Mercado imobiliário e número de moradias

A forte expansão econômica alavancada pelo aumento das linhas de crédito
A forte expansão econômica alavancada pelo aumento das linhas de crédito

Contabilidade e Finanças

14/03/2014

Apesar de o Brasil atravessar, em 2008, forte expansão econômica alavancada pelo aumento das linhas de crédito, nosso país ainda tem uma dívida social muito grande no quesito moradia.

Observe estes dados:

Número de Moradias


Segundo reportagem publicada em fevereiro de 2008, no jornal Folha de São Paulo, o Brasil precisa de 27,7 milhões de moradias até 2020, número apurado na Fundação Getúlio Vargas (FGV), a qual ratifica que esse é o número necessário para atender o crescimento das famílias, eliminar o deficit habitacional e substituir cortiços e favelas por projetos de moradia planejada. Segundo fonte do próprio Governo Federal - Ministério das Cidades -, cerca de 40% dos recursos necessários para atender à demanda têm de sair dos governos.

No estudo da FGV Projetos, elaborado para o Sindicato da Indústria da Construção Civil Paulista (SindusCon-SP), constam discussões pertinentes ao Plano Nacional de Habitação (PlanHab). Dentre algumas estimativas, a FGV prevê que, em 2020, o país terá 21,1 milhões de novas famílias. Em 2007, o Brasil contava com 59,1 milhões de famílias.

O cálculo prevê eliminar as 2,431 milhões de moradias habitadas por duas ou mais famílias e as 3,548 milhões de moradias inadequadas, como as favelas – PNAD/2006 (IBGE). Na avaliação da Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, o país precisa construir, até 2023, cerca de 27 milhões de novas moradias, só para atender ao crescimento das famílias, sem considerar o deficit habitacional.

Números atualizados em 2007 revelam que cerca de 1,6 milhão de moradias são construídas por ano no país. Esta cifra é insuficiente, sendo necessário subir para 2 milhões de unidades anuais, para atender a demanda habitacional que está por vir, e eliminar as moradias inadequadas.

Das 27,7 milhões de novas residências, 70% a 75% precisam ser destinadas ao atendimento das famílias com renda familiar de até dez salários mínimos, já que essa faixa de renda é a mais carente de habitação e é a que mais cresce.

Do total das novas moradias construídas em 2007, as quais totalizaram 1,6 milhão, 350 mil contaram com recursos do governo ou do FGTS. Para zerar o deficit habitacional atual, estimado em 8 milhões de unidades, serão necessários investimentos de R$ 360 bilhões, ao custo de R$ 45 mil por imóvel.

Se o governo brasileiro, em todas as suas esferas – federal, estadual e municipal – diminuir a carga tributária, para os agentes da cadeia envolvidos não apenas na construção civil, mas em todos os segmentos relacionados, desde materiais, prestadores de serviço, agentes financeiros e imobiliários, com certeza, mais rapidamente, aceleraria a redução do deficit habitacional.

Observe estes dados:


Análise e Previsão dos Números de Moradia.

Analistas mencionam que, aproximadamente 35% do custo de uma habitação são formados por impostos, dificultando o acesso à moradia para as famílias mais pobres. A importância do investimento em habitação amplia-se para o crescimento global da economia. Apenas a expansão de prazos e de crédito contribui para a redução de 15% a 20% do deficit habitacional do país.

Nos sete primeiros anos da década de 2000, a média anual de moradias financiadas foi da ordem de 30 mil unidades. Projeta-se a ampliação destes financiamentos para 400 mil unidades anuais nos próximos dez anos.

Confirma-se o esforço governamental, apesar de ser insuficiente, através das atividades da CEF, pela ampliação do financiamento à população de menor poder aquisitivo. Em 2006, 72% dos recursos aplicados foram direcionados às famílias com renda até cinco salários mínimos. Em 2007, esse percentual subiu para 82%.

O financiamento da casa própria, com recursos da poupança, atingiu R$ 1,63 bilhão em janeiro de 2008, com crescimento de 131,31% em relação ao mesmo período de 2007. O volume de empréstimos habitacionais, feitos nos 12 meses terminados em janeiro de 2008, superou R$ 19,2 bilhões, com crescimento de 100,7% em relação aos 12 meses de 2007.

Em quantidade de financiamentos pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), o número de janeiro atingiu de 17.111, superando em 96,7% o do mesmo mês de 2007. Com esse resultado, elevou-se para 204.312 o número de unidades financiadas nos últimos 12 meses, contra 116.386 unidades financiadas nos 12 meses anteriores, até janeiro de 2007.

Quanto à captação líquida (depósitos menos saques), as cadernetas de poupança registraram R$ 23 milhões em janeiro. Em anos anteriores, janeiro se caracterizava pela captação negativa, em decorrência dos gastos das famílias (educação, IPVA, IPTU, férias). Em janeiro de 2007, por exemplo, foi registrada a saída de recursos da ordem de R$ 604 milhões.

Para 2008, a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (ABECIP) projeta que os financiamentos, para a casa própria, feitos com recursos da poupança atinjam R$ 25 bilhões.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Colunista Portal - Finanças e Areas Afins

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