Registros Histórico da LER/DORT

Educação Física e Esporte

12/05/2015

No início do século XVIII Bernardo Ramazzini, sendo considerado como pai da medicina ocupacional, relatou que existia um grupo de afecções que costumava afetar o sistema músculo esquelético, onde era encontrada com certa frequência em escreventes. Ramazzin acreditava que estas afecções eram causadas pelo uso excessivo das mãos no trabalho de escrever.

Mais tarde esta doença foi chamada de “cãibra do escrivão” ou “paralisia do escrivão”. Esta doença caracterizava-se por uma sensação de dormência dos braços e era acompanhada por sensação de peso e fadiga, podendo estar associada a dores no pescoço e/ou na região lombares.

Segundo Ramazzini a “cãibra do escrivão” era causada por três fatores básicos:

• Sedentarismo;

• Realização de movimentos contínuos e repetitivos das mãos;

• Grande esforço para não borrar a escrita no papel.

A partir do ano de 1833 foi descrito na Inglaterra um grande número de casos de anotadores do serviço britânico que eram acometidos por sintomas semelhantes aos já descritos por Ramazzini, sendo tal fato atribuído ao uso de uma pena de aço mais pesada.

Em 1908 o serviço de saúde Britânico atribuiu aos telegrafistas uma nova doença denominada de “cãibra do telegrafista”, que tinha como sintoma principal a fraqueza muscular. Este foi o primeiro acontecimento de que se tem notícia de uma atividade causadora de uma doença profissional devido a movimentos rápidos e repetitivos.

As lesões resultantes dessas condições são conhecidas como LER/DORT lesão por esforço repetitivo/distúrbio ostemusculares relacionados ao trabalho. Este fenômeno foi observado mundialmente, atingindo seu auge no Japão, na década de 70, na Austrália e nos Estados Unidos na década de 80. Reconhecido como “tendinite do digitador” esse fenômeno também atingiu o Brasil por volta do ano de 1987.

Em 1992, as LER/DORT já tinham atingido aproximadamente cerca de 282.000 trabalhadores norte-americanos, sendo estimado um prejuízo de aproximadamente de US$ 7 bilhões de dólares, estes por sua vez gastos com serviços médicos prestados aos trabalhadores e com a redução da produtividade.

Enquanto isso os tribunais se abarrotam de processos indenizatórios, uma estimativa prevê que todas as empresas acionadas pelos funcionários tenham que arcar com um prejuízo de cerca 20 bilhões de dólares.

Segundo dados oficiais do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), atualmente as LER/DORT constituem, a segunda maior causa de afastamento no trabalho.