25/01/2013
ResumoNa DA, a presença do peptídeo beta-amilóide e que será comentado a seguir – pode ser um desencadeante de estresse oxidativo (com formação de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio) que, por sua vez, é fator importante para ocorrência de injúria mitocondrial. A falência mitocondrial que se segue – que também parece ocorrer por ação tóxica direta do peptídeo beta-amilóide – levaria a perda sináptica e morte celular.
Na doença de Alzheimer são duas as principais proteínas que formam agregados: a proteína ou peptídeo beta-amilóide, e a proteína tau. A proteína beta-amilóide é um fragmento de proteína precursora amiloide, sendo composta por 42 aminoácidos, é mais amiloigência do que a proteína original, pois tem a característica de agregação proteica na parte extracelular dos neurônios. Sendo assim, seu acumulo resultara na formação de fibras amiloides gerando as placas senis.(6) A tau é uma proteína que desempenha um papel na formação e estabilização dos microtúbulos nos neurônios, ela precisa ser fosforilada para se ligar aos microtúbulos, e a sua hiperfosforilação inibe a ligação aos microtubulos. Consequentemente os microtubulos reduzem seu tamanho e os filamentos da proteína tau agregam-se no citoplasma formando emaranhados (7). Atualmente existe a hipótese que se baseia na cascata amiloide, ou seja, o acumulo do beta amiloide cerebral que desencadearia uma série de eventos que culminaria na morte neuronal e precipitação de proteínas, mediante a formação das placas amiloidais e dos emaranhados neurofibrilares (8). Esses mecanismos determinam o processo de atrofia cerebral, inicialmente em áreas mesiais do lobo temporal, como hipocampo e córtex entorrinal – áreas associadas ao processamento da memória recente – e atrofia do núcleo de Meynert, bem como dos núcleos septais, prosencéfalo basal. Estes núcleos são responsáveis pela produção de acetilcolina, um neurotransmissor mediador da atividade cognitiva. Progressivamente, o processo neurodegenerativo acomete todo o córtex cerebral, determinando o declínio das demais funções cognitivas, além de distúrbios de comportamento.(9)
Este estudo foi realizado a partir de uma oportunidade, sendo incentivado pelo orientador, com o objetivo de descrever os principais biomarcadores da Doença de Alzheimer.
Objetivos
Identificar a partir de uma revisão de literatura o processo de evolução bioquímico e fisiológico da doença de Alzheimer.
Metodologia
Este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica, que tem como finalidade observar o processo de evolução bioquímico e fisiológico da doença de Alzheimer. Através de livros, artigos e manuais publicados entre 1994 a 2011, encontrados através de palavras-chave como: Doença de Alzheimer; Proteína Beta-Amilóide; Marcadores biológicos. A pesquisa descritiva e bibliográfica registra e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los. Esta pode assumir diversas formas, dentre as quais se destaca a pesquisa documental, na qual são investigados documentos, objetivando descrever as mudanças bioquímicas da doença de Alzheimer. Este trabalho de levantamento bibliográfico foi realizado no período de fevereiro a novembro de 2012 e , serão utilizados artigos ciêntificos referentes a Proteina Beta Amilóide e Tau, e a formação das placas senis e emaranhados neurofibrilares. Diante disto, foram selecionados e analisados 50 artigos retirados das bases de dados ciêntificos Medline, Lilacs e Scielo, com publicações entre os anos de 2006 a 2011. Dentre esses 50 artigos, foram utilizados apenas 20 para a elaboração do trabalho, sendo 18 escritos em língua portuguesa e 2 em língua inglesa. Destas publicações utilizou-se as de maior relevância com o tema em questão, elaborando-se núcleos temáticos, cujo foco principal é “Marcadores Biológicos da Doença de Alzheimer”.
Proteina Precursora Amiloide (Ppa)
O peptídeo beta-amilóide é produzido a partir da degradação metabólica da proteína PPA. Essa proteina tem característica típicas de crescimento e desempenham funções importantes na transdução de sinais e na estrutura de neurônios. A PPA secretada exerce efeitos neurotróficos e neuroprotectivos, em diversos tipos de células. Ela pode ser localizada em sua forma imatura no retículo endoplasmático e em sua forma matura no complexo de Golgi. Sua mutações são conhecidas como causas da manifestação da DA idade precoce(18). Atualmente são relatadas 20 diferentes mutações de troca de aminoácidos no gene da PPA e mais de 800 polimorfismos descritos em introns (regiões não codificantes do RNA-m), além de 11 éxons (regiões codificantes do RNA-m) sendo sete de troca de aminoácidos(19). A terapêutica atual da DA está baseada em três pilares: melhorar a cognição; retardar a evolução da doença; atenuar os sintomas e alterações comportamentais.(20)
Considerações Finais
A identificação do processo de evolução bioquímica e fisiológica da Doença de Alzheimer é de extrema importância para o auxílio no diagnóstico da DA, porque através de exames como coleta de líquor e exames complementares de diagnóstica, eletroencefalograma, e laboratoriais é possível visualizar alterações nos biomarcadores, que são a proteínas Beta-Amiloide e Tau. Essas alterações são fatores desencadeantes que progressivamente contribui no processo degenerativo do sistema nervoso, resultando na atrofia cerebral, e paralelamente ocorre a perda das funções cognitivas e distúrbios de comportamento.
