Triângulo em Análise Gráfica

Raramente ocorre uma falha nesse padrão.
Raramente ocorre uma falha nesse padrão.

Contabilidade e Finanças

02/06/2015

São áreas de congestão, cujos limites, superior e inferior, convergem para a direita. Para poder traçar um triângulo precisa-se de, pelo menos, quatro pontos de retorno: dois de fundo e dois de topo.

Um triângulo pequeno, cuja altura corresponda a 10 ou 15% do movimento precedente, provavelmente será um triângulo de continuação. Na maioria das tendências de alta e de baixa se encontram muitos deles.

Grandes triângulos, cuja altura corresponde a um terço ou mais do movimento precedente, provavelmente funcionarão como padrão de reversão. Dependendo do ângulo, ele pode ser classificado em três tipos:

• Simétrico;

• Ascendente;

• Descendente.


Triângulo Simétrico

É aquele cujos limites, superior e inferior, convergem para a direita num mesmo ângulo de inclinação. Normalmente reflete um equilíbrio de forças entre compradores e vendedores e sua resolução, usualmente, é de continuação.

Durante a sua formação, os preços vão caminhando para a direita por meio de flutuações cada vez mais estreitas, em direção do vértice, com sensível redução do volume, até que, sem nenhum aviso, o preço rompe um dos limites do triângulo com grande impulso e com notável aumento do volume.

Raramente, durante a formação de um triângulo, obtém-se qualquer indício da direção em que será perfurado, até que finalmente o seja. Algumas vezes, pode-se ter uma boa ideia observando o que está acontecendo nos gráficos de outras ações, mas, frequentemente, só resta aguardar até que se defina.

Tudo, nesse padrão, indica vacilação ou dúvida.


Triângulos Ascendente e Descendente

São aqueles em que um dos limites é praticamente uma linha horizontal e, o outro, uma linha inclinada. Em muitos aspectos são bastante semelhantes ao Simétrico, mas com pequenas e generosas diferenças, pois informam antecipadamente suas intenções.

Daí seus nomes, pela suposição de que, num triângulo ascendente, os preços romperão para cima e, num descendente, para baixo. Raramente ocorre uma falha nesse padrão.


Diagrama de Triângulos Ascendente e Descendente e suas projeções de preços


Existem dois métodos mais populares para se projetar o objetivo mínimo da evolução do preço após a penetração do triângulo:

• Transferir a medida da amplitude da base para o local onde se deu o corte (setas pontilhadas).

• Traçar uma paralela do lado oposto da perfuração tomando como referência o ponto mais alto da base (linha pontilhada).

Observação 1: as melhores perfurações ocorrem entre a metade e ¾ do comprimento do triângulo.

Observação 2: numa penetração para baixo é o inverso.


Algumas considerações sobre os Triângulos Ascendentes e Descendentes

Estas formações são lógicas e fáceis de explicar. O Triângulo Ascendente, por exemplo, mostra de forma simples o que acontece quando há uma procura crescente por uma determinada ação e ela encontra uma grande oferta para ser vendida a um preço fixo.

Se a procura continuar, a oferta será totalmente absorvida por novos compradores, que acham que os preços atingirão níveis mais altos.

Esse tipo de atividade do mercado evidencia um plano de distribuição elaborado por possuidores de grandes lotes, que desejam liquidar sua posição a um preço predeterminado.

O Triângulo Descendente deve-se a condições de mercado inversas àquelas responsáveis pelo Triângulo Ascendente. Suas implicações são igualmente fortes e, suas falhas, igualmente raras. Tal e qual no Triângulo Simétrico, as boas perfurações ocorrem entre a metade e três quartos do seu comprimento.

O comportamento do volume é muito parecido com o do triângulo simétrico, diminuindo à medida que os preços vão se aproximando do vértice. Nas formações ascendentes, o volume tende a aumentar ligeiramente durante as subidas e a diminuir nas quedas, tudo isso dentro do padrão. Nas formações descendentes, o oposto é verdade, porém, algumas vezes não tão evidente.

Essas flutuações menores dentro do padrão, entretanto, não afetam a característica global da diminuição do volume, até que o ponto da perfuração seja atingido.

De modo similar aos triângulos simétricos, as perfurações para cima num triângulo ascendente também exigem um grande aumento do volume, caso contrário, devem ser vistas como suspeitas. Perfurações para baixo nos triângulos descendentes não necessitam de grande volume.

Uma observação que vale para todos os tipos de triângulos é que normalmente, logo após o rompimento da linha, ocorre uma volta rápida em sua direção, seguida de aceleração na direção do corte.

Outro aspecto importante é o tempo de resolução dos triângulos. Os três tipos geralmente se definem num prazo que varia de três semanas a três meses, podendo, entretanto, durar mais.


Projeção de Meio Caminho

Pelos métodos de projeção convencionais, os objetivos mínimos, após o corte da linha do triângulo, seriam:

a) a continuação do movimento até a linha pontilhada;

b) a medida da altura da base adicionada no ponto de corte.

Baseado na observação empírica de que funcionam como metade do caminho, meça a altura do movimento precedente à formação do triângulo e transfira essa medida a partir do último ponto de retorno anterior ao corte do triângulo.


Estratégias Operacionais para os Triângulos


Método A:

Comprar/vender na penetração do corte. Nesse caso, o estope inicial ou de proteção deve ser colocado um pouco abaixo da linha oposta.


Método B:

Esperar o movimento de volta à linha, após sua penetração e comprar/vender na ultrapassagem do topo/fundo anterior. Nesse caso, o estope deve ser colocado um pouco abaixo/acima do ponto de retorno do movimento de retomada da penetração original.

Apesar dessa volta não ocorrer 100% das vezes em que uma linha é penetrada, acontece na maioria das vezes. Acho essa operação mais segura, mas nem sempre poderá ser feita.


Comentários adicionais


Tudo que foi visto aqui sobre os triângulos, dos padrões às características e estratégias, aplicam-se em qualquer periodicidade. Triângulos podem se formar nos gráficos de 15 minutos, semanal, mensal, etc. Seu significado será sempre o mesmo, isto é vacilação ou dúvida, na periodicidade em que estiver se desenvolvendo.

Encerro o assunto triângulos chamando sua atenção para dois aspectos:

• Durante a formação dos triângulos há uma forte propensão dos movimentos internos respeitarem com muito rigor o limite das linhas externas de definição do padrão.

• Tive alguma dificuldade para encontrar nos meus gráficos muitos exemplos de triângulos, porque, com bastante frequência, após uma de suas linhas ter sido penetrada, em vez de continuar subindo (ou caindo) como seria de se esperar, ao chegar nas proximidades do ponto mais alto (ou mais baixo) do padrão, a formação deriva para um retângulo.

Deste modo, quando estiver iniciando uma operação de compra ou de venda, vale a pena verificar a distância do ponto de corte até o extremo da base antes de ultrapassar a última resistência, observando se a relação risco/recompensa vale a pena. Se não for, será mais seguro esperar pela confirmação da penetração do extremo da base do padrão (o preço mais alto ou mais baixo do triângulo) para iniciar uma operação.

Escrito de outra forma tem o mesmo sentido que: suponha que o topo de um triângulo seja 20. Se o corte da linha superior ocorrer em torno de 19, será melhor esperar romper a resistência dos 20 para comprar. Porém, se o corte da linha superior se der em torno de 15, com espaço para um lucro razoável antes de atingir a resistência de 20, vale à pena comprar no corte.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


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