Transmissão de preços de café entre mercado físico e futuro
Tem muitas figuras importantes que precisam ser incorporadas
Contabilidade e Finanças
28/04/2014
O preço do café dependente da oferta, por ter a produção oscilante, devido a um conjunto de fatores que influencia esta o reflexo é observado muitas vezes na quantidade ofertada no mercado, assim à escassez ou mesmo o excesso desta tem como reflexo grande volatilidade na formação do preço no mercado, aumentando o risco associado à comercialização de café, visando uma maior cobertura de riscos se buscou nos contratos futuros meios de minimizar as oscilações de preços como ferramenta de administrar os riscos.
Utilizando o modelo de Black e Scholes permitiu criar cenários via cálculo das volatilidades de preços possibilitando aumentar os esforços para entender a dinâmica de formação de preços entre estes mercados. Desta forma concluiu-se que os contratos com vencimentos em março e dezembro apresentaram maior grau de risco para efetivação dos contratos visto que estes também apresentaram maiores variações diárias nos preços, sendo esta volatilidade influenciada principalmente pela quantidade ofertada, culminando assim em maior volatilidade na formação destes, visto que este se encontram no inicio de uma nova safra e no máximo da entre safra.
Como os demais produtos agrícolas o café, tem a produção oscilante e formação do preço dependente da oferta do produto ao consumidor Manfio, (2005). A iminência de escassez no atacado ou no varejo gera picos de preços, sendo esses picos refletidos, imediatamente, para trás na cadeia tendo reflexos semelhantes nos três setores, de produção, atacado e varejo. Essas variações de preços proporcionam efeitos indesejáveis tanto para o produtor quanto ao consumidor.
Com o aumento dos retornos dos ativos, em nível mundial, mais recursos foram colocados na compra de contratos futuros de algumas commodities tais como café. Em consequência, principalmente, a partir dos anos 2000, as oscilações de preços do café passaram a fundamentar- se ainda mais no mercado futuro e a sua utilização como ferramenta de administração de risco tornou-se requisito fundamental a participantes do mercado cafeeiro.
Com a maior volatilidade dos juros e do câmbio, derivativos financeiros foram criados e difundidos, mundialmente, com a finalidade de cobertura de riscos e o risco associado à comercialização de café incentivou a criação de um mecanismo de proteção à formação de preço.
Para Saes et all (2006), a formação do preço depende muito da oferta do produto nas regiões consumidoras. Qualquer iminência de escassez no atacado ou no varejo altera os patamares, gerando picos de preços. Criar cenários via cálculo das volatilidades de preços é uma forma de aumentar os esforços para entender a dinâmica de formação de preços entre estes mercados.
O produtor se apresenta com pouco conhecimento do funcionamento do mercado e seus mecanismos de comercialização a seu dispor, deste modo nessa pesquisa buscou-se, então estimar as volatilidade das cotações futuras e a dos preços de café no mercado à vista; verificar se a variação das cotações futuras influência a formação dos preços no mercado à vista, e quais variáveis mais influencias nesta variação entre os mercados e o quanto dessa variação se transmite ao preço à vista de forma a contribuir para a busca de ações concretas na comercialização do café.
Revisão de literatura
O café e uma commodity assim como os demais produtos agrícolas têm como característica principal a produção oscilante, para Silva (2008), a formação do preço depende muito da oferta do produto nas regiões consumidoras ocasionando fortes oscilações de preço. Nessas características do ciclo produtivo do café, um dos grandes empecilhos enfrentado pelos agentes se concentra na bianualidade gerando altas expectativas em relação aos preços futuros da commodity. Mesquita (2000) avalia que volatilidade do café possui, como elemento desestabilizaste visto a grande instabilidade da oferta agravada pelos fatores climáticos. Neste ambiente que se forma diariamente as cotações baseadas em níveis significativos e limitados de informações.
