Esquizofrenia residual

Utilizado para tipificar quadros mais crônicos
Utilizado para tipificar quadros mais crônicos

Enfermagem

22/04/2014

CID 10 F 20.5 – Esquizofrenia residual (Classificação Internacional de Doenças)

A Esquizofrenia residual pode ser definida como o estágio crônico da esquizofrenia. Após a regressão de um quadro inicial fica uma espécie de quadro tardio onde ocorrem predominantemente sintomas negativos.


Na esquizofrenia residual houve pelo menos um episódio de esquizofrenia, mas na maior parte do tempo o indivíduo não apresenta sintomas psicóticos positivos como delírios, alucinações, perturbações, comportamentos bizarros e agitações psicomotoras. Os sintomas negativos da psicose são verificamos mais facilmente como o embotamento afetivo, discurso pobre ou avolição e negligência com cuidados pessoais. Pode ocorrer também a presença de sintomas positivos atenuados como discurso levemente desorganizado e crenças infundadas.


Nesta fase residual pode ocorrer ainda isolamento social, o comportamento excêntrico, emoções pouco apropriadas, hipoatividade e pensamentos ilógicos. Pode ocorrer a remissão completa da esquizofrenia tipo residual da mesma forma que ela pode permanecer por muitos anos.


O CID-10 define a Esquizofrenia Residual como:
“Estado crônico da evolução de uma doença esquizofrênica, com uma progressão nítida de um estado precoce para um estado tardio, o qual se caracteriza pela presença persistente de sintomas "negativos" embora não forçosamente irreversíveis, tais como lentidão psicomotora; hipoatividade; embotamento afetivo; passividade e falta de iniciativa; pobreza da quantidade e do conteúdo do discurso; pouca comunicação não-verbal (expressão facial, contato ocular, modulação da voz e gestos), falta de cuidados pessoais e desempenho social medíocre.”


Os critérios para Diagnósticos da Esquizofrenia Residual (F20.5) são: ausência de delírios e alucinações, discurso desorganizado e comportamento amplamente desorganizado ou catatônico.


NOTAS:
Embotamento afetivo é a perda da capacidade de demonstrar emoções e sentimentos. O indivíduo não manifesta expressão de alegria, tristeza, raiva ou dor. O embotamento afetivo é comum em alguns casos de esquizofrenia, mas também pode ocorrer em depressões muito grave.


Avolição
é perda de interesse por fazer coisas

Sintomas positivos são aqueles acrescentados pela doença.

Sintomas negativos
são as incapacidades que a doença impõe ao indivíduo.


Sintomas Positivos

Os sintomas positivos estão relacionados diretamente ao surto psicótico, estado mental agudo caracterizado por grave desorganização psíquica e fenômenos delirantes e/ou alucinatórios, com perda do juízo crítico da realidade. A capacidade de perder a noção do que é real e do que é fantasia, criação da mente da própria pessoa.


A pessoa adoecida pode criar uma realidade fantasiosa, o chamado delírio, dos quais os mais comuns são a ideia em que a pessoa está sendo perseguida por alguém, de ser observada ou de que as pessoas falam dela ou sabem de tudo que se passa na sua vida. Outras ideias fantasiosas, como de cunho religioso, místico ou grandioso também podem ocorrer, assim como os delírios de culpa e de ciúme.


Outro sintoma positivo igualmente importante é a alucinação. A pessoa pode ouvir ou ver coisas que não existem ou não estão presentes. Há casos também de alucinações olfativas, como sentir cheiros estranhos, gustativas, táteis como sentir choques ou como se bichos andassem em seu corpo e dos órgãos internos, como, por exemplo, sentir o coração derretendo ou órgãos apodrecendo.


Assim como no delírio, o paciente não tem nenhum controle sobre as alucinações. Elas têm igual capacidade de dominar a consciência e influenciar o comportamento. A percepção de uma alucinação é igual a que ocorre para um objeto real, não sendo possível, para o paciente, distingui-la da realidade.


Sintomas Negativos
Embora possam ocorrer na fase aguda, os sintomas negativos se estendem por mais tempo e predominam em longo prazo. Esses sintomas são chamados também de deficitários, como referência à deficiência de algumas funções mentais, como a vontade e a afetividade.


A falta de vontade, de iniciativa ou da persistência em algumas atividades da vida cotidiana é vista pela maioria dos familiares como sinal de preguiça ou má vontade. Entretanto, este é um sintoma da esquizofrenia. Em graus variados de intensidade, pacientes têm dificuldade de iniciativa, demonstram-se desinteressados ou indiferentes aos desafios e atividades que lhes são propostas. Tendem a escolher atividades mais passivas, onde não é exigido esforço físico ou cognitivo. As deficiências da vontade são responsáveis por grande parte das dificuldades em atividades produtivas, como trabalho e estudos, e sociais, contribuindo para maior isolamento.


A fala, o pensamento e as ideias podem estar lentificados ou desconectados, sem um encadeamento lógico para quem está ouvindo. Porém, é importante que familiares e amigos procurem compreender o significado do que está sendo dito, que escutem e acolham a pessoa com suas diferenças e limitações.


É fundamental a compreensão e as tentativas de estímulo e apoio, dentro de um contexto sócio familiar saudável e acolhedor.


De acordo com a CF/88 - SAÚDE


Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.


Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Amanda Ferreira Pegado da Silva

por Amanda Ferreira Pegado da Silva

Olá, eu sou Amanda Ferreira e estou no 7° período de Enfermagem, viso ver o paciente como um todo, como um ser, alguém que poderia ser da minha família. Sempre alinhada aos padrões éticos e procurando sempre dar o meu melhor, cada vez mais quero crescer naquilo que mais amo, ajudar ao outro.

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