O seu caráter amador também se estendia na preparação física dos atletas.
Educação Física e Esporte
23/04/2015
No início desse esporte, o seu caráter amador também se estendia na preparação física dos atletas.
Os primeiros indícios de treinamento físico no Brasil datam do início do século passado, por volta de 1904. As equipes paulistas tentaram substituir os treinamentos que reproduziam partidas, por outros tipos de treinamentos, como corridas de 100, 200, 400 e 800 metros, além de luta romana, ginástica alemã e halteres, que passaram a ser rotina entre as equipes.
Em 1950 quem geralmente cuidava do aspecto físico do atleta era o próprio treinador, ou um curioso, que podia ser um massagista, roupeiro ou até um dirigente esportivo.
O descuido com a preparação física no Brasil era tão grande, que alguns atletas tinham em geral uma das pernas (aquela utilizada para apoio) alguns centímetros mais grossas que a outra. Buscava-se o fortalecimento muscular das pernas muitas vezes com os jogadores correndo em volta do campo, com um companheiro nas costas.
Na Seleção Brasileira, em 1958, a CBD (Confederação Brasileira de Desportos) convidou um professor, ex-jogador de futebol que exercia a função de treinador em um clube do Rio de Janeiro, para auxiliar o técnico da Seleção. Foi, portanto, o primeiro preparador físico no Brasil. Com o resultado no mundial, surgiram os primeiros preparadores físicos nos clubes.
Nessa época, havia o conceito de que o preparador físico deveria ser um homem forte, de hábitos rudes, e que deveria exigir o máximo dos jogadores em atividades estafantes, nas quais não se verificavam os aspectos científicos do treinamento físico. Imperava no Brasil a fase de preparadores físicos militares, coronéis, majores, capitães, tenentes, sargentos ou até mesmo policiais civis proliferavam nos clubes.
Não havia periodização, nem um planejamento adequado para as equipes, no transcorrer de cada ano competitivo, onde até a musculação era obrigatória minutos antes do jogo. Com isso os atletas não tinham tempo de recuperação, estando precocemente fadigados, tendo sua performance reduzida e com uma maior possibilidade de sofrerem lesões.
Com o insucesso do Brasil na Copa do Mundo de 1966, muita coisa pode ser observada. Somente o aspecto técnico não era mais fundamental para se vencer uma Copa do Mundo. Outro agravante foi que o nosso preparador físico nunca havia trabalhado com futebol, mas sim em esportes de luta e na caça submarina.
Em meados de 1968 começou-se a ter uma evolução maior no aspecto científico do treinamento pela atualização e estudo de nossos profissionais na Europa. Essa atualização contribuiu muito para a nossa seleção de 1970, iniciando a fase científica do treinamento do futebol no Brasil.
Somente em meados de 1980 é que os exercícios de alongamento foram introduzidos de uma forma mais rotineira e incisiva no futebol brasileiro, como forma de atenuar os problemas causados pela musculação usada sem critérios, havendo então um número menor de lesões musculares.
Atualmente os clubes brasileiros tratam à preparação física como um componente primordial dentro da sua equipe. O preparador físico deve estar presente em todas as categorias e não somente na categoria profissional, pois existem intensidades e cargas diferentes para cada faixa etária.
Hoje o aspecto científico do treinamento físico está muito desenvolvido. Os profissionais se especializam cada vez mais, utilizando computadores e os mais variados aparelhos eletrônicos possíveis, para determinar o nível de condicionamento e a evolução dos atletas.
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por Colunista Portal - Educação
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