A transmissão de preços demonstra os mecanismos de sua evolução pelos canais de comercialização, podendo vir a generalizar a impressão de que os intermediários e comerciantes possuem a capacidade de repassar as elevações de preços em maior proporção, elevando seu nível e sua estabilidade Barros (1990) apud Arêdes (2009).
Coelho (2000) salienta que existem diversos fatores que influenciam os preços agrícolas, mas os principais são as variações da demanda interna e externa, o nível de produção condicionado a fatores climáticos e por fim o nível de comercialização, este que causam grandes riscos a cadeia.
Os mercados de produtos agroindustriais sofrem grandes influencia de vários fatores que muitas vezes limitam a capacidade de oferta, logo acabam por observar grandes oscilações nos preços, para melhor entender estas variações deste ao longo de certo tempo esta variabilidade é o que se conhece por volatilidade, que pode ser usado como parâmetro de análise destes mercados. Fisher Black e Miron Scholes visando estudar este comportamento dos preços de opções de mercados futuros.
Modelo Analítico
Modelo de Black e Scholes (V)
Para realizar o presente trabalho a metodologia a ser empregada foi; Volatilidade segundo o modelo de Black e Scholes (V); a utilização destes modelos é indicada pelos embasamentos ferramentais estatística em sua constituição eliminando a subjetividade às suas interpretações facilitando sua utilização como ferramenta para realização de testes empíricos.
O modelo de Black e Scholes: σ =
Onde, , , sendo:
M = média aritmética, N = número de observações, xi = i-ésima observação, P i = preço ao fim de cada intervalo e Ln = logaritmo neperiano.
Análise técnica (MACD)
A análises técnica (MACD) consisti no uso de três Médias Móveis Exponenciais, uma de curto e outra de longo prazo sobre uma Aritmética (MMA). A terceira média deu origem ao sinalizador do qual foi deduzido o histograma.
A análise MACD ilustra o fluxo dos preços, a partir de uma consistência de possibilidades de ocorrência e consiste no uso de Médias Móveis Exponenciais (MME), no qual uma refere-se ao preço do ativo de curto e outra de longo prazo e uma terceira utilizada sobre a MACD para gerar um sinalizador com a função de possibilitar a identificação dos pontos de compra e venda.
A MMA incide na soma dos preços observados durante o período (n) analisado dividido pelo tamanho do período segundo á formula:
Em que n = número de dias na MMA e que Phoje – i = último preço de fechamento defasado em i dias.
A MME é uma média móvel que atribui um peso que cresce exponencialmente do preço mais antigo ao preço mais recente e é calculada pela fórmula:
Em que n = número de dias utilizados na MME e , Phoje = último preço de fechamento verificado e MME ontem = Média móvel exponencial verificada um dia antes de P hoje. Caso o preço mantenha sua trajetória, as duas médias irão apresentar um comportamento divergente, ou seja, a diferença de valor entre estas irá aumentar até que comece uma inversão de tendência e então, as médias voltem a convergir novamente no prazo para gerar o valor do MACD.
O MACD é calculado subtraindo o valor da MME de longo prazo (normalmente utiliza-se como referencia 22 dias) da de curto prazo (nove dias). Assim, quando o valor do MACD passar de negativo para positivo é sinal de que o ativo está se valorizando no curto prazo e vice-versa. O cruzamento das médias pode não sinalizar corretamente uma reversão de tendência, visando aprimorar esta técnica, Appel (1979) aplicou uma média móvel sobre o próprio MACD dando origem ao SINALIZADOR cuja função é identificar com maior precisão os pontos de reversão de uma tendência.
Os cálculos do MACD e do SINALIZADOR são obtidos pelas respectivas equações:
Deste modo busca-se através do MACD retratar a conformidade do mercado no curto prazo e através do SINALIZADOR o consenso de longo prazo, indicando os pontos de compra quando o valor do MACD superar o valor do SINALIZADOR e o inverso para pontos de vendas.
