Nós podemos gastar calorias com as atividades do dia-a-dia
Educação Física e Esporte
24/10/2012
O estudo da fadiga, numa relação entre o desporto e a capacidade de produção. A análise é feita numa base energética muscular alertando para a importância duma prática física regular. Duma forma simples acessível e convincente são realçadas as vantagens da prática desportiva do trabalhador como contribuição importante para a sua saúde, melhorando a sua qualidade de vida e constituindo um benefício social ao visar o aumento da produtividade.
Começamos a apresentação do nosso subtema de hoje: "Fundamentos científicos das relações entre desporto e produção", avançando algumas ideias gerais que, definindo e delimitando o espaço da nossa intervenção e contribuindo certamente para melhor situar o debate que se lhe seguirá, permitirão desde já deixar claro o objetivo que nos propomos. Não existe aquilo a que se poderia chamar uma ciência do desporto. O fenômeno desportivo é rico, multifacetado, decomponível em muitos vectores, e a sua abordagem e estudo faz-se pela via das mais variadas ciências: a sociologia, a psicologia, a história, a fisiologia, a biofísica e outras.
O processo produtivo, por seu lado, é extremamente complexo, tem as suas leis próprias e é passível de interpretação e análise diversas, guardando-nos de tomar posição de tipo teórico ou doutrinário neste campo, não podemos deixar de lembrar que o tipo de relações sociais de produção e a concomitante posição do trabalhador, ou seja: - o produtor - face à posse dos meios de produção, tem repercussões profundas a todos os níveis. E nestes não podem deixar de se incluir, por pouco que possa ser considerada a sua importância, a prática desportiva dos trabalhadores e as suas consequências diretas ou indiretas no processo produtivo.
Poderíamos, pois, afirmar, para concluir esta pequena introdução ao nosso trabalho, que o que nos interessa demonstrar de imediato, é a tradução em termos de manutenção ou aumento de produtividade, individualmente considerada, da reprodução ou aumento da força de trabalho conseguida através da prática de atividades físicas ou desportivas. Ou ainda que a produtividade de um trabalhador que pratica regularmente desporto ou outras atividades físicas, no quadro da ocupação ativa dos seus tempos livres, ou através de outras formas organizadas, é inevitavelmente maior do que a do trabalhador que o não faz, ou o faz irregularmente. O cômputo do somatório dos índices individuais de produtividade reproduzidos, ou aumentados, e a avaliação da sua importância no que toca aos valores globais da produção, é do foro dos especialistas em matéria de economia, e não do nosso.
Quanto ao enfoque doutrinário, ideológico mesmo, com que haverá que abordar e discutir o desporto para trabalhadores à luz do sistema de relações de produção, em que estes se acham inseridos, estarão previstas neste Seminário ocasiões para isso. Passemos, então, ao nosso subtema. E, dado que seria impossível, no curto espaço de tempo de que dispomos e com um mínimo de seriedade, percorrer todos os sectores de intervenção neste campo, escolhemos o que nos parece, simultaneamente, mais motivador de interesse e discussão, e mais objetivo e documentado, tanto a nível do trabalho, como do desporto: a fisiologia do esforço, particularizada no problema energético.
Um dos problemas que se levanta logo que abordamos a questão das relações entre o desporto e a produção é o da FADIGA. Com efeito, esta manifesta-se objetivamente por uma quebra de rendimento, por uma redução da capacidade de trabalho e da eficiência. Zatsiorsky define-a mesmo como "uma diminuição temporária de rendimento provocada por uma carga física (trabalho)". Esta é uma das muitas definições possíveis, dado que, não existe uma só fadiga, mas sim fadigas: a fadiga do trabalhador manual é diferente da do trabalhador intelectual ou do doente.
Todo e qualquer trabalho que realizemos, implica um consumo de energia que é obtida a partir de um grande número de reações químicas realizadas no nosso organismo. Assim, o músculo comporta-se como uma fábrica que, ao transformar energia química potencial em trabalho mecânico, possibilita a realização do movimento. É o trifosfato de Adenosina (A.T.P.) que, ao cindir-se em difosfato de Adenosina (A.D.P.) e Fósforo (P) liberta a energia que vai ser utilizada na contração muscular. A.T.P. = A.D.P. + P + Energia A fibra muscular pode contrair-se sempre que possua ATP, mas como as reservas de que dispõe são muito limitadas, assegurando apenas a realização de um pequeno número de contrações musculares, é necessário recorrer a fontes de energia que assegurem a ressíntese do ATP. A.D.P. + P = A.T.P.