Através desta pesquisa bibliográfica foi observado o seguinte: Os biomarcadores beta-amilóde e tau, são evidenciados nos exames de liquor e contribuem para o diagnóstico do Alzheimer. Embora ocorra divergência de opiniões quanto a sua aplicabilidade e variabilidade de resultados. Entende-se também que: Quanto mais precocemente forem realizados os exames e supostamente for diagnosticado a doença, melhores são as condições para o tratamento. Atualmente sabemos que o diagnóstico da doença de Alzheimer só é confirmado no exame histopatológico do cérebro post – mortem, mas ao surgirem sinais e sintomas comuns de doenças neurodegenerativas poderá ser estudado um método de exames preventivos, assim como são feitos os exames de marcadores tumorais para o câncer, poderá ser feitos exames preventivos com o biomarcadores do sistema nervoso com o objetivo de averiguar com brevidade a possibilidade do desenvolvimento da DA. Uma vez que existe influência genética sobre a doença de Alzheimer através da mutação do gene da proteína precursora amiloide. E também devido a inversão da pirâmide etária, o numero de idosos está cada vez maior e isso aumenta proporcionalmente a incidência de doenças neurodegenerativas gerando um aumento no gasto para a saúde pública.
Havendo a possibilidade de detectar essas alterações, surge a esperança de realizar tratamentos não só paliativos mas também tratamentos preventivos evitando assim a degeneração celular do sistema nervoso.
Referências Bibliográficas
1. BRUNNER E SUDDARTH – Tratado de enfermagem médico-cirúrgica; 10 ed; vol.1; Guanabara Koogan; 2005; RJ; p. 200-203
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3. VONO,ZULMIRA ELISA: Enfermagem gerontológica – atenção a pessoa idosa; Editora Senac São Paulo; 1ª edição 2007; p. 14
4. NITRINI, RICARDO; Demências enfoque multidisciplinar – das bases fisiopatológicas ao diagnóstico e tratamento – Fisiopatologia da Doença de Alzheimer ; Editora Atheneu; Rio; 1ª edição 2011;cap.20; p.143-148
5. HUEB, Thiago Ovanessian; Doença de Alzheimer; Revista Brasileira de Medicina; Edição Nov. 07;V.64; N.11; p.515-517
6. BARROS, AC, et al/Revista Psiquiatria Clinica, V.36;nº 1; São Paulo 2009; Influência genética sobre a doença de Alzheimer de início precoce.
7. TIEDEMAN, M, et al/Revista Patient Care; V.16; nº176; 2011; Doença de Alzheimer: opções de tratamento actuais e desenvolvimento futuros
8. ALVES, T.C.T.F./Revista Psiquiatria Clinica, V.43(2); 102-103,2007 – PET do amiloide cerebral e da proteína tau no transtorno cognitivo leve
9. AZEVEDO, P.G/ Revista CEFAC, São Paulo – Linguagem e memória da doença de Alzheimer em fase moderada.
10. LAKATOS, E.M., Fundamentos de metodologia cientifica, São Paulo, Editora Atlas S.A., 2005
11. ZIMERMAN, G. I., Velhice – aspectos biopsicossociais, Editora Artmed, 2000; p.28
12. CORTE, B.; Envelhecimento e velhice: um guia para a vida; Editora Vetor, São Paulo, 2006; p.243
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15. NITRINI, RICARDO – Arq. Neuropsiquiatria 2005, 63(3-A) 713-719; Diagnóstico da doença de Alzheimer no Brasil
16. DINIZ, B.S.O/ Revista Psiquiatria Clinica, 34(3);144-145;2007
17. DIMAS, L.F.E PUCCIONE SOHLER, Bras. Patol. Med. Lab.;V.44; nº 2; p. 97-106; abril 2008; Exame do liquido cefalorraquidiano: influência da temperatura, tempo, e preparo da amostra na estabilidade analítica
18. OLIVEIRA, P.H.P.S, http://hdl.handle.net/10773/3128; 2009
19. LUCATELLI, J.F, et al/ Rev. Psiq. Clin.,2009; 36(1); 25-30
20. VIEGAS,F.D.P. et al/Rev. Virtual Quim. Vol.3; nº4;p.286-306; Doença de Alzheimer: caracterização, evolução e implicações do processo neuroinflamatório.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
Enfermeira cardiovascular, pós graduada em Informática em Saúde, graduada pela Universidade Nove de Julho. No âmbito profissional atuo em unidades de internação adulto e infantil, centro cirúrgico, centro obstétrico, unidades de terapia intensiva, pronto socorro, educação continuada e hemodinâmica.
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