Histograma MACD
O cálculo do Histograma permite uma melhor visualização da diferença entre o MACD e o SINALIZADOR vindo auxiliar a tomada de decisão no mercado. Na construção do gráfico de análise técnica o sinalizador assume o formato de gráfico de barras e quando estas estão acima de zero e se aproximam deste indica que a tendência de alta está perdendo força, e em sentido oposto que a tendência de queda esta perdendo força. O cálculo é obtido por:
Caso o MACD seja maior que zero tem-se que a média exponencial de curto prazo é maior que a de longo prazo, expressando as expectativas favoráveis para alta, caso menor que zero representa expectativas de baixa, a relação entre MACD e linha zero permite utilizar esta técnica para expressar tendências deste modo para os valores do MACD, SINALIZADOR e do HISTOGRAMA tem-se as seguinte equações:
,
H
Resultados
Os dados são séries de preços diários compreendendo o período de janeiro a dezembro de 2011. As cotações diárias dos contratos na bolsa de Nova York foram obtidas no Portal de Café do Escritório Carvalhães corretora de café e os preços no mercado físico no site do Centro do Comercio de Café de Minas Gerais. Utilizou-se o software de análise EVIEWS 5.0 da quantitative Micro Software para as principais análises estatísticas, para analisar os mecanismos de transmissão das cotações futuras.
O desvio-padrão é aceito pela teoria das finanças como meio de quantificar o risco do mercado, logo os meses de maio e dezembro são os meses que os contratos futuros dispõem de maior risco. A assimetria retratar a forma de distribuição dos dados, à média é menor que a mediana e coeficiente diferente de zero com presença de assimetria à direita ou positiva apresentando agrupamento de volatilidade (tab.1).
Tabela 1- Distribuição descritiva dos preços nos mercado físico e para os contratos futuros e seus diferentes meses de vencimentos.
Físico
Março
Maio
Julho
Setembro
Dezembro
Media
488,28
563,83
532,15
568,42
551,66
546,79
Mediana
496,00
570,17
541,51
570,13
552,41
549,20
Maximo
542,00
644,91
633,67
649,84
653,23
652,14
Mínimo
404,00
511,47
406,37
511,47
440,50
398,46
Desvio-padrão
32,07
34,11
52,22
33,13
46,39
49,07
Assimetria
2,65
1,93
2,95
2,02
2,32
3,68
Probabilidade
0,000002
0,27
0,07
0,03
0,11
0,000015
O desvio-padrão é aceito pela teoria das finanças como meio de quantificar o grau de risco que é empreendido ao mercado, de tal modo que os contratos futuro negociados no mês de maio visto que se tem inicio uma nova safra é o que apresenta o risco entre os dois mercados.
Volatilidade e formação dos preços.
Quanto mais o preço de uma ação varia num período curto de tempo, maior o risco de se ganhar ou perder dinheiro negociando esta ação, e, por isso, a volatilidade é uma medida de risco. Como se pode observar na tabela 2 para os agentes que negociarem contratos futuros com vencimentos em maio e dezembro no qual se tem inicio de uma nova safra e no qual se encontra a máxima da entre safra o risco tanto de perda e ganho são maximizados visto que a volatilidade dos preços neste respectivos meses são muito acentuadas frente aos demais meses de negociação de contratos futuros
Tabela 2 – Diagnóstico das volatilidades no mercado físico e para os meses de vencimento de contratos futuros para o ano de 2011.
Mercado/ Volatilidade
Diária
Mensal
Anual
Físico
1,87%
2,24%
29,70%
Futuro Março
1,87%
2,13%
29,66%
Futuro Maio
10,91%
11,17%
173,19%
Futuro Julho
2,36%
2,52%
37,49%
Futuro setembro
4,46%
12,92%
83,62%
Futuro Dezembro
7,68%
22,26%
123,23%
A baixa produção, a crescente demanda mundial e a conseqüente queda dos estoques tanto nos países produtores quanto nos consumidores impulsionaram os preços do café, ao longo de 2011, tanto no Brasil quanto no mercado internacional. Também, o café natural brasileiro foi mais procurado pelo mercado internacional devido à dificuldade de obtenção de grãos suaves da Colômbia e da América Central.
