Pobreza e Mulher Rica

Direito

04/05/2015

O Brasil apresenta milhões de pessoas que vivem em condições de pobreza, mas isso não significa que só porque uma pessoa ou a família é pobre, os casos de violência doméstica serão maiores ou estarão mais presentes. Porém, pode indicar uma situação mais suscetível, principalmente entre as mulheres jovens, por estarem em maior evidência na comunidade onde estão presentes e por serem mais atrativas aos agressores e aos criminosos.

A condição de vida das pessoas que são moradoras de áreas carentes (Favelas, vilas, aglomerados) onde o poder público não oferece uma maior assistência social de desenvolvimento, pode ser considerada como um fator de vulnerabilidade para atos de violência doméstica.

A presença da mulher nestes locais as deixa mais suscetíveis a atos de violência, por frequentarem com maior frequência as áreas de riscos e por algumas conviverem com homens ligados à marginalidade, ao tráfico de drogas e outros tipos de atividades ilegais.

Mas por outro lado é comum em algumas comunidades, com a falta do aparato do Estado, a própria população ditar as regras e adotar as medidas de convivência social, chegando até mesmo a punir pessoas que estão em desacordo com os “regulamentos” por eles apresentados, e em muitos lugares a violência contra a mulher é objeto de punição ao agressor.


Mulher “Rica”

As mulheres em condições sociais satisfatórias, que possuem uma vida estável e de boas condições financeiras, e principalmente as que são sustentadas pelo parceiro, também são vítimas de violência doméstica e só não estão muito em evidência devido à falta de denúncia e providências necessárias para que estes atos não aconteçam.

A vergonha, o medo da perda do conforto, a preocupação com os filhos e a repercussão que uma denúncia poderá provocar, são os principais fatores para que não ocorra a delação. A denúncia, nestes casos, pode prejudicar a imagem do parceiro, que, muitas vezes, possui uma boa figura perante a sociedade e tem influência com autoridades.

Elas temem a exposição exagerada o que acaba por deixar os agressores impunes e mais violentos em seus atos. Assim, percebemos como é difícil traçar um “mapa” das vítimas de violência doméstica no Brasil.

A falta de dados (dados mais exatos), a falta de denúncias e de uma integração dos meios que buscam relacionar os perfis das mulheres, vítimas de violência doméstica, que visam direcionar ações educativas e ações de combate a estes atos, acaba fazendo com que as ações de prevenção, combate e denúncia se tornem ineficazes.