A violência doméstica pode se manifestar por meio de fases.
Direito
04/05/2015
A violência doméstica pode se manifestar por meio de fases, o que é muito comum no ambiente. Entre as pessoas que convivem com esta situação são observados ciclos que se desencadeiam nas relações e podem terminar de forma muito trágica. A seguir, conheceremos como se dão estas fases ou ciclos.
1ª Fase: A criação da tensão
São acontecimentos de “menor” gravidade, que vão tornando o ambiente tenso, podendo ser em um período curto (dias) ou podendo se agravar para períodos maiores (meses e anos). Estes eventos são: ameaças, xingamentos, crises de ciúmes, pequenas agressões físicas (empurrões) entre outros.
A mulher demonstra precaução extrema com relação ao seu companheiro, nega que o abuso esteja acontecendo e tenta controlar a situação e procura justificar os desentendimentos assegurando que as refeições estão sendo preparadas, que a casa está sendo bem cuidada e que os filhos têm bom comportamento.
Já o agressor tem a consciência de que seu comportamento não é adequado e sente receio de que a companheira o denuncie e o abandone, sente-se frustrado pelo relacionamento não estar passando por um bom momento.
Com o passar dos tempos, a vítima se sente também culpada, pois sabe que o comportamento do agressor está errado e faz de tudo para não provocá-lo. Sente-se também amedrontada, não tendo mais respeito pelo companheiro, mas sim o medo e o pavor, aumentando a tensão entre o casal, o que leva a mais atos de hostilidade e de violência verbal e psicológica na relação. E neste ponto passam para a fase 2 deste ciclo de violência.
2ª Fase: O ato de violência
Esta segunda fase tem uma duração menor do que a primeira e terceira fase. As agressões verbais se mostram mais frequentes e acentuadas e é onde acontecem as agressões físicas mais nocivas, sendo que o agressor consegue violentar a mulher com mais intensidade e violência.
A vítima sente que a sua vida está ameaçada e que o agressor está mais violento e geralmente não busca uma saída para a situação, espera que a fase termine e que a relação volte a 3ª fase, que é a fase da convivência tranquila. Por isso, a vítima não toma nenhuma atitude que possa cessar a violência no lar.
Ela acredita que aquele momento foi, por algum motivo, banal (embriaguez, estresse, uso de drogas, problemas financeiros) e que o agressor só agiu assim naquele instante, e que não voltará a acontecer novamente.
3ª Fase: Tranquilidade e carinhos
Na 3ª fase o agressor se arrepende dos seus atos de violência e procura agir de forma carinhosa, amorosa e humilde com a mulher. Busca recompensar os seus atos de violência com demonstrações, muitas vezes, exageradas, de carinhos, presentes e submissão à mulher, e tenta se desculpar pelo ocorrido, sempre dizendo que nunca irá acontecer novamente.
Assim, a mulher se sente confusa e tende a aceitar e acreditar que as suas agressões não ocorrerão novamente, pois o agressor também se mostra interessado em mudar de forma convincente, chegando a procurar auxílio psicológico e tratamentos especializados.
Então, a mulher agredida passa a acreditar na mudança de postura do agressor, sendo que ele também se utiliza de familiares e amigos para demonstrar que mudou e que não mais agirá de forma violenta com as pessoas do ambiente doméstico, pois teme que a mulher o rejeite e termine o relacionamento.
Porém, após algum tempo, o remorso, os carinhos e a atenção que tentavam substituir as ações violentas do agressor à mulher, são substituídos por conflitos e incidentes de menor proporção, fazendo com que a tensão da mulher aumente, acabando por fazer com que a relação entre novamente na 1ª fase, a de agressões, dando continuidade a este ciclo de violência.
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por Colunista Portal - Educação
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