Basicamente, o preço no mercado físico para determinada commodity é o preço futuro ajustado por variáveis, como frete, manuseio, armazenamento e qualidade, bem como a oferta e a demanda locais. A diferença de preço entre o físico e o futuro pode ser insignificante, ou expressiva, sendo que a variação nem sempre acontece na mesma proporção, para formação dos preços no mercado físico segue-se a variação nas cotações nos meses de vencimentos, como explicito na equação a seguir.
Onde PV e o preço no mercado a vista, e o PF é o preço estipulado do contrato futuro. Os preços à vista do café arábica cresceram 0,6%, no ano. As cotações futuras médias dos contratos com vencimentos de março e maio apresentaram crescimento, mas as de vencimento a partir de julho de 2011 até os de dezembro de 2012 decresceram no mercado de Nova York.
Pode-se observar uma variação nos coeficientes para formação do preço no mercado á vista, uma vez que os coeficientes dos meses de março e maio são negativos visto que estes mês representam o inicio de uma nova safra. Deste modo os agentes que detém o produto são levados a se desfazerem do produto que se encontra em armazéns para dar lugar à nova safra, como são considerados produtos sem grande qualidade, tendem a perder valor de mercado estimulando a variação dos preços o que a volatilidade visa medir esta medida de dispersão dos retornos de um título ou índice de mercado.
As cotações do café dos contratos futuros, em todos os vencimentos, foram maiores do que os preços à vista até novembro de 2011, mas tornaram-se menores em dezembro.
Os preços do café à vista tiveram aumento diário nos meses de janeiro, fevereiro, março, abril, agosto e novembro de 2011 e diminuíram nos outros meses do ano. Os preços à vista e as cotações futuras tiveram relação direta e tendência crescente em janeiro, fevereiro, maio, junho, novembro e relação inversa em março, abril julho, setembro, outubro e dezembro a variação diária dos preços à vista foi proporcionalmente maior do que o das cotações futuras em janeiro e agosto.
Essas altas fizeram com que os produtores postergassem a venda do café na expectativa de maiores preços. Quando iniciou a queda os produtores acharam mais prudente se desfazerem logo de suas “poupanças em grãos” antes que fosse tarde demais, o que fez com os diferenciais caíssem, inclusive junto com a queda da bolsa.
Em janeiro e fevereiro o crescimento do preço do café físico foi maior do que o futuro. Em março a queda dos preços nos contratos futuros com vencimento em maio, julho. E setembro foi maior do que a queda de preços de café físico. Em abril a tendência de queda foi semelhante à de março, mas em maio os preços físicos apresentaram queda maior do que o futuro. Em julho houve crescimento dos preços físicos e diminuição dos futuros. Em média os dois preços tiveram decréscimo semelhante em agosto (Tab.2).
Tabela 3 – Evolução dos preços do café no mercado físico e das cotações de contratos futuros.