Há diversos tipos de reações químicas que asseguram a manutenção das reservas de ATP umas utilizam oxigénio e outras não, pelo que as podemos classificar em aeróbias e anaeróbias. O metabolismo aeróbio liberta energia, graças a combustões lentas realizadas no interior da fibra muscular durante as quais consumimos glicídios (açúcares), lipídeos (gorduras) e prótidos na presença de oxigênio. Embora possamos usar todos estes substratos energéticos, é a um açúcar, a glicose, que nós recorremos preferencialmente. A glicose contida nos alimentos é assimilada e transportada pelo sangue até ao fígado e às fibras musculares, onde se deposita sob a forma de glicogénio. O oxigênio é retirado do ar atmosférico pelos pulmões e transportado pelo sangue até às fibras musculares onde se vai encontrar com a glicose. Temos assim, em presença dois elementos indispensáveis para se efetuar a combustão: o combustível (glicose ou ácidos gordos) e o comburente (oxigénio).
A reação desencadeia-se graças ao influxo nervoso enviado pelo sistema nervoso. Quantitativamente, a energia produzida pela via aeróbia é praticamente inesgotável dado que, em condições normais, a quantidade de oxigênio de que dispomos é inesgotável, e por outro lado, o único produto tóxico da reação, o anidrido carbónico, é facilmente eliminado pela respiração. O fator limitativo à quantidade de energia produzida aerobiamente é por tanto a quantidade de combustível acumulado (glicogénio e gorduras). Contudo este limite só é atingido em casos de subnutrição, já que, mesmo em esforços tão intensos e prolongados como uma prova de maratona, este limite não é atingido. Se a quantidade de energia fornecida por este mecanismo não levanta quaisquer problemas, já não poderemos dizer o mesmo no que respeita à potência (quantidade de energia fornecida num determinado intervalo de tempo). Com efeito, a potência do metabolismo aeróbio ou capacidade aeróbia é muito limitada, só nos permitindo realizar esforços de pequena intensidade. A capacidade aeróbia é variável de pessoa para pessoa, e depende não da quantidade de reservas de glicose e gorduras, mas sim da capacidade máxima de consumo de oxigénio (VO2 Max.).
Quanto mais oxigênio conseguirmos consumir em cada minuto, maior é a potência do trabalho que podemos efetuar aerobiamente. Logo que a potência do esforço desenvolvido ultrapasse a nossa capacidade aeróbia, a energia suplementar provirá das fontes anaeróbias. Estas só são solicitadas de maneira significativa quando a capacidade de consumo de oxigênio é insuficiente para permitir que o trabalho se realize aerobiamente. Um indivíduo bem treinado, tendo por tanto uma grande capacidade de consumo de oxigênio, realizará aerobiamente um trabalho que um sedentário só conseguirá efetuar mobilizando também o metabolismo anaeróbio. A capacidade de consumo de oxigênio constitui por tanto um valor charneira, que determina ou não a mobilização das fontes energéticas anaeróbias.
A potência anaeróbia é muito superior à aeróbia, contudo a quantidade de trabalho fornecida na ausência de oxigénio é muito pequena, visto que, ao mobilizarmos este mecanismo há um produto tóxico, o ác1do láctico, que ao acumular-se no sangue, provoca o aparecimento da fadiga, o que nos obrigará a parar ou a reduzir a intensidade do trabalho até que este se possa realizar aerobiamente. Segundo Margaria o metabolismo anaeróbio pode fornecer uma quantidade de energia igual a 360 K.cal/Kg e uma potência de 1190 Kcal/Kg/m, enquanto que o metabolismo aeróbio fornece uma quantidade infinita de energia, mas tem uma potência de cerca de 220 Kcal/Kg/m.
Podemos resumir o que dissemos anteriormente da seguinte maneira: O metabolismo aeróbio fornece quantidades praticamente ilimitadas de energia, mas tem uma potência muito fraca que depende da capacidade de consumo de oxigénio. O metabolismo anaeróbio tem uma potência muito grande, mas fornece pequenas quantidades de energia, sendo o fator limitativo a quantidade de ácido láctico que conseguimos tolerar no sangue. Este fator define a capacidade anaeróbia. Capacidade de consumo de oxigênio.
