Nos primeiros tempos da humanidade havia apenas o senso coletivo em tribos primitivas.
Contabilidade e Finanças
19/11/2013
Nos primeiros tempos da humanidade havia apenas o senso coletivo em tribos primitivas. O estabelecimento de um habitat permitiu a organização da agricultura e do pastoreio, mas com o passar dos anos surgiu às divisões e o senso de propriedade, em que cada pessoa criava sua riqueza individual.
Ao morrer, o legado deixado por esta pessoa não era dissolvido, mas passado como herança aos filhos ou parentes, assim essa herança recebida denominava-se patrimônio. O termo passou a ser utilizado para quaisquer valores, mesmo que estes não tivessem sido herdados.
A origem da contabilidade está ligada a necessidade de registros do comércio. Há indícios que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. Mas essa prática não era somente deles, e sim exercida nas principais cidades da antiguidade. A atividade de troca e venda dos comerciantes requeria o acompanhamento das variações de seus bens quando cada transação era efetuada. Na época as trocas e vendas eram feitas com registros simples, mas as cobranças de impostos já eram feitas com escritas, embora rudimentares.
Naquela época ainda não existia os créditos, pois essas trocas, compras e vendas eram feitas somente à vista. Posteriormente, empregavam-se ramos de árvore assinalados como prova de dívida ou quitação. Mas com o desenvolvimento do papiro (papel) e do cálamo (pena de escrever) no Egito antigo facilitou extraordinariamente o registro de informações sobre negócios.
Assim, à medida que as operações econômicas se tornavam complexas, o seu controle passou a ser muito importante. As escritas governamentais da República Romana (200 a.C.) já traziam receitas de caixa classificadas em rendas e lucros, as despesas compreendidas nos itens salários, perdas e diversões. No período medieval, muitas inovações na contabilidade foram introduzidas por governos locais e pela igreja. Mas foi somente na Itália que surgiu o termo Contabilitá.
A obra do Frei Luca Paccioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu na Toscana, no século XV, marcou o início da fase moderna da Contabilidade. Essa obra sistematizou a contabilidade e abriu precedentes para que novas obras pudessem ser escritas sobre o assunto.
A formalização da contabilidade ocorreu na Itália, pois foi neste período que se instaurou a mercantilização sendo as cidades italianas os principais interpostos do comércio mundial.
Pois foi a Itália o primeiro país a fazer restrições à prática da contabilidade por um indivíduo qualquer, o governo reconhecia como contadores somente as pessoas qualificadas para o exercício da profissão.
Aqui no Brasil, com a vinda da Família Real Portuguesa incrementou a atividade colonial, exigindo, devido ao aumento dos gastos públicos e também da renda nos Estados, um melhor aparato fiscal. Constituindo-se o Erário Régio ou o Tesouro Nacional e Público, juntamente com o Banco do Brasil (1808). As Tesourarias de Fazenda nas províncias eram compostas por um inspetor, um contador e um procurador fiscal, que eram responsáveis por toda à arrecadação, distribuição e administração financeira e fiscal.
Conforme Slomski (2007), contabilidade pode ser dividida em dois períodos: o da contabilidade primitiva e o da moderna contemporânea.
- Contabilidade primitiva: este período é entendido como o que vai dos primórdios até o ano de 1202 da era cristã. Slomski (2007, p. 3) descreve que Francisco D`Áuria, em seus Primeiros princípios de contabilidade pura (1949) relata:
Os primeiros núcleos humanos organizaram-se em sociedade e estabeleceram normas de viver em conjunto; estabeleceram-se comunicações entre os agrupamentos; criou-se a medida das coisas e o seu valor na troca; apareceu a moeda e o crédito; formou-se o fato econômico.
Com isso, verifica-se que as formas de medir, controlar e a contabilidade nasceram há milênios e formam uma parceria indispensável para a gestão das empresas.
O controle interno surgiu da necessidade das empresas controlar seus ativos, passivos, despesas e receitas.
Por meio do controle interno as pessoas começaram a ter controle do que realmente ganhavam e gastavam.
- Contabilidade moderna contemporânea: Segundo Slomski (2007), a aritmética foi fundamental para esse período. Leonardo Pisano, “o Fibonacci”, no ano de 1202, com seu Líber Abaci ou Livro de Ábaco introduz no ocidente o sistema numérico indo-arábico de zero a nove, tendo nesse período quase três séculos de atraso em comparação ao oriente.
Não era um livro que tratava apenas de teoria, mas sim ilustrou outras possibilidades que envolviam a contabilidade comercial, tais como a margem de lucro, o câmbio de moedas, conversões de pesos e medidas e até cálculo de pagamento de juros, (SLOMSKI, 2007).
No ano de 1299, a Igreja considerou heresia o emprego do sistema numérico arábico, sendo sua utilização banida em Florença. Vale ressaltar que este sistema substituía os sistemas hebraicos, gregos e romanos e atraía adeptos italianos e do resto da Europa (SLOMSKI, 2007).
Nos séculos XIII e XIV em diversos centros de comércio no norte da Itália começaram a surgir sistemas de escrituração por partidas dobradas, sendo constatado o primeiro registro de um deles completo, relatando o ano de 1340 nos arquivos municipais da cidade de Gênova, Itália, (HENDRIKSEN; VANBREDA, 1999 apud SLOMSKI, 2007).
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por Colunista Portal - Finanças e Areas Afins
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