2011
Média Mensal (R$/SC)
Variação Média Diária
Fisico
Futuro
Fisico
futuro
Janeiro
424,00
520,00
0,49
0,27
Fevereiro
493,00
573,00
0,79
10,21
Março
513,00
601,00
0,04
4,85
Abril
515,00
599,00
0,33
-0,50
Maio
520,00
590,00
-0,17
-1,47
Junho
468,00
555,00
-0,46
-6,34
Média Jan-Jun
489,00
573,00
0,17
1,17
Julho
446,00
524,00
-0,13
-6,33
Agosto
479,00
510,00
0,82
-2,68
Setembro
510,00
524,00
-0,10
3,96
Outubro
489,00
526,00
-0,13
0,26
Novembro
504,00
546,00
0,35
3,90
Dezembro
494,00
414,22
-0,16
-24,32
Média Jul-Dez
487,00
527,00
0,11
-4,20
Os preços dos contratos futuros variam inversamente em relação à variação ocorrida ao dólar, deste modo se pode observar que os contratos com vencimentos em maio de 2011 decresceram evidenciando uma alta dos preços expondo há escassez de produto no mercado físico. Mas o que se pode observar é que os agentes neste mercado usaram a bolsa com cautela fazendo estritamente somente o necessário.
Deste modo observou que os indicadores para o café arábica no mercado domestico tiveram uma retração de 1,72% impulsionando as desvalorização dos contratos futuros. A valorização do dólar pressionou as cotações no mercado futuro tendendo os preços a ficarem mais baixos, bem como as características de ciclo bianual e das adversidades climáticas que divergem das estimativas de produção logo contribuindo para elevação da volatilidade entre os mercados.
Análise técnica.
Conclui-se apartir da figura 1 que o mercado a vista de janeiro de 2011 em relação o preço futuro ate dezembro de 2011, onde que no dia 24/02/11 houve a queda de R$ 17,77, com uma expectativa de alta a curto prazo, a partir desta data apresenta-se uma melhora nos retornos dos rendimento diarios, sendo conviniente esperar já que obeserva-se o aumento dos preços diarios. No dia 12/04/11, ocorreu um aumento de até 2,09 nos rendimentos diarios, ocorrendo uma inversão de tendencias, no qual mostra que os preços no mercados a vista neste ano foram muito instaveis, nos periodos de entre-safras. No dia 27/06/11 houve a maior rendimento no periodo analisado, sendo o melhor momento para realização das vendas. No dia 06/09/11 notou-se a segunda pior queda de até R$ 15,45 nos rendimentos diarios, assim esperando a partir desta data, uma melhora nesses rendimentos, para a realização de venda. No dia 10/11/11, nota-se no gráfico que houve um aumento de até R$ 1,01, mostrando um ponto de inflexão, onde há uma curva de de variação dos preços. Já no dia 23/12/11, o grafico mostra que ocorreu um aumento até R$ 2,38, mas logo em seguida teve início de uma queda brusca.
Figura 1: Análise dos rendimentos pagos no mercado a vista.
Um sinal de compra é gerado sempre que a linha MACD cruza para cima (no sentido ascendente) sua linha de sinalização. Quanto mais baixo, no campo negativo, ocorrer este cruzamento, ou seja, quanto mais afastadas abaixo da linha zero (eixo horizontal) estiverem às linhas, maior a expectativa de alta.
Observando os rendimentos diarios no mercado futuro, no dia 04/01/11 observou-se que que neste mercado a melhor opção é fazer hedge de compra, pois houve uma queda de rendimento de R$ 2,97, sinalizando um bom momento de compra de contrato. Em 19/01/11 mostra que o mercado inicia-se um bom momento de realizar hedge de venda, pois houve um aumento no rendimento diário de R$ 0,73. Já no dia 09/03/11 o mercado indicou que ocorreu uma alta significativa de R$ 12,26 nos rendimentos diarios, confirmando a ação de hedge de venda.
Figura 2: Diagnóstico dos rendimentos pagos no Mercado futuro com vencimentos em março.
Neste gráfico observou-se que no dia 04/01/11 ao dia 29/03/11, houve uma queda nas cotações de até R$ 3,27 à R$ 17,65, analisando nesse momento nota-se uma caracteristica de tendência divergente, ou seja, com divergência altista que possui fundos mais baixos no MACD e fundos mais altos nos preços e divergência baixista com topos mais altos no MACD e topos mais baixos nos preços, sendo propricio fazer hedge de compra. A partir do dia 29/03/11, houve aumento nos rendimentos ate o dia 20/04/11 que chegou aos R$ 21,29, já nesta ultima data mostra que é favoravel fazer hedge de venda. No dia 23/05/11, nota-se que teve uma queda que chegou R$ 27,05 nas cotações diarias incentivando a realizar hedge de compra, e logo em seguida uma ascenção nesses rendimentos.
