O Estudo do Ambiente Externo - Macroambiente

Educação Física e Esporte

12/05/2015

O objetivo da análise ambiental é compreender os principais fatores que podem influenciar a atuação estratégica de uma entidade esportiva. Tendências econômicas, sociais, culturais, demográficas, por exemplo, afetam o número de praticantes de uma modalidade esportiva e podem ser consideradas relevantes para uma confederação desportiva.

Vamos relacionar as principais variáveis e verificar se o impacto é considerável para ser incluído em uma análise do ambiente. Assim, uma variável como câmbio e taxa de importação pode ser pouco relevante para uma confederação de esportes populares, como handebol, voleibol e basquete, cujos equipamentos são fabricados pela indústria nacional, porém importante para modalidades que dependem de equipamentos importados como o golfe e o hóquei sobre grama.

A variação de renda poderá ser irrelevante para a confederação de natação, mas fundamental para a de vela, por exemplo. A seguir, algumas variáveis que devem ser analisadas.

Macroeconômicas: A variação do PIB, a inflação, a taxa de câmbio, os juros, a distribuição de renda e a política tributária podem afetar uma entidade esportiva. Se a economia estiver em recessão, as empresas reduzem investimentos em marketing, logo ficará mais difícil conseguir patrocínio para eventos esportivos, competições e atletas.

Estrutura demográfica: Taxas de natalidade, pirâmide etária de população e expectativa de vida também são índices que podem exercer algum tipo de influência em uma organização esportiva.

A ginástica olímpica, por exemplo, é um esporte iniciado predominantemente na infância, logo uma queda na taxa de natalidade resulta em uma menor probabilidade de aumento de praticantes e renovação de talentos na modalidade.

Governo e política: Associações de classe, alterações possíveis na legislação, tensões entre confederações e entes da federação são exemplos de variáveis relevantes para as entidades esportivas.

A Lei do Incentivo ao Esporte facilitou a partir de 2007 os investimentos de patrocinadores a modalidades menos atraentes no ponto de vista de marketing na medida em que concede benefícios fiscais a essas empresas. Estar “por dentro” das mudanças previstas na legislação pode ser decisivo para um clube esportivo vencer a disputa com os demais pela verba de projetos incentivados.

Cultura: Níveis de escolaridade, valores e desenvolvimento dos veículos de comunicação impactam diretamente ou indiretamente em uma instituição esportiva. A grande exposição do futebol brasileiro na televisão aberta contribuiu para a paixão brasileira pela modalidade. Em contrapartida, esportes menos populares no Brasil, como o rúgbi e o hóquei sobre grama, não desenvolvem adeptos por questões culturais e pouco aparecem na mídia.

Estrutura social: Estruturas de classe e ideologia política podem impactar na atuação de organizações esportivas. Os países comunistas e socialistas investiram por décadas no desenvolvimento esportivo como forma de propaganda política para seus regimes. Cuba, China e Rússia (ex-União Soviética) sempre constaram entre os principais medalhistas olímpicos.

Tecnologia: Avanços tecnológicos e nível de investimento em pesquisa e desenvolvimento podem alterar a forma como uma instituição esportiva atua no seu cotidiano. Inovações em equipamentos e metodologias alteram a filosofia de treinamento de atletas, impactando muitas vezes em mudanças na infraestrutura física e administrativa de uma entidade esportiva.

Esportiva: O panorama esportivo também deve ser avaliado. O melhor exemplo que traduz a relevância dessa variável é o “Fenômeno Guga” no tênis. Após anos de ostracismo, o tênis brasileiro ficou em evidência com as vitórias de Gustavo Kurten. Como resultado, houve maior interesse dos brasileiros pela modalidade: aumento no número de praticantes, na venda de raquetes, na exposição na mídia e presença de patrocinadores.