Segundo Kliegman (1997), a taquipneia transitória, às vezes denominada síndrome de angústia respiratória do tipo II, costuma suceder um parto vaginal ou cesárea a termo ou pré-termo normal sem intercorrências. Pode ser caracterizada apenas pelo início precoce de taquipneia, às vezes com retrações, ou gemência expiratória, e cianose que é aliviada por oxigênio numa concentração mínima. Hipoxemia, hipercapnia e acidose são incomuns.
Sua etiologia precisa é desconhecida, sendo sugerida a hipótese de insuficiência de secreção de catecolaminas, que são hormônios que facilitam a absorção do líquido pulmonar (LIMA, 1998), ou ainda que seja secundária à absorção lenta do líquido pulmonar fetal em virtude de complacência pulmonar e volume corrente reduzidos e espaço morto aumentado.
Segundo Rebello (1999), a TTRN acomete recém-nascidos com qualquer idade gestacional, tendo evolução geralmente benigna.
Segundo Gross (1992), há uma associação entre o parto cesárea e o desenvolvimento dessa condição, possivelmente em virtude da descompressão do tórax durante o parto vaginal e da eliminação do líquido pulmonar.
Os achados clínicos são a retração esternal, tiragem inter e subcostal, aumentando o trabalho e reduzindo a eficiência da respiração, taquipneia (FR 60–120 irpm) e gemência. Os achados radiológicos são a congestão peri-hilar bilateral e da cissura entre os lobos superior e médio à direita e aumento da área cardíaca, podendo ainda apresentar padrão reticulogranular (PRG) ou hiperinsuflação pulmonar.
Segundo Troster e Toma (1996), a abordagem desta patologia consiste em afastar outras doenças mais tratáveis e manutenção de uma oxigenação adequada. Suspender a alimentação oral pela taquipneia. Uma observação cuidadosa é importante nas primeiras horas, pois a TTRN pode ser difícil de distinguir da DPMH.
O curso clínico costuma ser transitório e leve com resolução do problema em 24 a 48 horas. Em alguns lactentes, a condição é mais intensa e persiste por 72 horas ou mais. A principal condição da qual a TTRN deve ser diferenciada é a pneumonia.
O tratamento é essencialmente sintomático. Os gases sanguíneos ou os níveis de saturação de oxigênio são monitorizados e o oxigênio administrado a fim de manter uma PaO2 de 60 a 90 mmHg.
No RN a termo ou próximo do termo, a forma de administração de oxigênio dependerá da gravidade do quadro clínico podendo ser fornecida diretamente na incubadora, através de caixa de Hood ou duplo cateter nasal (CPAP), sendo que este último possuía vantagem de manter uma pressão de distensão das vias aéreas, levando a melhor oxigenação para uma mesma FiO2. Se mesmo com a aplicação de CPAP nasal o paciente persistir com hipoxemia, introduzir ventilação mecânica invasiva.
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por Colunista Portal - Educação
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