Figura 3: Análise dos rendimentos remunerados pelo Mercado futuro com vencimentos em maio.
Analisando este gráfico, observa-se do mês de janeiro até 16/02/11 uma queda que chegou a R$ 14,09, no dia 10/03/11 acontece uma pequena ascenção. No dia 29/03/11 as cotações alcançaram R$ 4,85 favorecendo a realização de hedge de venda, durante esse periodo ocorrem varias oscilações bruscas, sendo no dia 17/06/11, ocorreu uma alta que alcançou R$ 11,03, indicando a melhor situação de realizar hedge de venda.
Figura 4: Apreciação dos rendimentos futuros com vencimentos em julho.
Identificamos potencias condições de compra e venda no movimento dos preços. Estas condições são geradas pela comparação da distância entre o MCDA e sinalizador, separados drasticamente, isto pode ser uma indicação de que houve uma sobre-extensão do preço e que em breve ele retornará os níveis mais realistas. Neste contexto até o dia 15/02/2011 quando alcançou o R$ 13,62 de perdas de rendimento, refletindo uma tendência de desvalorização dos preços refletindo, portanto, um sentimento de pessimismo, e a partir desta data observa-se o contrario apresentando uma reação do mercado, significando que as expectativas mais recentes são mais favoráveis para alta que as anteriores, mantidas até o dia 31/03/2011 apartir do qual se tem uma nova queda e te tem uma recuperaçao apartir do dia 05/05/2011 apresentando uma tendencia divergente oscilando entre uma tendencia altista e baixista até 05/08/2011 no qual o alcançou a maior cotação R$14,36, aprtir do qual se inicia uma queda acentuada que se mantem mas apresentando uma breve alta mas atinge a menor cotação R$19,97 em 06/09/2011, voltando a mostar sinais de recuperação. O estudo admite também a interpretação de divergências e corte de linhas de tendência. Os sinais de compra que se verificam abaixo da linha zero, são mais fortes que os que se verificam acima dessa linha, porém após o desenvolvimento de uma grande tendência, geralmente o primeiro sinal não costuma ser lucrativo, não épocas de entre safra quanto as de safra.
Neste grafico podemos mostrar que os contrato futuros com vencimento em setembro há muitas oscilações, nos meses de fevereiro e março indica a vantagem de fazer hedge de compra, no mês de abril vantagem do hedge de venda, e no mês de maio novamente vantejoso hedge de compra, no fim de maio ate agosto é vantajoso hedge de venda, já no final de agosto e no mês de setembro a vantagem seria fazer hedge de compra.
Figura 5: Exame dos retornos futuro com vencimentos em setembro.
De fato, a especulação depende da liquidez, da rentabilidade e do risco ligado assumido em uma operação. Diante disso, quanto devemos arriscar, a convergência ocorre quando o MCDA e o sinalizador se moverem na mesma direção. A divergência ocorre quando estes se afastam uma das outras. Neste contexto até 16/03/2011 ocorreu uma queda e 11/04/2011 uma reversão, nestes períodos ocorrerão uma convergência, a partir de 11/04/2011 em diante ocorre uma divergência vista a grande instabilidade dos preços alcançando o mínimo de R$ 17,83 em 06/09/2011 e o máximo de R$ 24,98 em 07/10/2011. Para os contratos futuros com vencimento em dezembro os preços são bem instavéis, sendo que nos meses de safra os preços futuro tendem a subir sendo vantajoso fazer hedge de venda, já nos outro meses onde os preços tendem a cair, é vantajoso fazer hedge de compra.
