Renda na intermediação financeira

Remuneração dos agentes
Remuneração dos agentes

Contabilidade e Finanças

12/04/2013

O conceito de renda está diretamente relacionado ao nosso dia a dia e às diversas transações financeiras que estabelecemos, mesmo que muitas vezes, num primeiro momento, não tenhamos a consciência desperta para isso. Toda remuneração dos agentes econômicos, ou seja, daqueles que participam ativamente do processo produtivo de uma economia é denominada como renda, conforme destaca Assaf Neto (2005).

As rendas representam a remuneração dos agentes que participam, de alguma forma, do processo produtivo de uma economia. São, essencialmente, receitas em dinheiro compensatórias de serviços prestados, como salários recebidos, juros sobre capital emprestado, lucros sobre capital investido, e assim por diante. (ASSAF NETO, 2005, p. 28)

Como se vê, portanto, a renda é o pagamento decorrente de alguma contribuição que os agentes econômicos dão ao processo produtivo de uma sociedade, independente dessa contribuição ser em forma de prestação de serviços, venda de produtos tangíveis ou até mesmo concessão de capital, como forma de investimento. Sua relevância para a sociedade é significativa, visto o ciclo positivo ou negativo que pode proporcionar, à medida que os agentes econômicos possuem renda ou deixam de tê-la.

Para melhor visualizar o contexto de ciclo positivo proporcionado pela renda, basta observar o cotidiano. As pessoas e as organizações assumem, em determinados momentos, o papel de consumidores e, conforme possuem renda, consomem produtos que são desenvolvidos por outras pessoas e organizações, gerando assim rendas para esses outros, que por sua vez irão consumir de outros, sucessivamente, estabelecendo assim um ciclo benéfico de geração de renda.

Já num contexto oposto, em que as rendas declinam ou até mesmo tornam-se escassas, as pessoas e organizações reduzem seus consumos, proporcionando às sociedades econômicas um verdadeiro desafio, pois a redução da renda dos agentes econômicos impacta de forma negativa sobre as rendas dos municípios, dos Estados e países, diminuindo-as e comprometendo a capacidade de investimento, produção e desenvolvimento destes.
E é exatamente em função desse contexto que se vê uma preocupação contínua com relação a taxas de desemprego, índices de inadimplência e poupança, entre outros, pois eles exercem impactos diretos sobre as rendas, tanto dos indivíduos quanto das nações.

A renda de uma nação é constituída pela somatória das rendas de seus agentes econômicos, o que indica que se as rendas destes estiverem em baixa, a da nação a qual eles pertencem também estará e vice-versa. Essa renda pode ainda ser classificada em três tipos distintos, que são: renda interna, renda nacional e renda líquida do exterior.

Por renda interna de um país considera-se, conforme Assaf Neto (2005), o conjunto de todas as rendas geradas no interior deste país, em um determinado período de tempo, que normalmente é de um ano. Já, se você acrescentar a essa renda aquelas que os moradores de um país obtêm com atividades fora do seu território, ela passa a ser classificada como renda nacional, ou seja, aquela que inclui toda renda gerada no interior do país acrescida das obtidas pelos seus agentes com atividades no exterior.

Agora, se você observar a movimentação de valores que ocorre entre os países e o que efetivamente fica em seus territórios, você chegará ao conceito de renda líquida do exterior, que nada mais é do que a diferença entre o valor enviado ao exterior e o valor recebido por um país, conforme destaca Assaf Neto (2005).

Perceba que a relação entre balança comercial e renda líquida do exterior é uma relação direta, visto que uma balança comercial de saldo positivo implica em uma renda líquida do exterior positiva, caso contrário o país passa a ter uma situação negativa e deixa de ter renda líquida positiva, enviando mais valores ao exterior do que recebendo.

Uma renda líquida do exterior negativa é, segundo Assaf Neto (2005), uma realidade muito comum em países que se encontram em desenvolvimento, pois estes costumam depender de capital e tecnologia estrangeira para fomentar seu desenvolvimento, levando naturalmente ao envio de rendas ao exterior.

Além do conceito de renda aplicado às nações, também há a sua aplicação às pessoas, afinal, a renda das nações é resultante da somatória dos agentes econômicos, inclusive pessoas.

A renda das pessoas, também denominada renda pessoal, é aquela que lhes é efetivamente transferida, “[...] calculada deduzindo-se da renda nacional os lucros retidos pelas empresas, contribuições e benefícios previdenciários, imposto de renda sobre as pessoas jurídicas, etc.” (ASSAF NETO, 2005, p. 29), ou seja, somente o que, de fato, fica às pessoas físicas, decorrentes do processo produtivo.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Colunista Portal - Educação

por Colunista Portal - Educação

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