Violência: Interesses ocultos

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Direito

27/06/2012

Mais que um problema de formação profissional, o despreparo da polícia militar – em especial no Rio de Janeiro – revela os diversos aspectos relacionados à segurança pública. Assim, a questão deve ser analisada sob a ótica de fatores culturais, científicos, econômicos e políticos, pois esconde um jogo de interesses que passa despercebido aos olhos da massa.

Comparar a atuação da polícia brasileira com a americana pode incorrer em uma interpretação equivocada da realidade por ignorar o discriminante cultural. Será que um militar do Texas teria o mesmo sucesso na “favela da rocinha”? A “técnica” e a “velocidade” substituiriam, de fato, a “violência”? Por quantos dias esse policial conseguiria manter-se vivo, ao usar da “boa formação” que recebeu em um ambiente com características tão adversas?

A realidade evidencia a reprodução, no meio social, da “luta pela sobrevivência” descrita por Darwin no livro “A origem das espécies”. Tim Lopes, repórter da Globo, foi assassinado de forma brutal ao se infiltrar em uma favela para fazer uma reportagem sobre drogas. No Estado do Rio, os policiais precisam secar a farda dentro de casa para não serem identificados, do contrário, tornam-se alvo de perseguição. Na condição de “matar” ou “morrer”, é necessário lutar de igual para igual (como mostra o filme Tropa de Elite: polícia especializada para atuar na favela).

Rever a questão do treinamento dos policiais é preciso, embora não resolva o impasse, pois as raízes do problema são mais profundas. Enquanto os interesses econômicos e políticos prevalecerem, o combate à violência continuará a ser tema de “campanha eleitoral”. Até porque, a situação desfavorável da segurança pública também é interessante para o “poder paralelo” existente no Rio. Por isso, a instituição de segurança fluminense é a que mais mata e morre no país.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Aline Cambui Turibio

por Aline Cambui Turibio

Graduação em CIÊNCIAS BIOLÓGICAS pela Fundação Universidade do Tocantins - UNITINS (1999); especializações em BIOLOGIA pela Universidade Federal de Lavras - UFLA (2004) e em GESTÃO EDUCACIONAL pela Universidade Católica de Brasília - UCB (2011); curso de aperfeiçoamento em GESTÃO em SAÚDE pela Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ (2002); extensão em Formação de Multiplicadores de Informações Preventivas sobre Drogas pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC (2003) e em Educação Ambiental pela Fundação Universitária de Brasília - FUBRA (2002); diversos cursos nas áreas de Educação, Saúde e Meio Ambiente. É professora concursada da Secretaria Estadual de Educação do Tocantins (1999 - atual) e da Secretaria Municipal de Educação de Palmas (2004 - atual).

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