Diferenças Entre Métodos Do Treino De Musculação

Educação Física e Esporte

08/01/2013

Um grande mito de academia é que métodos diferentes para a hipertrofia produzem efeitos diferentes. Seguem abaixo 2 estudos que mostram que não. O fator psicológico é crucial nessa questão, portanto a prescrição de um determinado método para hipertrofia é visando o conforto psicológico do indivíduo. Um método confortável faz com que o indivíduo sempre se esforce para melhorar e tão logo os resultados aparecem.

A questão de estímulos diferentes não pode ser pensada em transitar de um treino de hipertrofia para outro de hipertrofia, pois no final é tudo hipertrofia e treinar hipertrofia sempre fatalmente levará o indivíduo ao platô. O real estímulo diferente é feito variando os treinos de força, hipertrofia e resistência muscular localizada durante os microciclos. Isso sim fará o indivíduo melhorar os parâmetros ou limiares para então transferir as capacidades melhoradas para as sessões de hipertrofia.

Estudo 1:

EFEITOS AGUDOS DE VÁRIOS MÉTODOS DE TREINAMENTO DE FORÇA NO LACTATO SANGUÍNEO E CARACTERÍSTICAS DE CARGA EM HOMENS TREINADOS RECREACIONALMENTE

RESUMO
Diversos métodos de treinamento de força (MTF) foram desenvolvidos com o propósito de manipular os estímulos fisiológicos e obter melhores resultados com o treinamento. O propósito do presente estudo foi comparar as respostas metabólicas e mecânicas entre sete diferentes MTF descritos na literatura. Os MTF foram comparados com relação ao lactato sanguíneo, tempo sob tensão (TST) e sobrecarga total (TST x carga) em jovens treinados do sexo masculino. Os MTF testados foram 10RM, superlento, isométrico funcional, oclusão vascular adaptada, 6RM, repetições forçadas e séries descendentes. Todos os MTF produziram elevações significativas no lactato sanguíneo, sem diferenças entre eles. O método de séries descendentes produziu maior tempo sob tensão e sobrecarga total em comparação com os outros MTF testados.

Confira o artigo completo em:

http://www.scielo.br/pdf/rbme/v12n6/a01v12n6.pdf

Estudo 2:

COMPARAÇÃO DAS ALTERAÇÕES DAS VARIÁVEIS FISIOLÓGICAS AGUDAS ATRAVÉS DO MÉTODO TRADICIONAL E PIRÂMIDE PARA HIPERTROFIA

RESUMO
O objetivo desse estudo foi comparar a diferença aguda entre o método tradicional e pirâmide através da análise da freqüência cardíaca, glicose sanguínea, lactato sanguíneo e percepção subjetiva de esforço. Hipertrofia muscular é o aumento da secção transversa do músculo, a frequência cardíaca pode ser utilizada para medir a intensidade do exercício assim como o lactato sanguíneo se acumula no sangue em atividades em que o sistema glicolítico de energia é utilizado, a glicose sanguínea é um indicador metabólico importante e a percepção subjetiva de esforço é um meio de detectar a intensidade do exercício. Foram avaliados 5 indivíduos com cerca de um ano treinamento, foi realizado teste de uma repetição máxima para definir as cargas de trabalho. A frequência cardíaca se elevou em relação ao repouso, porém teve pouca variação durante o exercício nos dois métodos, a glicose sanguínea se comportou de forma variada, na média a glicemia se elevou no método tradicional e caiu no método pirâmide, a concentração de lactato sanguíneo se elevou e a percepção de esforço também. Concluímos que não existe diferença entre os dois métodos para as variáveis avaliadas, a freqüência cardíaca não foi um bom indicador da intensidade do exercício e a percepção subjetiva de esforço pode ser utilizada com cautela.

Confira artigo completo em:

http://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/100/104

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Henrique Stelzer Nogueira

por Henrique Stelzer Nogueira

Professor de Pós-Graduação (FMU, Estácio de Sá, UNIFAE e USCS); Pesquisador; Personal Trainer.

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