É graças aos trabalhos de Christensen, (1932) que conhecemos com precisão a relação quantitativa existente entre a potência fornecida no decorrer de um determinado trabalho e o consumo máximo de oxigênio. À medida que aumenta a potência de trabalho fornecida aumenta linearmente o consumo de oxigênio. Contudo este aumento de consumo em função da potência fornecida só pode ser observado até determinados limites. Assim, o consumo de oxigênio medido num indivíduo que corre num tapete rolante, é diretamente função da velocidade da corrida; depois a partir dos 18 Km/hora o consumo de oxigênio estabiliza-se: o aumento da velocidade de corrida já não determina qualquer aumento de consumo de oxigênio.
O indivíduo alcançou o seu consumo máximo de oxigénio Segundo J. Karlsson e col., “a partir deste limite qualquer aumento da potência de trabalho desenvolvido é obtido a partir do metabolismo anaeróbio pelo que, há um aumento muitíssimo rápido da concentração de ácido láctico no sangue, o que nos obrigará a parar a muito curto prazo, devido ao aparecimento da fadiga”.
Custo energético das atividades físicas do homem
O dispêndio energético em diferentes atividades exercidas pelo homem (laborais, desportivos, agrícolas, militares, domésticas, etc.) é naturalmente diferente. Dada à reduzida investigação em Portugal neste campo recorremos aos valores coletados por Hugues Monod: TRABALHO DE ESCRITÓRIO, ARTESANATO E INDÚSTRIA LIGEIRA Fazer registos e escritura 1,1 a 1,5 Kcal/m Escrever à máquina 1,4 a 2,1 Kcal/m. Trabalho de sapateiro 1,8 a 2,7 Kcal/m. Trabalho no Torno 3,0 a 3,7 Kcal/m. TRABALHO DOMÉSTICO Coser à mão ou à máquina 1,3 a 1,6 Kcal/m. Engraxar sapatos, descascar batatas 2,1 a 3,0 Kcal/m. Fazer as camas 3,9 a 5,4 Kcal/m. Bater e limpar tapetes 3,5 a 8,0 Kcal/m. CONSTRUÇÃO CIVIL, INDÚSTRIA PESADA E MINAS Colocar pedras ou tijolos 3,4 a 4,00 Kcal/m. Retirar escórias dum forno 11,6 Kcal/m. Transportar carvão 6,6 a 7,7 Kcal/m. Empurraras wagonnets 7,3 a 10,6 Kcal/m. TRABALHOS AGRICOLAS Arrancar beterrabas à mão 3,8 Kcal/m. Tratar das vacas 3,4 a 4,7 Kcal/m. Ceifar com foice 6,8 a 8,3 Kcal/m. Partir madeira 8,9 a 9,7 Kcal/m. Derrubar árvores com machado 8,2 a 10,7 Kcal/m. ACTIVIDADES DESPORTIVAS Voleibol 3,5 Kcal/m. Tênis 7,1 Kcal/m. Futebol 8,9 a 13,3 Kcal/m. Remo 4,1 a 11,2 Kcal/m. Corrida de corta mato 10,6 Kcal/m. Natação 5,4 a 14 Kcal/m.
Muitos autores têm classificado os trabalhos físicos segundo o dispêndio energético a partir de dados como os anteriormente apontados. Têm chegado a conclusões muito diferentes já que classificam os trabalhos utilizando denominações arbitrárias como trabalho ligeiro, duro, intenso, etc. A título de exemplo, apontaremos estas duas classificações: O tipo de classificação apontado anteriormente não nos parece o mais correto dado que não toma em consideração um fator fundamental que é a massa muscular solicitada.
Com efeito se num determinado trabalho utilizarmos só os músculos da mão, embora o consumo enérgico total aumente pouco, poderemos ser obrigados a parar a curto prazo dado o aparecimento de um certo tipo de fadiga. O mesmo dispêndio energético num trabalho em que mobilizemos grande parte do corpo será certamente classificado de muito ligeiro. Spitzer e Hettinger apresentaram em 1959 a seguinte classificação: Localização dos músculos ativos Intensidade, Dispêndio energético Kcal / minuto. Mão Ligeira, Média, Pesada 0,3 a 0,6 0,6 a 0,9 0,9 a 1,2. Um membro superior Ligeira Média Pesada 0,7 a 1,2 1,2 a 1,7 1,7 a 2,2. Os dois Membros superiores Ligeira Média Pesada 1 ,5 a 2,0 2,0 a 2,5 2,5 a 3,0. Todo o corpo, Ligeira, Média, Pesada, Muito, Pesada 2,5 a 4,0 4,0 a 6,0 6,0 a 8,5 8,5 a 11,5.
