16/01/2016
Na natureza observamos diversos tipos de relações entre os seres vivos e o meio em que habitam, podendo ser tanto benéficas quanto prejudiciais. Os insetos também atuam com o meio onde habitam e desempenham diversos papeis ecológico com o meio e com o ambiente, e diversos estudos comprovam a importância dos insetos e de sua diversidade (AZEVEDO et al, 2008; COSTA, 2005; DA CUNHA, 2011) .
Tradicionalmente os insetos são relacionados como transmissores de doenças (CONFALONIERI, 2005), e também como causadores das doenças agrícolas, porem a contribuição de sociedade que vivemos certamente não seria a mesma sem a presença dos insetos em nosso meio, pois eles desenvolvem um importante papel nos ecossistemas e contribuem para o equilíbrio ecológico (WINK, 2005).
Atualmente a pressão sobre os ecossistemas para a exploração antrópica tem gerado grandes impactos sobre os recursos naturais, com isto estudos sobre como mensurar estes impactos cada vez mais recentes estão à procura por seres vivos que possam ser indicadores da qualidade ambiental. Estima-se que os seres humanos têm transformado em torno de um terço a metade da área do planeta, fato que ocorre de forma crescente desde a revolução industrial (VITOUSEK et al., 1997).
Os insetos são os mais importantes bioindicadores, pelo fato de serem um grupo diverso em numero de espécies, e também por serem fáceis de serem amostrados (WINK et al., 2005). A diversidade das espécies de insetos em um determinado local pode determinar o seu nível de qualidade ambiental. Freitas (2006) diz que os insetos são os seres vivos de maior ocorrência em ambientes florestais, sendo que o numero das espécies e famílias diminuem com o aumento da antropização do ambiente.
Os insetos bioindicadores são uma ferramenta no processo de monitoração de áreas degradadas (LEIVAS; CARNEIRO, 2012). Goulart e Callisto (2003) em um estudo sobre qualidade da água classificou os macroinvertebrados em três grupos, os organismos sensíveis, organismos tolerantes e organismos resistentes evidenciando sua importância como bioindicadores.
A preservação da comunidade de plantas e também de outros animais também é um papel importante desempenhado pelos insetos na natureza, devido principalmente a atividade polinizadora. A polinização representa um importante fator de produção de diversas culturas por todo o mundo (DA SILVA; PINHEIRO, 2007), e insetos como a abelha, vespas, borboletas, pulgões e mosquitos são essenciais neste processo, estando entre os principais animais polinizadores segundo Couto (2006). Moreti et al, (1996) em estudo envolvendo o cultivo de girassóis obteve um significativo aumento de produção de semente devido a visita de insetos polinizadores quando comparados com cultivos que não tiveram influência de polinizadores.
Outra importante contribuição dos insetos se deve a sua participação no controle biológico, principalmente no momento atual onde as técnicas tradicionais estão sendo repensada devido a ação poluente dos pesticidas no controle de doenças tornando esta técnica (controle biológico) uma boa alternativa para controlar este problema (NAVA, 2007).
Referências Bibliográficas:
AZEVEDO, R. C. et al. O gradiente de nutrientes no solo gerado pela presença de cupinzeiros cria um gradiente de biomassa vegetal. Anais do PPG–Ecologia e Evolução, UFG, p. 20-24, 2008.
COSTA, Gabriel Corrêa. Importância de cupins na dieta e diversidade de lagartos em áreas de Cerrado. Tese de Doutorado. Dissertação de Mestrado, Departamento de Ecologia, Universidade de Brasília. 2005.
DA CUNHA, H. F. Distribuição espacial de cupinzeiros epígeos de pastagem no município de Iporá-GO, Brasil. 2011.
CONFALONIERI, U. E. C. Saúde na Amazônia: um modelo conceitual para a análise de paisagens e doenças. Estudos Avançados, v. 19, n. 53, p. 221-236, 2005.
WINK, C. et al. Insetos edáficos como indicadores da qualidade ambiental. Revista de Ciências Agroveterinárias, v. 4, n. 1, p. 60-71, 2005.
VITOUSEK, P. M., MOONEY, H. A., LUBCHENCO, J.,; ELILLO, J. M. Human domination of Earth's ecosystems. Science, 277(5325), 494499. 1997.
FREITAS, A. V. L. et al. Insetos como indicadores de conservação da paisagem. Biologia da Conservação. Rio de Janeiro, Editora da UERJ, p. 201-225, 2006.
LEIVAS, F. W. T.; CARNEIRO, E. Utilizando os hexápodes (Arthropoda, Hexapoda) como bioindicadores na Biologia da Conservação: Avanços e perspectivas. Estudos de biologia, v. 34, n. 83, p. 203-213, 2012.
GOULART, M.; CALLISTO, Marcos. Bioindicadores de qualidade de água como ferramenta em estudos de impacto ambiental. Revista da FAPAM, v. 2, n. 1, p. 156-164, 2003.
DA SILVA, A. L. G.; PINHEIRO, M. C. B. Biologia floral e da polinização de quatro espécies de Eugenia L.(Myrtaceae). Acta bot. bras, v. 21, n. 1, p. 235-247, 2007.
COUTO, R.H.N.; COUTO L.A., Apicultura: Manejo e Produtos. Jaboticabal, FUNEP, 193p. 2006.
MORETI, AC De CC et al. Aumento na produção de sementes de girassol (Helianthus annuus) pela ação de insetos polinizadores. Scientia agrícola, v. 53, n. 2-3, p. 280-284, 1996.
NAVA, D. E. Controle biológico de insetos-praga em frutíferas de clima temperado: uma opção viável, mas desafiadora. Embrapa Clima Temperado, 2007.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
Possuo graduação em licenciatura em Ciências Biológicas pela Faculdade de Ciências e Tecnologia de Campos Gerais - FACICA, Cursando Técnico em Análises Clínicas pelo IF - Sul de Minas campus Muzambinho e também Pós-graduação em Educação especial e Neuropsicopedagogia pela Universidade Cândido Mendes - UCAM.
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