A queda sucessiva dos ministros no Governo Dilma

Já foram sete ministros que saíram do governo e já tem um pedindo para sair
Já foram sete ministros que saíram do governo e já tem um pedindo para sair

Direito

18/12/2011

Antes de abordar o tema, quero deixar claro que não sou contra, nem a favor a Presidente Dilma, na política não defendo nenhum partido, pois sempre julguei como uma grande farsa as disputas eleitorais, os políticos ofendem a honra do opositor e, após essa grande encenação, estão todos se abraçando e fazendo aliança política para concorrer a algum ministério em Brasília ou secretaria nos Estados e Municípios.

Tive que abordar esse caso, pois em menos de um ano de mandato da presidente Dilma Rousseff, sete ministros caíram e pelo andar da carruagem virão mais. Em Maio, especificamente no dia 15, o ministro chefe da Casa Civil Antonio Palocci (PT - SP) foi denunciado pelo jornal Folha de S.Paulo, onde dizia que seu patrimônio teria aumentado em 20 vezes entre os anos de 2006 a 2010, suspeitas essas advindas de enriquecimento ilícito e tráfico de influências.

Apesar de todas essas provas, o Procurador Geral da República Roberto Gurgel disse que: "nada consta" e arquivou as denúncias contra Palocci (sabe-se que este senhor foi indicado pelo Presidente Lula (PT) para assumir o cargo que exerce hoje, não estou acusando, pois não tenho provas, mas pode ter sido uma troca pelo favor recebido, já que o acusado pertence ao mesmo partido do ex-presidente).

Apesar do arquivamento dos autos, Palocci não resistiu e pediu o afastamento a Presidente Dilma. Detalhe muito importante, este senhor já foi acusado de ter participado do caso mensalão, quando era prefeito em Ribeirão Preto, onde recebia R$50 mil mensais de empresas e este dinheiro era destinado aos cofres do partido para manter as campanhas políticas de seus associados.

A parir do momento que foi quebrado o sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa, o então Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, demitiu Palocci do Ministério da Fazenda, quando o Guido Mantega assumiu o cargo e não mais saiu.

Veja que o passado deste senhor (Palocci) não é nada limpo, lembrem-se de, nas próximas eleições, caso este senhor concorra a algum cargo eletivo, por favor NÃO VOTEM NELE.

O segundo a cair foi o Alfredo Nascimento (PR-AM) que comandava o Ministério do Transporte, pois foi acusado pela Revista Veja sobre um esquema de propina que estava acontecendo no Ministério, comandado por ele. Com essas notícias bombásticas o então Ministro afastou o chefe de gabinete Mauro Barbosa da Silva, o assessor de gabinete Luís Tito Bonvini, o diretor-geral do DNIT, Luís Antônio Pagot e o diretor-presidente da Valec, José Francisco das Neves.

Apesar de todas as providências tomadas foi aberta investigação no Senado, mas o Presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto (PMDB - MA), que foi escolhido pelo Presidente do Senado, José Sarney (PMDB- AP), arquivou a representação feita pelo PSOL, pois o mesmo alegou que os documentos apresentados foram apenas recortes de jornais e revistas. Além disso, foi constatado, na mesma época das denúncias, que seu filho Gustavo Morais Pereira teve seu patrimônio aumentado em 86.500% (não digitei errado, é isso mesmo) no período de 2009 a 2011. A construtora de Gustavo, que foi criado com um capital social de R$ 60 mil, teve seu patrimônio aumentado para mais de R$ 50 milhões, este caso está sob investigação e seu pai, pediu demissão do cargo no dia 6 de Julho.

Vamos ao terceiro Ministro, que foi Nelson Jobim, responsável pelo Ministério da Defesa, que permaneceu no cargo a pedido de Lula, este até agora foi o único que não foi demitido por acusações de corrupção, enriquecimento ilícito.

Na verdade, ele foi demitido por um comentário feito no aniversário de 80 anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, onde disse que era obrigado a conviver com idiotas no governo, e no final de julho ele afirmou que votou no candidato José Serra em 2010 e, por fim, o estopim foi uma entrevista concedida a Revista Piauí onde classificou a ministra Ideli Salvatti como "fraquinha" e afirmou que sua colega Gleisi Hoffman não conhecia Brasília. Ele deixou o cargo no dia 4 de agosto e quem assumiu a pasta foi Celso Amorim.

O quarto da lista está o Ministro da Agricultura Wagner Rossi (PMDB-SP), que sofreu acusações de corrupção na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Entre elas de pagamento de propina em troca de contratos e favorecimento em campanhas eleitorais e a mais recente aponta que Rossi teria viajado em jatinho de empresa favorecida pelo ministério.

O sr. Wagner alega que é perseguição o motivo da acusação, devido a aliança entre PT e PMDB, e sobre as viagens, informa que não se enquadra em situação antiética, mas não é o que diz o Código de Ética e Conduta dos Servidores Públicos - Decreto n. 1.171, de 22 de junho de 1994 conforme Seção III - Das Vedações ao Servidor Público: XV - É vedado ao servidor público: a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem.

