Topos e Fundos Duplos Em Análise Gráfica

Os padrões duplos são muito raros e os triplos, ainda mais.
Os padrões duplos são muito raros e os triplos, ainda mais.

Contabilidade e Finanças

03/06/2015

Na concepção clássica da análise gráfica, os padrões duplos são muito raros e os triplos, ainda mais. Frequentemente, grafistas com pouca experiência detectam esses padrões, mas quase sempre erroneamente. Para entender o porquê dessa avaliação imprecisa, precisamos compreender bem como são formados esses padrões, diante dos conceitos da análise gráfica.

A construção de um topo duplo se inicia quando, após uma subida, acompanhada de alto volume, o mercado se retrai com diminuição do volume, e, então, volta a subir outra vez até atingir o nível do topo anterior (algumas vezes um pouco aquém e, outras, um pouco além), novamente com volume crescente, porém sem registrar as mesmas marcas verificadas durante a construção do primeiro topo e, então, volta a cair uma segunda vez, com consequências bem mais significativas. Um fundo duplo é o inverso.


Comentários adicionais

Tendo visto como se forma um Topo/Fundo duplo, voltemos aos triângulos ascendentes e aos retângulos vistos nos padrões de continuação. Quando esses padrões começam a se desenvolver, seu primeiro passo é a construção de dois topos no mesmo nível, com uma correção entre eles e com menos volume sobre o segundo do que no primeiro.


Observação

Se é raro surgir como reversão de topo ou de fundo, é muito frequente nos padrões de consolidação, qualquer que seja a tendência predominante. No meu livro, (NORONHA, Marcio. Análise Técnica: Teorias, Ferramentas e Estratégias. Autor: Marcio Noronha: As principais teorias da análise técnica. Editec, 1996) os denominei de topos e fundos reflexos, devido à simetria. Qualquer indício de falha na continuação da tendência em andamento, normalmente, começa com vestígios de um topo ou fundo duplo. Depois dos zigue-zagues, tenho a impressão de que é a formação que mais se encontra nos gráficos


Observações complementares


A essa altura, você poderia perguntar quanto tempo é necessário decorrer entre os dois topos ou os dois fundos, e quão profundo deve ser o “vale” para ser considerado um topo ou fundo duplo de reversão. Diria que não existe uma resposta simples e definitiva. Podemos tentar aproximações.

Assim, se dois topos surgirem com mais de um mês de intervalo entre eles, provavelmente não pertencem à mesma formação de consolidação. Se, adicionando-se a isso, a correção entre o primeiro e o segundo topo reduzir o preço uns 20% em relação ao seu valor no topo, aumentam as possibilidades de que possa ser um topo ou fundo duplo.

Mas esses dois critérios são arbitrários e sem exceção. Existem casos nos quais os dois topos ocorreram com apenas duas ou três semanas de intervalo, e outros nos quais o “vale” entre eles foi de apenas 15%. A maioria dos verdadeiros topos e fundos duplos, entretanto, desenvolvem-se com intervalos de dois a três meses ou ainda maiores entre eles.

Genericamente falando, o elemento tempo é mais crítico do que a profundidade da correção. Quanto maior o tempo entre os dois topos (ou fundos), menor a necessidade de uma queda (subida) extensa dos preços durante o intervalo.

Tendo visto as principais características da possível ocorrência de um topo duplo, resta dizer que a confirmação final é dada, quando, após a construção do segundo topo, o mercado cai e rompe o suporte criado na linha de fundo do ‘vale’, assinalando uma reversão de tendência de alta para baixa.

Topos e fundos totalmente confirmados raramente aparecem em reversões de tendências intermediárias: eles são um fenômeno característico de reversão de tendência primária. Portanto, quando estiver convicto de que está diante de um, não o despreze. Mesmo que os preços já tenham retrocedido 20%, as chances são de que cairá muito mais antes de atingir o fundo.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


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