SchereR e Mano (1960) apresentaram uma classificação mais simples: Designação do Trabalho Massa Muscular Solicitada, TRABALHO LOCAL Menos de 1/3 da Massa Muscular Total, TRABALHO REG1ONAL Entre 1/3 e 2/3 da massa Muscular Total, TRABALHO GLOBAL Mais de 2/3 da Massa Muscular Total. O trabalho local não está associado a uma ativação importante dos sistemas respiratório e cardiovascular. A capacidade aeróbia é muito pouca solicitada. Neste caso as causas da fadiga devem ser procuradas nas zonas do aparelho neuromuscular que contribuem diretamente para a execução do movimento.
Podemos por tanto falar duma fadiga local. Quando mais de 2/3 dos músculos participam no trabalho o dispêndio energético é geralmente muito grande o que implica a mobilização de toda a nossa capacidade aeróbia e, até de capacidade anaeróbia se o esforço for muito intenso. O fator limitativo num trabalho deste tipo é por tanto a capacidade de consumo de oxigênio e a capacidade de suportar taxas muito elevadas de ácido láctico no sangue.
Podemos falar por tanto duma fadiga global. O trabalho regional é um misto dos outros dois. O outro fator a ter em conta quando analisamos o tipo de esforço desenvolvido pelo homem é o tempo em que conseguimos manter um determinado ritmo de trabalho. É claro que o fator tempo está necessariamente associado à potência desenvolvida.
Zatsiorsky apresenta a seguinte classificação: POTÊNCIA DURAÇÃO DO TRABALHO: Potência Máxima Menos de 20”, Potência Sub-máxima de 20" a 5', Potência Importante de 5' a 30' Potência Moderada mais de 30'. Esta classificação tem muito interesse, já que as repercussões fisiológicas dos diferentes tipos de esforços são muito diversas. Assim, na zona de potência máxima situam-se os trabalhos muito intensos mas de curta duração, mobilizando fundamentalmente as fontes aeróbias de energia. Na zona de potência moderada situam-se os trabalhos de pequena intensidade mas de longa duração em que mobilizamos quase que exclusivamente a fonte aeróbia de energia não havendo portanto acumulação de ácido láctico. Não cabe neste trabalho um estudo detalhado deste quadro do qual poderíamos tirar bastantes ilações.
Em resumo poderemos dizer que para caracterizar minimamente do ponto de vista energético qualquer trabalho realizado pelo homem, temos de entrar necessariamente em conta com os seguintes fatores: DURAÇÃO DO ESFORÇO? INTENSIDADE? PERCENTAGEM DA MASSA MUSCULAR SOLICITADA? DISPÊNDIO ENERGÉTICO TOTAL? Valor e variação da capacidade aeróbia. A capacidade aeróbia pode ser medida em litros de oxigénio por minuto (l/m) ou então relativamente ao peso do corpo, em mililitros por quilograma e por minuto (ml/kg/m).
Há vários fatores que condicionam a capacidade aeróbia tais como: Idade, sexo, saúde e estado de treino. ? IDADE: A capacidade aeróbia sobe muito rapidamente até cerca dos 20-25 anos e depois começa a decrescer lentamente. ? SEXO: A capacidade aeróbia da mulher é inferior à do homem cerca de 10 a 20%. Segundo Astrand é de cerca de 4 l/m no homem e de 3 l/m na mulher. ? SAÚDE: A doença provoca uma diminuição substancial da capacidade aeróbia. É o que acontece em casos de insuficiência cardíaca, silicose, arterioesclerose, etc. ? ESTADO DE TREINO: A capacidade de consumo de Oxigênio é muito maior em indivíduos que praticam regularmente uma atividade física intensa que em sedentários, como poderemos ver no quadro seguinte: Indivíduos / Grupos estudados V.O2 Max K. Keino 82 ml/Kg/m Atletas noruegueses. (Andersen) 71 ml/Kg/m Atletas suecos. (Astrand) 66,8 ml/Kg/m Lapões nómadas. (Andersen) 54,0 ml/Kg/m Soldados noruegueses bem treinados. (Andersen) 53,2 ml/Kg/m Caucasianos, Bantos e Bushmen do Kalahari 48,0 ml/Kg/m Esquimós. (Andersen) 44,0 ml/Kg/m Indígenas chilenos 38,0 ml/K/m.