Ele também se defende informando que respondeu a todas as acusações com documentos comprobatórios, mas que a imprensa o ignorou. Alega ser inocente, em carta entregue a Presidente Dilma, e informa também que foi usado devido a irregularidades no ato de suas funções pelo ex-diretor financeiro da Conab, Oscar Jucá Neto, e o ex-chefe de licitações do Ministério da Agricultura, Israel Leonardo Batista (sendo que foram eles que o acusaram de corrupção).

Se é verdade tudo isso que o Sr. Wagner alegou não sei, mas que na política existe um grande "jogo de puxa tapete", isso não podemos negar, pois o poder mexe com a cabeça de pessoas fracas. Mas também não podemos dizer que ele é totalmente inocente, pois assim que se assume um cargo no funcionalismo público é dever do cidadão se informar sobre suas obrigações e direitos. E só para que todos saibam, ele não era leigo, pois é graduado em direito pela USP. O então Ministro deixou o cargo na noite do dia 17 de agosto.

O quinto foi o Ministro do turismo Pedro Novais (PMDB-MA), pois seu nome já estava envolvido em escândalos desde janeiro de 2011, quando assumiu o ministério. Antes mesmo de assumir o cargo, ele foi denunciado pelo jornal O Estado de S.Paulo de pedir ressarcimento a Câmara, quando ainda era deputado federal, no valor de R$ 2.156,00 (dois mil cento e cinquenta e seis reais), por despesas com motel em São Luis (MA). O Ministro simplesmente incluiu a nota fiscal na prestação de contas de verba indenizatória. O Ministro também utilizou os serviços de um servidor da Câmara, Adão dos Santos Pereira, como motorista particular para a sua mulher (aposentada do serviço público), Maria Helena de Melo.

O sr. Adão já servia no gabinete de Pedro Novais quando era deputado e, ao assumir o cargo de Ministro do Turismo, o motorista foi transferido para o gabinete do deputado Francisco Escórcio (PMDB-MA), devido a troca de favores políticos e fisiológicos.

Após tudo isso, ainda teve mais um caso, onde o secretário executivo do ministério, Frederico Costa, foi preso durante a operação Voucher da Polícia Federal, suspeito de liberação irregular de verbas públicas para a ONG Ibrasi. Costa pediu demissão, e junto com ele foi o Ministro Pedro Novais, no dia 14 de setembro.

Cuidado para não esquecerem as contas, estamos no sexto Ministro afastado, e agora é o famoso caso Orlando Silva (PCdoB-BA), Ministro dos Esportes, onde também está envolvida sua mulher, Anna Cristina Lemos Petta e a ONG comandada por filiados do PCdoB.

Desde fevereiro de 2011, Orlando Silva foi acusado por sucessivas denúncias de fraudes em convênios com o ministério. O jornal O Estado revelou irregularidades no Programa Segundo Tempo, que teria se transformado em instrumento financeiro do partido de Orlando, mesmo assim, a presidente Dilma resolveu não afastá-lo e disse que era necessário calma para apurar todos os fatos.

Em outubro, novos fatos colocaram Orlando Silva como suspeito, em suposto esquema de desvios de dinheiro e cobrança de propina, ele negou por três vezes no congresso sobre suposto esquema, mas sua repercussão ficou negativa, pois ele era o responsável pela organização da Copa do Mundo de 2014 e com isso, no dia 26 de setembro, pediu para sair.

O sétimo Ministro a cair foi referente a pasta do Trabalho, Carlos Lupi (PDT-SP), mas antes de cair, disse ironicamente que só sairia a bala da esplanada, durou 27 dias, pois ele mesmo se enforcou com a própria corda. Primeiro perdeu o apoio do próprio partido, após as ironias feitas e as explicações conflitantes sobre viagem em jatinho com o dono de uma das ONGs Adair Meira, sendo que esta era uma viagem oficial ao Maranhão e depois a ironia feita a Dilma com pedidos de desculpas.

Ele não conseguiu explicar à Comissão de Ética da Presidência sobre as denúncias de cobranças de propina no exercício da função de Ministro e pesaram para a sua queda, mais denúncias sobre a utilização deste dinheiro para abastecer o caixa do PDT e patrocinar ONGs de fachadas. Este Ministro é mais um que foi mantido a pedido do ex-presidente Lula.

Agora quem é que manda de verdade nesse país? É o ex ou a Presidente Dilma? Até agora o que vimos foi uma Presidente apenas ocupando o cargo e o ex-presidente coordenando tudo nos bastidores, pois a grande maioria dos ministros que caíram, tinha a indicação do Lula e tem mais um investigado, o Ministro do Desenvolvimento Industrial, Fernando Pimentel (PT-MG), que entre 2009 e 2010, recebeu cerca de R$ 2 milhões, por consultorias feitas as empresas e a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais e por tráfico de influências.

Veremos os próximos capítulos!

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Thatiana Pinheiro

por Thatiana Pinheiro

Curso Básico de Informática na Escola Saliens concluído em 2001; Curso de Bacharel em Direito na Universidade São Marcos não concluído (tranquei no 5º semestre). Minhas pretensões é retornar à Universidade para estudar Jornalismo.

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