O Gótico não está morto! Ele incessantemente ressurge do sepulcro para habitar a imaginação dos leitores.
Muito se fala atualmente em gótico, este gênero, encontrado na música, na arquitetura e demais artes, vem se consolidando cada vez mais na literatura e aumentando drasticamente seus adeptos. Como de praxe, o gótico na literatura utiliza-se do físico para causar horror e provocar sentimentos intensos de medo e pavor, repulsa e asco.
Tratando-se de causar medo e repugnância, muitos autores de obras gótica, ou fantástica utilizam-se de figuras horripilantes, medonhas e grotescas, aberrações, monstros sanguíneos e de aparências extremamente assustadoras. Um grande representante desta figura é o monstro abordado no famoso livro Frankenstein, da escritora inglesa Mary Shelley.
No livro, a figura é descrita sendo feita de pedaços de cadáveres humanos pelo médico Victor Frankenstein, seu criador. O nome da criatura não é citado, muitas vezes é chamado de Monstro, Demônio, Criatura, Aberração, etc. Como podemos verificar no livro, ao contrário dos filmes baseados na obra, a criatura era de cor amarela, possuía membros desproporcionais, sendo alguns maiores que os outros, além de ser considerado inteligente, racional e sensível. No capítulo 5 do livro a autora o descreve: “(...) sua pela amarela mal cobria o relevo dos músculos e das artérias que jaziam por baixo, seus pelos eram corridos e de branco lustoso; seus dentes alvos como pérolas. Todas essas exuberâncias, porém não formavam senão um contraste horrível com seus olhos desmaiados, quase da mesma cor acinzentada das órbitas onde se cravavam, e com a pele encarquilhada e os lábios negros e retos”.
Outro monstro, sem sombra de dúvidas, horripilante, se chama Drácula. A famosa criatura sinistra, movida pela vontade, possuía apenas um objetivo: matar sua sede com sangue humano. A história ficou conhecida pela escritura de Bran Stoker (1847-1912), contemporâneo de Mary Shelley, que dedicou sua vida à ficção de horror. Na verdade, a história é uma adaptação do fato que ocorreu no século XV. Um nobre, conhecido como Vlad Tepes ou “O Empalador”, adotou o nome “Dracul”, que em romeno significa Satanás, este viveu na região de Transilvânia e matava suas vítimas com a arte da empalação, Vlad ficou famoso por ter empalado mais de 30 pessoas. Foi a partir destes episódios que surgiu a história de Drácula.
Segundo a história de Stoker, Drácula tem vários poderes de origem vampírica, possui uma força natural sobre-humana, tem a habilidade de se transforma em lobo, morcego, além de obter poderes sobrenaturais como hipnose, o poder da cura, a imortalidade, etc.
Drácula e o monstro de Frankenstein são apenas dois exemplos das bizarras figuras que assombram as histórias góticas, pois o uso do horror e das criaturas sinistras são um dos principais recursos usado para causar o espanto e o pavor, características do gótico, que vem transformando, radicalmente, meros leitores em fantásticos adeptos do gênero.
REFERÊNCIAS
FILOSOFIA AGRESSIVA. A Trindade Clássica da Literatura Gótica. 2014.
Disponível em:
http://filosofiaagressiva.blogspot.com.br/2014/05/a-trindade-classica-da-literatura-gotica.html
DEVANEIOS LITERÁRIOS. Literatura de terror – gótica. 2010. Disponível em:
http://licrisdevaneiosliterarios.blogspot.com.br/2010/10/literatura-de-terror-gotica.html
SHELLEY, Mary. Frankenstein. Companhia das Letras: Rio de Janeiro, 2012.
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por Anderson Guerreiro
Formado em Letras pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Mestrando em Letras e Artes pela mesma instituição. Professor de cursos de Pré-Vestibular. Atualmente desenvolve pesquisa na área de Linguística e Literatura, com bolsa da FAPEAM.
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