24/02/2016
A neutralidade de gêneros é um assunto que já vem sendo discutido há muito tempo. Com base nessa neutralidade, criou-se uma nova forma de “lingüística” das palavras que indicam gênero. Mas, será que somente essa supressão de artigos gramaticais , é suficiente para termos uma sociedade mais inclusiva? Será que não estamos mascarando a situação? Classificação de gêneros em Masculino e Feminino, independente dessa neutralidade , sempre vai existir. A proposta que vem sendo defendida e usada em algumas escolas e blogs , é de que se faça a substituição dos artigos “O e A” que determinam o gênero pela letra “X”. Há algum tempo atrás, antes do uso do “X”, já foram usados também: @, æ , exemplo: tod@s, alunxs, professoræs. Essa é uma discussão muito ampla, pois, não é somente chegar e suprimir artigos que indicam gêneros, envolve muito mais que isso.
Será que alguém já parou para pensar, que ao mesmo tempo que vamos estar incluindo também vamos estar excluindo ? Como vamos trabalhar essa questão com alunos com dislexia por exemplo? Sabemos que o disléxico, sofre uma confusão no entendimento das letras , como vamos apresentar a nova gramática com o “X” no lugar do “O e A”? E a pronuncia? Como vai ser trabalhada? Será que ele também não vai se sentir um pouco excluído?
Será que essa também não é uma forma de preconceito? Pensa bem, nós não aceitamos o outro com sua opção sexual e para justificarmos essa nossa posição preconceituosa, estamos colocando culpa na nossa gramática e suas classes gramaticais.
Temos de tomar muito cuidado e desenvolver essa questão com muita delicadeza, com muito tato. Por que ao invés de suprimir .artigos gramaticais , não incluímos na grade curricular desde o 1º segmento até o ensino médio, aulas de cidadania e ética?
Na época de 80, tínhamos aulas de Educação Moral e Cívica, era uma excelente aula, éramos preparados para entender de política, de direitos e deveres , a respeitar diferenças. Infelizmente isso se perdeu, lamentável.
Para que a sociedade se torne realmente inclusiva, com direitos iguais a todos, temos de começar a mudança em nós mesmos, nossos pensamentos, maneira de agir. Não adianta mudar letras, fazer campanhas, se continuarmos agindo de forma preconceituosa.
O respeito ao próximo temos de aprender no seio familiar, desde pequenos até porque a questão de gênero, independente da troca de letra, sempre vai existir. Se o problema fosse baseado somente um uma troca de letra, poxa, já estaria tudo resolvido.
“E lembrando: mais importante do que ser “inclusivo” na linguagem é sê-lo nas suas práticas.” (Eugênia Rodrigues).
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
Formada em Técnica de Enfermagem em 2011. Fundadora e Presidente da Ong Ateea - Associação Técnicas de Enfermagem em Ação, que presta serviços de promoção de saúde através de mutirões de saúde, ministrações de palestras tudo voluntariamente. Colunista do Jornal A Voz da Costa Verde. Palestrante na área da saúde.
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