Ações do enfermeiro na atenção à Saúde da Mulher na Atenção Básica: o pré natal

Saúde da Mulher na Atenção Básica
Saúde da Mulher na Atenção Básica

Enfermagem

25/09/2015

O pré-natal é o período anterior ao nascimento da criança, em que um conjunto de ações é aplicado à saúde individual e coletiva das mulheres grávidas. A atenção dispensada pelo enfermeiro à mulher grávida neste período é uma das ações recomendadas no Programa Saúde da Mulher, garantido por meio de políticas públicas de saúde.


De acordo com a Lei do Exercício Profissional da Enfermagem, o pré-natal de baixo risco pode ser acompanhado integralmente pelo enfermeiro, já que o mesmo possui embasamento teórico-científico e respaldo legal para prestar assistência pré-natal de baixo risco, e se esperam dela o acompanhamento e a assistência à população de gestantes.


Muitas vezes o atendimento pré-natal passa a ser o primeiro contato da cliente com o sistema de saúde. Geralmente ele se inicia quando a mulher procura o serviço de saúde com medos, dúvidas, angústias, fantasias ou simplesmente curiosidade de saber se está grávida. Nesta oportunidade o enfermeiro solicita o exame laboratorial de dosagem do hormônio gonadotrófico coriônico (beta HCG). Com o resultado positivo, inicia-se à assistência pré-natal.


Na primeira consulta são solicitados os exames de rotina. Segundo Duarte e Andrade são eles
: “hemograma completo; tipagem sanguínea e fator RH; glicose em jejum; sorologias para toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes simplex 1 e 2, sífilis, HIV 1 e 2, chagas, hepatite B, hepatite C, fenilcetonúria materna e HTLV 1 e 2; urina tipo 1, urocultura e parasitológico de fezes.”


Além disso, segundo os mesmos autores na primeira consulta o profissional enfermeiro verifica a data do último exame citológico (Papanicolaou). Caso este não esteja em dia ou a paciente apresente história de alteração em exame realizado anteriormente o profissional deverá agendá-lo, ressaltando a importância da sua realização.


O enfermeiro também verifica na primeira consulta a situação vacinal, e, se indicado, vacina a gestante na mesma oportunidade.


As demais consultas poderão ser feitas na unidade de saúde ou no domicílio, da gestante, e serão realizadas a cada 4 semanas até a 36° semana de gestação. Após o acompanhamento é quinzenal e a consulta de pré-natal envolve procedimentos simples, podendo o profissional de saúde dedicar-se a escutar as demandas da mulher, transmitindo confiança para conduzir com autonomia a gestação e o parto. É necessário que o profissional esclareça as dúvidas geradas com muita clareza de forma que a mulher se sinta segura.


Nota-se que durante todo o período de acompanhamento pré-natal a equipe que atua na ESF deve ter a preocupação de causar na gestante a melhor impressão possível. É de suma importância que a gestante se sinta acolhida e devidamente assistida, quer seja no pré-natal de baixo, quer seja no pré-natal de alto risco, sempre com atendimento respeitoso e de qualidade.


A equipe de saúde deve compreender os múltiplos significados da gestação para aquela mulher e sua família. Contudo, existem diversas situações que fazem com que este atendimento não seja realizado de forma satisfatória pelos profissionais de saúde, como o despreparo profissional para executar os procedimentos necessários e a desumanização do atendimento. Assim, são necessários investimentos na formação de pessoal qualificado para o atendimento à mulher no ciclo gravídico-puerperal, o que poderá ser suprido com a formação de especialistas em enfermagem obstétrica.



REFERÊNCIAS

1. Duarte SJH, Andrade SMO. Assistência pré-natal no programa Saúde da Família Esc Anna Nery R Enferm 2006;10(1):121-5.


2. Cunha MA, Mamede MV, Dotto LMG, Mamede FV. Assistência pré-natal: competências essenciais desempenhadas por enfermeiros Esc Anna Nery Rev Enferm 2009;13(1):145-53


3. Rodrigues EM, Nascimento RG, Araújo A. Protocolo na assistência pré-natal: ações, facilidades e dificuldades dos enfermeiros da Estratégia de Saúde da Família. Rev Esc Enferm USP 2011;45(5):1041-7.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Cássia Regina Alves Mendes

por Cássia Regina Alves Mendes

Mestranda em Biotecnologia pela UNIFEMM, Bacharela em Enfermagem pela Faculdade de Ciências Humanas de Curvelo - FACIC/FUNORTE e especialista em Saúde Pública pela Universidade do Norte do Paraná - UNOPAR . Também é especialista em Ensino de Química, e especializanda e em Educação de Jovens e Adultos pela Faculdade Venda Nova do Imigrante - FAVENI, e em Gênero e Diversidade na Escola pela UFMG.

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