Sexualidade na gravidez

Cotidiano e Bem-estar

13/03/2013

A gravidez é um período de muitas mudanças, para a mulher, para o homem e para o casal. As mudanças ocorrem não somente biológica ou fisiologicamente, mas também, e principalmente psicologicamente. Trata-se de um período de ambivalências, tanto para homens, quanto para as mulheres.

Ao mesmo tempo em provoca grande excitação, a gestação gera na mulher e no casal muitas ansiedades, medos e receios em vários aspectos. Haverá mudanças na casa, na família, na estrutura econômica do casal. A gravidez afeta desde o apetite até a vida profissional da mulher. Além de toda amplitude de mudança, ainda é irreversível, no sentido de, após este período – após a gravidez ou o nascimento do bebê – a vida daquela mulher ou daquele casal nunca mais será como antes.

É um período de adaptações para o casal. São adaptações em todos os sentidos; adaptações físicas, emocionais, existenciais e também sexuais. É importante observar que a necessidade de adaptação não e apenas da mulher, mas também o homem.

Neste período a mulher terá muita coisa com que lidar. Além dos aspectos práticos, que vão da escolha do nome ao enxoval do bebê, ainda virá uma enxurrada sentimentos - novos ou não.

Estas mudanças, práticas ou sentimentais comprometem a vida sexual do casal. Segundo Belsky&Rovine (1990) a satisfação conjugal tipicamente diminui durante os anos de criação dos filhos. Muitos cônjuges relataram que, após o nascimento do(s) filho(s), se amavam menos, tornaram-se mais ambivalentes em relação ao seu relacionamento, discutiam mais e comunicavam-se menos.

Estas constatações realizadas nos estudos de Belsky&Rovine preenchem o conhecimento popular e afetam, mesmo que inconscientemente, os sentimentos do casal. E esses sentimentos e mudanças também afetam a vida sexual do casal.

 A sexualidade, por si só, já carrega em si vários preconceitos, constrangimentos e dúvidas. Principalmente ao se falar das dificuldades relacionadas à sexualidade. Imagine então falar das dificuldades sexuais em um período tão conturbado e sensível, como a gravidez.

Estas dificuldades podem ocorrer com qualquer casal, com qualquer mulher ou com qualquer homem. Parceiros de longa data, mulheres resolvidas, homens “de mente aberta”. Todos estão expostos e podem encontrar dificuldades em gerir a vida sexual ou a sexualidade durante este período. Dificuldades estas que tendem a aumentar na mesma proporção em que a barriga aumente.

Várias perguntas surgem neste período: posso fazer? Devo fazer? Eu quero fazer? Faz mal? Faz bem? O bebê sente alguma coisa?

A boa notícia é de que, de maneira geral, não há contra-indicações ao sexo durante a gravidez, e ainda, ele é até recomendado: o orgasmo exercita os músculos do períneo que serão utilizados no parto, diminui as ansiedades geradas pela própria gravidez, propicia aumento da harmonia entre os parceiros e diminui os ciúmes do casal (do homem com relação ao bebê e da mulher com relação a casos extra-conjugais). A má notícia é que as coisas não são tão simples assim e a permissão, nem sempre resolve os problemas.