Figura 6: Análises dos retornos do Mercado futuro com vencimentos em dezembro.
Conclusão
Num mercado que é altista e que tem escassez de produto no físico, normalmente os preços dos contratos de vencimentos mais curtos ficam acima dos vencimentos mais longos, e muito investidores cruzam estas informações como parte das análises que ajudam a decidir a alocação de seus recursos. As alterações na produção brasileira devido às características do ciclo produtivo do café, mais especificamente no que diz respeito à bianualidade do cafeeiro e sensibilidade a variações climáticas, são consideradas pelos agentes do mercado as maiores fatores responsáveis na formação das expectativas quanto aos níveis de preços tanto no mercado físico e futuros da commodity. Num mercado que é altista e que tem escassez de produto no físico, normalmente os preços dos contratos de vencimentos mais curtos ficam acima dos vencimentos mais longos, e muito investidores cruzam estas informações como parte das análises que ajudam a decidir a alocação de seus recursos. Com isso, a volatilidade deste mercado torna-se vulnerável a esses eventos.
Esses fatos sugerem que os choques no mercado futuro cafeeiro suscitam reflexos negativos para os participantes do mercado, seja hedger vendidos (produtor rural), hedger comprados (traders, torrefadoras de café e exportadores ou pequenos e grandes especuladores). Para o café isto não aconteceu, pois os cafés finos que estavam em falta, não foram entregues na bolsa enquanto não foram usados os cafés velhos que fazem partes dos estoques certificados. Em termos de recomendações, pode-se dizer que os contratos futuros de café arábica da BM&F não são recomendados para investidores que precisem fazer hedge de compra, a menos que suas operações sejam mantidas por períodos bastante reduzidos, tais como um ou dois meses. Mesmo assim, esses investidores teriam que fazer uma análise criteriosa dos (poucos) momentos adequados a operar.
No caso dos hedges de venda, embora as possibilidades de uso dos contratos futuros da BM&F sejam muito mais amplas, a variabilidade identificada nesta pesquisa, tanto em termos de regiões como de contratos, justifica também a utilização das tabelas aqui desenvolvidas para a escolha dos contratos a utilizar e dos melhores momentos para operar. Esses impactos negativos, embora não incidam sobre o resultado final da operação, podem afetar o capital de giro dos agentes e comprometer a capacidade financeira destes, bem como a capacidade de tais agentes de honrarem os ajustes diários e as margens de garantia exigidas pela bolsa. Embora a análise aqui desenvolvida forneça informações inéditas e de grande valia para os tomadores de decisão do setor cafeeiro, deve-se manter em mente que os resultados aqui encontrados se baseiam na média de um ano e que ocorreu no passado. Dessa forma, devem ser usados mais como indicações para planejamento do que como regra de decisão, uma vez que diante de mudanças conjunturais os hedgers devem rever, continuamente, suas estratégias. Por exemplo, se num determinado momento, após a implantação de uma operação de hedge, um hedger estiver convicto de que os preços se moverão num sentido que lhe proporcione perdas contínuas no mercado futuro, seria interessante que ele encerrasse sua posição, evitando o desembolso de ajustes diários, mesmo que o comportamento da base no passado sugerisse a manutenção da estratégia. Os fundos atuam em resposta às informações fundamentais do mercado cafeeiro.
Em relação a isso, os resultados desta pesquisa sugerem uma certa assimetria de informação em benefício destes agentes. Assim, a atuação dos grandes especuladores pode ser utilizada pelos demais agentes como sinalizadora das tendências dos preços futuros do café.
Referências
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MANFIO, D. A. Análise da transmissão de preços e margem de comercialização do feijão preto no estado do Paraná no período de 1982 a 2004. Curitiba. 2005.
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SILVA, L. M. Mercado de Opções - Conceitos e Estratégias. São Paulo. 2008. Pag.15.
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