Mulheres de outras culturas exaltadas por um jogo de interesses

Nabila, 9 anos, na luta contra os Drones
Nabila, 9 anos, na luta contra os Drones

Direito

17/03/2015

Malala é uma jovem paquistanesa que ficou altamente reconhecida por ser ativista à educação e direito das mulheres. A garota, sob um pseudônimo relatou para um blog da BBC os abusos e controle do regime Talibã. Perseguida e atentada com um tiro na cabeça (que felizmente não a matou), Malala hoje vive fora de seu país, alertada por sua família, inclusive, de que não volte. A paquistanesa tem apoio, Nobel da Paz e reconhecimento fora de seu país pelo que luta, sofreu e supera.


Nabila é outra jovem paquistanesa que viu a sua avó, Mamana Bibi, ser despedaçada num ataque. O seu irmão, Zubair, também ficou ferido. Nabila poderia ser mais uma vítima da violência tão comum em seu país, porém a morte ocasionada foi por um Drone, robô que está sendo usado pelos EUA em guerras (que abrangerá riscos aos inimigos de guerra altamente desproporcional, já que se trata de alta tecnologia) num programa de assassinatos seletivos e que engloba política externa de uma estratégia de guerra do Presidente Barack Obama a nível mundial.



Em pesquisas feitas, Malala luta pelo direito da menina paquistanesa poder ir à escola, entretanto não é todo mundo de seu país que a admira. O apoio recebido pela mídia internacional, e toda sua fama e repercussão no caso, trouxe apenas mais uma visão negativa de seu país, o que faz todo sentido para os EUA dar total apoio e admiração. Já Nabila, que é também mais uma vítima da violência de seu país, não teve a mesma repercussão com a mesma mídia, pois um robô em alta tecnologia usado para guerras (criado e exclusivo para acesso dos EUA) denuncia e levanta uma questão de poder e política que declara interesses dos quais os EUA não querem abrir mão.


Dessa forma, ficamos atentos em como a mídia internacional tem o poder deconstruir e dar poder a representação da imagem de alguém que aparentemente deveria ter sido para eles, apenas mais uma garota do "terrível" Paquistão. Será mesmo, que os EUA estariam interessados nas causas de Malala, por bom senso e indignação? O acesso da escola para meninas, é obviamente uma causa importante, mas se Nabila também é paquistanesa, sofreu um tipo de violência justa, é menina e tem familiares atentados por um robô de guerra, e não recebeu o mesmo tratamento pela mídia internacional, podemos dizer que quando a causa torna os EUA "terrível" e não apenas o Paquistão, Malala foi apenas instrumento e tática de uma imprensa que visa interesses bem mais profundos que nosso vã bom senso pode imaginar.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Fernanda de Alcântara Alencar

por Fernanda de Alcântara Alencar

Escritora do Livro: "Srta*Fe... uma contadora de histórias em busca de pontos e mais pontos de vista..." Blogueira & Comunicadora, por paixão. Jornalista, por formação. Feminista, para desconstruir e buscar um mundo melhor. Sentimental em: www.senhoritafe.blogspot.com Zoeira, crítica e dramática em: @fernizando

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