Sistema de distribuição de medicamentos

É o ato de entrega racional de medicamentos aos pacientes
É o ato de entrega racional de medicamentos aos pacientes

Enfermagem

01/01/2008

Conceito:

É o ato de entrega racional de medicamentos aos pacientes, prestando informações a cerca das características farmacodinâmicas dos mesmos, bem como estudo da posologia, verificação de interações medicamentosas e com alimentos, contraindicações, dentre outras.


Estas informações devem ser repassadas a clientela do hospital de forma clara e objetiva de modo que a mesma não tenha nenhuma dúvida a cerca do esquema terapêutico proposto.


2..Objetivos:


2.1.Distribuir os medicamentos de forma ordenada e racional.

2.2.Prestar informações sobre os mesmos no que diz respeito a estabilidade, características organolépticas, indicação terapêutica, contraindicação.

2.3.Diminuir erros de medicação.

2.4.Diminuir os custos com medicamentos.

2.5.Aumentar a segurança para o paciente.

2.6.Racionalizar a distribuição e administração.

2.7.Aumentar o controle sobre os medicamentos, acesso do Farmacêutico as informações sobre o paciente.


3.Introdução

A elaboração de um sistema de distribuição de medicamentos requer uma investigação em profundidade, de atividades que possam garantir eficiência, economia e segurança.


A sequência de eventos que envolve a distribuição do medicamento começa quando o mesmo é adquirido e a partir de então um modelo é seguido até sua administração ao paciente ou, por algum motivo seja devolvido à Farmácia, para se concluir o processo.


Um sistema de distribuição deve atender a todas as áreas da instituição onde são utilizados medicamentos e correlatos.


Na prática existem quatro (04) tipos de sistema de distribuição de medicamentos a saber: coletivo, individual, combinado e dose unitária. (Garrinson, 1979.p.257).


SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO COLETIVO DE MEDICAMENTOS

É um sistema onde os pedidos de medicamentos à Farmácia são feitos através da transcrição da prescrição médica pela enfermagem. Estes pedidos não são feitos em nome dos pacientes, mas sim, em nome de setores. A Farmácia envia uma certa quantidade de medicamentos para serem estocados nas unidades de enfermagem e demais setores, que de acordo com as prescrições médicas vão sendo ministradas aos pacientes. É um sistema que apresenta falhas, pois não há a participação direta do Farmacêutico.


Rotina Operacional:

Médico:
prescreve os medicamentos para os diversos pacientes nas folhas de prescrições médicas.

Enfermagem:
efetua a transcrição da prescrição médica para o "Formulário de Solicitação de Medicamentos" em nome de todo o setor.

Funcionário da Enfermagem: envia o formulário para a Farmácia.

Funcionário da Farmácia: através do formulário efetua a distribuição de medicamentos.

Auxiliar de Enfermagem:
deve devolver à Farmácia os medicamentos não ministrados.


Vantagens:

Grande arsenal terapêutico nas unidades, o que facilita o uso imediato dos medicamentos.
Diminui os pedidos à Farmácia.
Diminui as tarefas a serem executadas pela Farmácia.


Desvantagens:
Requisições são feitas através da transcrição da prescrição médica o que pode ocasionar erros de transação, tais como: omissões e trocas de medicamentos.

Aumenta o gasto com medicamentos em consequências de:
Incapacidade da Farmácia em controlar adequadamente os medicamentos.
Desvio de medicamentos.
Mal acondicionamento de medicamentos.
Vencimento de prazo de validade.
Devolução de medicamentos sem identificação.
Pode ocorrer administração ao paciente de medicamentos vencidos.
Aumenta o consumo de drogas.
Aumenta o potencial de erros de administração de medicamentos resultante da falta de revisão feita pelo Farmacêutico das prescrições médicas de cada paciente.


SISTEMA INDIVIDUAL DE DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS

Sistema no qual os pedidos de medicamentos são feitos especificamente para cada paciente (24horas), de acordo com a segunda via da prescrição médica.


Este sistema está mais orientado para a Farmácia que o anterior, visto que se busca um melhor controle de medicamentos.


Rotina Operacional


Médico
: Prescreve na folha de prescrição médica (duas vias).

Funcionário da Farmácia:
Recolhe as segundas vias das prescrições médicas nas unidades e efetua o aviamento e distribuição dos medicamentos e Soluções de Grande Volume (S.G.V.) em sacos plásticos individuais devidamente identificados com os dados do paciente.
Farmacêutico:
• Supervisiona o aviamento das segundas vias de prescrições médicas.
• Confere a dispensação de todos os medicamentos e (SGV).
• Controla o estoque e registra as receitas de psicotrópicos e entorpecentes de acordo com a legislação vigente.
• Realiza fiscalizações periódicas nas unidades.
• Analisa o perfil farmacoterapêutico do paciente.
• Supervisiona a reposição dos medicamentos de uso esporádico(se necessário); medicamentos da portaria 344 (psicotrópicos) e entorpecentes) e armário de reservas das S.G.V..


