bastante interesse nos últimos anos. Pesquisas e a produção de trabalhos científicos na área são significantes, mas pouca tem sido a atenção dada ao ensino da biologia e da ciência nas escolas.
As relações da sociedade com o meio ambiente estão muito ligadas à cultura na qual esta sujeita. A dificuldade do encontro de soluções aos problemas socioambientais pode mudar hábitos, desenvolver consciência, preservar a cultura e reeducar, mas estas não são tarefas fáceis e sim bastante complexas apesar de serem essenciais à preservação da qualidade de vida do planeta.
Levando em consideração todos os problemas ambientais existentes, acredita-se que a Educação Ambiental em todas as esferas da sociedade é um ponto de partida para a tão necessária “nova visão de mundo”. Para isso é de grande importância que existam profissionais capacitados para transmitir conhecimento de uma maneira que se esteja ligado aos acontecimentos internos e externos e tendo os conteúdos em uma linguagem fácil e lógica.
De fato, quando avaliamos o ensino de ciências (Biologia, Química, Física e Matemática); é notável que o perfil de trabalho de sala de aula nessas disciplinas está rigorosamente marcado pelo conteudismo, excessiva exigência de memorização de algoritmos e terminologias, descontextualização e ausência de articulação com as demais disciplinas do currículo.
Portanto acredita-se que o Movimento Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) dentro do currículo de Ciências Naturais poderá estimular a tomada de atitudes pelo aluno, levando-o a participar da Sociedade contemporânea no sentido de busca de alternativas para a aplicação da Ciência e da Tecnologia.
Mudar o enfoque para o conhecimento tecnológico abre a possibilidade de questionar o real valor do conhecimento científico para o progresso da humanidade, ressaltando que no mundo contemporâneo as relações entre ciência e tecnologia ganharam uma enorme proximidade, chegando-se à quase impossibilidade de separá-las na prática.
Em linhas gerais, o movimento CTS enfatiza a construção de conhecimentos que estejam associados a pensamentos e a atitudes que tenham por foco fundamental a compreensão das implicações relacionada às interações que se estabelecem entre ciência e tecnologia no meio social.
A Educação Ambiental surge no Brasil muito antes da sua institucionalização no governo federal. Temos a existência de um persistente movimento conservacionista até o início dos anos 70, quando ocorre a emergência das questões ambientais que se une às lutas pelas liberdades democráticas, manifestada através da ação isolada de professores, estudantes e escolas, por meio de pequenas ações de organizações da sociedade civil, com atividades educacionais voltadas a ações para recuperação, conservação e melhoria do meio ambiente.
Outro instrumento bem significativo e de importância para a educação ambiental, é a agenda 21, documento gerado a partir da Rio -92, podendo ser implantado em sala de aula, através de reflexões, levando o aluno cidadão a adotar uma postura pro ativa em relação ou mundo futuro que pretende viver.
A sustentabilidade do planeta é pauta de discussões em vários campos da sociedade certamente, em virtude das relações estabelecidas entre o ser humano e a natureza, notadamente no que diz respeito ao consumo, à exploração e à alteração de ambientes e sistemas naturais.
A sustentabilidade e a educação ambiental, apesar de ser fundamental para formar cidadãos conscientes; atualmente se restringe apenas a conceitos como aquecimento global, desmatamentos da mata atlântica, deixando uma vaga ideia de que tais problemas estão distantes de ser uma questão “in loco” e que as pesquisas sobre a temática ambiental estão distantes de entendimentos e conceitos a serem aplicados em sala de aula.
Professores encontram dificuldades em contextualizar conceitos, ficando de mãos atadas perante as dificuldades do ensino no nosso país: salas com grande número de alunos, falta de laboratórios e equipamentos, desmotivação e principalmente a falta de interesse de toda a comunidade escolar diante do propósito de pensar localmente e agir globalmente.
No contexto escolar é necessário ao aluno não somente estar ciente da problemática ambiental, mas argumentar, entender e elaborar soluções; nisto consiste uma educação científica.
No campo de ensino de ciências naturais as orientações CTS constituem importante instrumento para a edificação da noção de sustentabilidade, cuja perspectiva insere-se na formação de cidadãos com sensibilidade para as questões sociais, ambientais, econômicas, culturais, entre outras, que cotidianamente a sociedade enfrenta.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
por Michele Cristina Ribeiro
Michele Cristina Ribeiro, técnica ambiental pela ETEC Dr. Carolino da Motta e Silva, licenciada em Ciências habilitação Biologia das Faculdades Integradas Maria Imaculada Mogi Guaçu/SP.
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