Os cuidados paliativos é a humanização do atendimento ao paciente terminal
Direito
06/02/2013
Não é fácil a tarefa de se definir de modo objetivo o que é um paciente em fase terminal da vida. A grande maioria dos profissionais da saúde prepara-se para a prevenção de doenças para o diagnóstico e tratamento, para os cuidados intensivos, mas bem poucos estão preparados para a morte, para o momento de dar um basta ao uso de métodos inúteis e permitir que o paciente, com dignidade e naturalmente, despeça-se da vida. Para a Dra Pilar L. Gutierrez:
É quando se esgotam as possibilidades de resgate das condições de saúde do paciente e a possibilidade de morte próxima parece inevitável e previsível. O paciente se torna “irrecuperável” e caminha para a morte, sem que se consiga reverter este caminhar. (REVISTA DA ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA, 2001).
Ocorrem muitas vezes orgulho e vaidade, no caso dos profissionais, ou apego humano, no caso dos familiares e até do próprio paciente. Não podemos nos esquecer de que muitas vezes, e quase sempre, a própria pessoa também não quer morrer e o momento natural da morte é adiado com artifícios bioquímicos, farmacológicos e tecnológicos. A morte ainda nos assombra, mas deixa de ser uma questão psíquica e passa a ser uma questão ética e jurídica quando estão envolvidos os jogos econômicos da utilização de métodos sofisticados em circunstâncias absolutamente adversas à continuidade da vida.
Não são poucas às vezes em que um paciente sem condições terapêuticas é mantido atado a tubos e fios, conectado a aparelhos, e morre sozinho, isolado, longe da família, de quem lhe segure a mão, que lhe expresse amor, sem qualquer atenção à sua dignidade. Na verdade a avaliação do estado terminal de um paciente pode ser uma questão bastante subjetiva do ponto de vista do próprio paciente, de suas possibilidades pessoais, do médico que o assiste e da família. Isto quer dizer que o reconhecimento do estado terminal de paciente é um processo cultural, e humano, que ultrapassa as fronteiras da biologia.
Obviamente há dados objetivos, como exames laboratoriais aliados à experiência do profissional, que podem tornar menos imprecisos esse momento. A admissão de esgotamento dos recursos materiais não significa o esgotamento dos cuidados a serem dedicados ao paciente, mas ao contrário, abre novas perspectivas. Mudam os instrumentos, mas os cuidados permanecem agora mais humanizados.
Família e profissionais devem investir em cuidados que diminuam o desconforto, que aliviem a dor. É o momento em que o ser biopsicosocioespiritual toma o lugar do ser biológico. A equipe multidisciplinar tem grande importância no atendimento das necessidades psíquicas e espirituais do paciente em estado terminal. Respeitar a individualidade do paciente, sua autonomia, são imprescindíveis para a manutenção da dignidade e não permitir que chegue VIVO ao momento de morrer.
Cuidados Paliativos
Os cuidados paliativos, ou medicina paliativa, é a humanização do atendimento ao paciente em estado terminal. O único objetivo desses cuidados é melhorar a qualidade de vida do doente e da sua família. É um modo humanista de cuidar dele. Orienta-se pelo respeito à dignidade humana no momento de grave transformação física e psíquica, comuns no extinguir da existência humana.
O alívio da dor é fundamental para melhorar a qualidade de vida desses pacientes e suas limitações de movimento. Sentir-se seguro e amado tem enorme importância para a preservação da saúde psíquica. É importante, igualmente, a atenção da equipe multiprofissional à família cujo desgaste com a situação, principalmente quando a sobrevida é prolongada, pode gerar esgotamentos físicos e psíquicos percebidos pelo doente, causando estresses, trazendo transtornos e afetando a saúde psíquica de todos.
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por Colunista Portal - Educação
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