Funcionário da Farmácia: Retorna as unidades com os medicamentos dispensados e as segundas vias das prescrições médicas e acompanha a conferência da medicação e do MMH.


Contínuo da Unidade: Vai até a Farmácia apanhar as soluções de grande volume.


Secretária da Unidade: Recebe os medicamentos e S.G.V. na presença do funcionário da Farmácia, conferindo o que está recebendo de acordo com as segundas vias das prescrições médicas. Após conferir assina as prescrições e organiza os medicamentos e S.G.V. nas gavetas e armários.


Funcionário da Farmácia:
* Retorna ao Serviço de Farmácia com as segundas vias das prescrições médicas assinadas e os medicamentos que não foram administrados aos pacientes.


* Diariamente visita as unidades e confere:
- Armário dos medicamentos de uso esporádico (se necessário).
- Gaveta da portaria 344.
- Carro de urgência.
- Armário de reserva de S.G.V..
- Fazem a reposição de estoques das unidades.


Observações:
O Serviço de Farmácia do Hospital Universitário Walter Cantídio (H.U.W.C.), adota o sistema de distribuição de medicamentos por prescrição individual, porém no Centro Cirúrgico o sistema de distribuição de Medicamentos adotado é o Sistema Coletivo.


As prescrições médicas que contenham antimicrobianos a serem administrados ao paciente devem ir ao Serviço de Farmácia acompanhadas da Ficha de Controle de Antimicrobianos devidamente preenchida com:
- Os dados do paciente;
- Os antimicrobianos a serem utilizados;
- Os antimicrobianos que já estão em uso e o resultado da cultura, dentre outras informações.


Cada paciente em uso de antimicrobianos possui uma Ficha Individual de Controle de Antimicrobianos.
A Enfermagem é responsável pelo controle e bom uso do estoque das S.G.V.
Vantagens:

Diminuição dos estoques nas unidades assistenciais.;
Facilidade para devolução à Farmácia;
Redução potencial de erros de medicação;
Reduz tempo do pessoal da enfermagem quanto as atividades com medicamentos;
Redução de custos com medicamentos;
Controle mais efetivo sobre medicamentos;
Aumento da integração do Farmacêutico• com a equipe de saúde;


Desvantagens:


Incremento das atividades desenvolvidas pela farmácia;
Necessidade de plantão na farmácia hospitalar;
Permite ainda potencial erros de medicação.
Exige um investimento inicial;
Necessidade de Plantão na Farmácia Hospitalar.


COMBINAÇÃO DO SISTEMA COLETIVO COM O INDIVIDUAL

Sistema no qual alguns medicamentos são dispensados através de requisições (Sistema Coletivo) e outros por prescrição individual (Sistema Individual).

Desvantagens:

Consumo de tempo da enfermagem;
Não há controle rigoroso do estoque;
Os erros são frequentes;
Aumenta o número de tarefas desenvolvidas na Farmácia.


SISTEMA DE DOSE UNITÁRIA DE DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS


3.4.. Sistema de distribuição de medicamentos por dose unitária (S.D.M.D.U.)

"É uma quantidade ordenada de medicamentos com forma e dosagens prontas para serem ministradas ao paciente de acordo com a prescrição médica, num certo período de tempo". (Garrinson, 1979)


Objetivos:
Dispensar o medicamento certo, ao paciente certo, na hora certa, levando-se em consideração que podem ser avaliados diversos aspectos, tais como:

Erros de medicação, ou seja, verifica-se com a "dose unitária" se estes erros são frequentes;

• Fidelidade das doses (comparar as doses prontas com as prescrições médicas e verificar possíveis diferenças);

• Interações medicamentosas, reações adversas e outras causas podem ser estudadas;

• Acondicionamento dos fármacos pode ser estudado considerando-se o tipo de acondicionamento ao qual estão submetidos na "dose unitária";


Proporcionar a administração hospitalar um sistema de distribuição de medicamentos que seja financeiramente viável;
Oferecer recursos ao Farmacêutico para melhor integrar-se a equipe de saúde.
Rotina Operacional:
A rotina operacional é cíclica, e, portanto deve ser vista como um processo dinâmico. Cada passo tem sua importância não devendo haver atropelos, sob pena de interromper o processo em qualquer fase que se encontre.

Médico:
Prescreve na folha de prescrição médica (duas vias).

Atendente ou Auxiliar de Enfermagem:
Retira do prontuário as cópias (segundas vias) das prescrições médicas.