Como se vê, se compararmos os dois extremos desta relação, verificamos que o queniano Keino (campeão olímpico) tem mais do dobro de capacidade aeróbia que os indígenas chilenos. Isto é fruto de vários anos de treino muito intenso. Um esforço que solicite a capacidade máxima de consumo de oxigénio não pode habitualmente ser mantido mais do que de 6 a 8 minutos. Astrand verificou que um indivíduo bem treinado pode trabalhar durante 10 minutos a uma potência que solicite 95% da sua capacidade máxima de consumo de oxigénio, 30 minutos a 90%, 60 m a 85% e 120 m a 80%. O treino permite não só aumentar a capacidade de consumo de oxigênio, mas também a percentagem desta capacidade que é utilizada durante um determinado período de tempo.
O aumento da capacidade de consumo de oxigênio é obtido graças à melhoria dos seguintes fatores: Aumento do volume cardíaco, Aumento do débito cardíaco, Aumento da taxa de hemoglobina do sangue, maior poder de fixação de oxigénio pela hemoglobina, melhor ventilação pulmonar, melhor vascularização, melhor utilização tecidual do oxigénio graças a uma maior riqueza enzimática e ao aumento do número e do volume das mitocôndrias, estruturas vivas do citoplasma no interior das quais se realiza a combustão da glicose e dos ácidos gordos. A conjugação destes fatores permite que: o sangue transporte mais oxigênio, que mais oxigênio passe para as células, e finalmente que estas consumam mais oxigênio.
Chegados a este ponto estamos já em condições de perceber quais as vantagens que a prática desportiva tem para o trabalhador e de que maneira é que essas vantagens se podem manifestar num aumento da produtividade. Com efeito, se o trabalhador melhorar a sua condição física poderá como vimos antes, produzir mais com o mesmo esforço (ou produzir o mesmo com menos esforço) na medida em que ao melhorar a sua capacidade aeróbia está a afastar os limites da fadiga para níveis cada vez mais elevados.
Por outro fado, o aumento da capacidade aeróbia possibilita uma mais rápida recuperação após esforços anaeróbios, ficando por tanto o indivíduo apto a realizar, num mais curto lapso de tempo, um novo esforço anaeróbio. Se uma boa condição física é necessária para um bom funcionamento do nosso organismo, não nos podemos esquecer que, cada vez mais, essa condição física passa por uma prática desportiva regular, sistemática e conveniente. Mente orientada. Com efeito, o esforço físico desaparece cada vez mais do nosso dia-a-dia. Assim, no trabalho o esforço humano é substituído pelo trabalho mecânico e os tempos livres são cada vez mais caracterizados peja inatividade: ver televisão, ler o jornal, passear de carro, etc.
A condição física vai diminuindo gradualmente se o nosso organismo só for sujeito a estímulos de intensidade fraca. Só os estímulos fortes que encontramos no campo desportivo, ocasionam, graças a uma super compensação, processos de adaptação conducentes a uma melhoria da condição física. A prática desportiva do trabalhador também deve adquirir características de compensação de possíveis deficiências adquiridas no desempenho da atividade profissional. A prática desportiva, ao melhorar a capacidade dos diversos processos fisiológicos, contribui para a saúde na medida em que se podem evitar algumas das doenças provocadas pela inatividade. Esta desempenha um papel nefasto no desenvolvimento da obesidade, de dores lombares, de problemas de estética corporal, de doenças coronárias, de certas doenças psicossomáticas e de certos problemas de saúde mental. Esta é, quanto a nós, uma das principais vantagens da prática desportiva do trabalhador.
Ao contribuir para a saúde, a prática desportiva repercute-se, necessariamente, na qualidade de vida e pode mesmo, como vimos antes, tornar-se num benefício social ao contribuir para o aumento da produtividade. Nota: certamente poderíamos encontrar muitas outras razões justificativas das vantagens da prática desportiva pelo trabalhador, contudo procurámos situar-nos somente no âmbito da exposição feita anteriormente.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
por Nelson Carvalho
CEO da Empresa - Flower Anatomy; CEO da empresa - Sim Doutor; Administracao e Coordenacao - PainCare Clinicas de Dor; Diretor Tecnico - Corpore Care Clinica do Exercicio; Master em Motricidade Humana; Especialista em Metodologia do Treino; PgD Fisiologia do Exercicio; PgD Nutricao Desportiva; Tec. Especialista em Medicina Fisica e Reabilitacao; Membro do ACSM; Cedula profissional IDP/ProCAFD 23292
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