As mulheres ganharam seu espaço no secretariado durante a Idade Moderna.
Cotidiano e Bem-estar
05/05/2015
Durante a Idade Média, a função do secretário praticamente desaparece. A função será exercida, em parte, pelos monges nos mosteiros que não são exatamente secretários, mas, sim, copistas.
Eles eram aqueles que copiavam (à mão) os livros, para que houvesse vários exemplares.
Na Idade Moderna, com o ressurgir do comércio, a necessidade da função do secretário reaparece. Integra-se, mais tarde, à estrutura das empresas e permanece em evolução até os dias atuais.
É na Idade Moderna que as mulheres começam a ganhar espaço no campo do secretariado.
A mulher passa a atuar como secretária, de forma expressiva, na Europa e nos Estados Unidos, a partir das Duas Guerras Mundiais.
Com a escassez de mão de obra masculina, desviada para os campos de batalha e com uma estrutura industrial e empresarial desenvolvida, as empresas não tiveram alternativas para manterem-se em funcionamento, senão a de utilizar a mão de obra feminina.
Por volta de 1902, havia cerca de 50.000 secretárias mulheres nesta região e isso provocou uma série de alterações nos escritórios. O relegado lavatório brilhava e o cuspidor desapareceu misteriosamente.
Surgiram cortinas nas janelas e muitas foram às blasfêmias engolidas pelos executivos enrubescidos. Assim, as mulheres invadiram os escritórios e fincaram seus pés nas posições conquistadas.
Infelizmente, um fato que influenciou o aumento numérico de Secretárias foi o salário baixo.
Os homens exigiam e recebiam US$ 50,00 a mais por semana. As mulheres trabalhavam por menos que um terço desse montante. Não foi fácil esse início.
Entretanto, por volta de 1911, já havia mulheres suficientes no ramo, para se reunirem e reivindicarem salários mais altos, melhores condições de trabalho e outros benefícios.
Graças aos esforços dessas pioneiras, os ordenados subiram para uma média de US$ 20,00 semanais e a maioria delas conseguiu obter de seus executivos uma semana de férias (não remuneradas) por ano.
O que deu maior estímulo à integração da mulher nos escritórios foi a Primeira Guerra Mundial. Ela drenou a força de trabalho americano e a mulher apareceu para substituir o homem, trabalhando como secretária e às vezes até em atividades executivas, bem como em outras profissões.
O fato é que, após a guerra, a mulher manteve sua posição tão arduamente conquistada.
Por volta de 1920, já havia 1,2 milhões de mulheres desempenhando os cargos de Secretárias e de Estenografas (pessoa especializada em anotar ditados usando a forma de escrita rápida da estenografia).
Vejam só as mudanças que ocorreram em função da entrada da mulher no mercado de trabalho:
- Construíram-se casas e apartamentos menores, que exigiam menos cuidados e trabalhos de manutenção;
- Os alimentos passaram a ser enlatados;
- Inventou-se a máquina de lavar roupa;
- Ferros de passar elétrico começaram a ser fabricados;
- Roupas feitas tornaram-se comuns.
Tudo isso deixou a mulher com mais tempo livre à disposição. E assim nasceu a DUPLA JORNADA!!!!
As facilidades domésticas foram criadas para que a mulher tivesse tempo de trabalhar fora e também em casa. Você sabia disso?
Os executivos, sem alternativas diante das dramáticas vitórias conseguidas pelo sufrágio (o direito a voto) feminino e pela crescente influência do Grupo Trabalhista Feminino, começaram a aceitar a secretária feminina como um fato cotidiano da vida.
1930- No começo da década de 30, havia três milhões de secretárias e os empregos continuavam a crescer, inclusive durante os anos de repressão. Por causa da Segunda Guerra Mundial e a falta de mão de obra, a procura por secretárias aumentou.
A prosperidade continuou e no ano de 1940 havia 14 milhões de mulheres trabalhando, já em 1945 a força de trabalho feminino cresceu para o significante número de 20 milhões.
A estatística para 1960 era de 22 milhões e para os dias de hoje calcula-se que 42% da população economicamente ativa seja do sexo feminino.
E o Brasil?
No Brasil, vamos perceber a atuação da mulher como secretária a partir da década de 50, com a chegada das multinacionais, cuja cultura organizacional já estava habituada à presença da mulher.
Mas o papel da Secretária de hoje mudou. Aos seus deveres tradicionais de taquigrafia e datilografia, outros foram adicionados como manipular e redigir cartas, marcar entrevistas, reservar passagens, manipular de modernos equipamentos de escritório, acompanhar em viagens o seu Executivo, participar de reuniões, cancelar e remarcar visitas e o desempenho de uma grande variedade de pequenas tarefas, desde redigir anúncios, até a compra e escolha do presente de aniversário para a esposa do Executivo.
Segundo alguns peritos, as Secretárias do ano 2.050 não precisarão tomar ditados ou digitar.
Provavelmente, o Executivo vai ditar num microfone ligado a um computador que registrará suas palavras para transcrevê-las em forma de carta. Os deveres da Secretária vão constituir-se primordialmente de... Relações Humanas, Públicas e de Responsabilidades Mecânicas. Ela vai necessitar de um maior treinamento, a fim de que possa delegar os serviços para as altamente sofisticadas máquinas de escritório. Assim sendo, suas funções serão cada vez mais como Assistente Executiva e cada vez menos como funcionária de escritório.
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por Colunista Portal - Educação
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