Funcionário da Farmácia: Vai ao posto de enfermagem, enfermarias ou apartamentos e recolhe:

• Cópias (das segundas vias) das prescrições.

• Receitas utilizadas para a retirada de medicamentos dos armários de urgências.

• Doses unitárias não ministradas.


Funcionário da Farmácia prepara:

• Doses unitárias.

• "Bandejas" contendo os medicamentos a serem repostos nos armários com medicamentos de urgência (de acordo com as receitas).

• As etiquetas das doses unitárias e revisa as receitas rubricando-as (para identificar quem preparou e/ou aviou as doses e receitas, respectivamente).


Farmacêutico:


• Verifica se as doses unitárias preparadas estão de acordo com as segundas vias das prescrições médicas.

• Faz ou supervisiona o controle de estoque e registra as receitas de psicotrópicos ou entorpecentes, de acordo com a legislação vigente.

• Analisa o perfil farmacoterapêutico do paciente.

• Efetua ou supervisiona a reposição dos medicamentos utilizados nas urgências.

Atendente ou Auxiliar de Enfermagem:
• Recebe e confere as doses unitárias e faz a reposição dos medicamentos utilizados na urgência.
. Reintroduz as segundas vias das prescrições nos prontuários (se for o caso).
Enfermeiro: • Ministra as doses unitárias.
TIPOS DE S.D.M.U.D.


São três os tipos de sistema distribuição por dose unitária:


• Centralizado.
• Descentralizado.
• Combinação dos dois tipos.


A) Sistema Centralizado:

As doses são preparadas na Farmácia Central e dali são distribuídas para todo o Hospital. Pelo fato da centralização, o controle de estoque e a supervisão da preparação das doses, pelo Farmacêutico, ficam mais contundentes.


B) Sistema Descentralizado:

As doses são preparadas nas Farmácias Satélite (descentralizadas) e ao final de cada preparação, os quantitativos do consumo são enviados à Farmácia Central.


C) Sistema Combinado:
Diz-se que o sistema é combinado, quando ao mesmo tempo em que as Farmácias Satélites estão atuando na preparação de doses, a Farmácia Central deixara de operar e vice-versa. Este esquema facilita a adequação aos horários de administração de doses e objetiva uma redução nos recursos humanos, aproveitando da melhor forma possível, o horário de trabalho do pessoal existente no quadro de funcionários da Farmácia.

Condições Básicas para um bom S.D.M.U.D.:
* Existência da Comissão de Farmácia e Terapêutica (Comissão de padronização de Medicamentos).

Sem uma relação básica dos medicamentos a serem consumidos no Hospital, fica difícil se preparar "doses unitárias", levando-se em consideração a grande quantidade de especialidades farmacêuticas comercializadas no Brasil e a preferência de cada médico por certa especialidade.

* Normas Escritas de Caráter Executivas:

Há necessidade que normas sejam publicadas como uma espécie de manual evitando, portanto, a omissão dos elementos que trabalharão no sistema. Neste manual deverá constar, também, os objetivos do sistema e sua vantagens.


Vantagens do S.D.M.U.D.:

• Possibilita uma maior interação do Farmacêutico com os diversos profissionais da saúde e com o paciente.
• Redução dos estoques das tarefas nos setores o que evita perdas e desvios.
• Diminuição das tarefas desenvolvidas pela enfermagem.
• Aumento do controle sobre a utilização dos medicamentos.
• Maior segurança do médico.
• Rapidez na administração das doses.
• Funcionamento mais dinâmico do serviço de farmácia.
• Redução no índice de erros de administração de medicamentos.
• Redução no tempo de distribuição de medicamentos.
• Fácil adaptação a computadores.
• Higiene e organização são superiores as dos sistemas tradicionais.
• Viabilização econômica.
• Prestigiar o hospital pelo melhor controle e uso dos medicamentos.
• Favorece o perfil farmacoterapêutico do paciente.
• Paciente recebe assistência de alto nível.
• Por ser atividade mais técnica é gratificante para o pessoal da farmácia.


Desvantagens:

Aumento das necessidades de recursos humanos e infraestrutura da Farmácia Hospitalar;
Exigência de investimento inicial.
Diferença entre o sistema de distribuição por prescrição individual (dose individual) e o sistema de distribuição por dose unitária


Dose individual:

• A embalagem que acondicionamos (Sacos Plásticos) é violada por completo.

• Não diferencia os horários de administração dos medicamentos.


Fonte:
Drª Maria Claudia, Farmacêutica, atua na área hospitalar na Grande São Paulo. Professora na disciplina de farmacologia e microbiologia para alunos do curso técnico e auxiliar de enfermagem no Colégio Etip.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


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