Tecido adiposo: maior depósito de energia em nosso organismo.
Estética e Beleza
05/06/2012
O tecido adiposo é classificado como tipo conjuntivo com características especiais, em que se observa predominância de células adiposas (adipócitos). Essas células podem ser encontradas isoladas ou em pequenos grupos no tecido conjuntivo comum, porém a maioria delas se agrupa no tecido adiposo espalhado pelo corpo. Em pessoas de peso normal, o tecido adiposo corresponde de 20 a 25% do peso corporal na mulher e 15 a 20% no homem (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1999).
Não há maior depósito de energia em nosso organismo do que o tecido adiposo, encontrado sob a forma de triglicerídeos. O tecido adiposo é seguido pelas células hepáticas e pelo musculoesquelético, que também acumulam energia, mas sob a forma de glicogênio. Como nos alimentamos em intervalos e os depósitos de glicogênio são bem menores, temos que ter grandes depósitos de triglicerídeos que nos dão energia entre as refeições.
Além do papel de depósito energético, o tecido adiposo tem mais funções. Como se localiza embaixo da pele, ele modela a superfície, sendo em parte responsável pelas diferenças de contorno entre o corpo da mulher e do homem. Forma também coxins absorventes de impacto, nos protegendo contra choques, principalmente na planta dos pés e na palma das mãos.
O tecido adiposo também tem sua participação como isolante térmico do organismo, pois a gordura é uma péssima condutora de calor. Além disso, preenche os espaços entre outros tecidos e auxilia a manter certos órgãos em suas posições normais (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1999).
Em geral, a causa da obesidade se deve ao sedentarismo, maus hábitos alimentares, principalmente na infância, causas psicológicas (estresse, depressão, ansiedade) e genéticas (a chance é de 70% para quem tem pais obesos). Só 5% são de causa endócrina.
O teor normal de gordura no corpo está em torno de 22% para a mulher e 15% para o homem. Índices superiores devem levar à investigação quanto ao local onde estão depositados os excessos de gordura (fígado ou superfície corpórea).
Estes valores podem ser calculados por meio da bioimpedância, um programa de computador que calcula o excesso de gordura no corpo pelo processamento de dados clínicos. Segundo Dâmaso (2001), a obesidade pode ser classificada em quatro tipos, de acordo com a distribuição dos depósitos de gordura:
TIPO I - Excesso de massa adiposa corporal total sem concentração particular.
TIPO II - Excesso de gordura subcutânea na região abdominal e do tronco, conhecida como do tipo androide ou obesidade do tipo "maçã", pois o formato corporal assemelha-se à fruta. Está associado ao aumento da fração de colesterol LDL, estimulando o desenvolvimento de problemas cardiovasculares e a resistência à ação da insulina. Este tipo manifesta-se mais em homens sob efeito hormonal da testosterona e de corticoides.
TIPO III - Excesso de gordura visceroabdominal também associada a problemas cardiovasculares e a resistência à ação da insulina.
TIPO IV - Excesso de gordura na região gluteofemural, conhecida como do tipo ginoide ou obesidade do tipo "pera". A obesidade do tipo IV pode estar mais suscetível a alterações nos períodos de repetidas gestações e desmame precoce do bebê. Manifesta-se principalmente em mulheres sob efeito hormonal dos estrógenos, em geral a partir da puberdade.
A obesidade quanto ao padrão regional de gordura pode ser avaliada de acordo com a relação abdômen/quadril (McARDLE, 1998). Esta relação pode ser obtida pelo processo:
Medir a circunferência ao redor do abdômen ao nível do umbigo estando de pé e relaxado, sem encolher a barriga;
Medir a circunferência do quadril, sobre as nádegas, onde a circunferência é maior;
Dividir a medida da cintura pela medida do quadril.
A relação de risco significativo para a saúde é:
Homens: > 0,95 cm*
Mulheres: > 0,80 cm (McARDLE, 1998)
Alguns autores consideram a medida para homens > 0,90 cm
A obesidade pode ser classificada fisiologicamente também em hipertrófica, hiperplásica e hipertrófica/hiperplásica. A hipertrófica está relacionada com o aumento no tamanho dos adipócitos e ocorre frequentemente em adultos.
A obesidade hiperplásica representa o aumento no número de adipócitos, ocorrendo principalmente nos primeiros anos de vida, na adolescência e em períodos de gravidez (último trimestre da gravidez). Já a obesidade hipertrófica/hiperplásica relaciona-se ao aumento tanto no número quanto no tamanho das células de adipócitos, e ocorre em períodos similares à hiperplásica (DÂMASO, 2001).
Quanto ao grau de morbidade, a obesidade pode ser classificada, entre outros, por métodos antropométricos: IMC e medidas das dobras cutâneas. O IMC (Índice de Massa Corporal) é a medida de diagnóstico populacional mais utilizada para estudos epidemiológicos. Este é obtido, medindo-se o peso (kg) e a estatura (m) do indivíduo.
A partir dos valores obtidos, calcula-se o IMC (kg/m2), dividindo-se o peso pela altura ao quadrado, podendo-se, então, identificar o grau de obesidade (DÂMASO, 2001). De acordo com o cálculo do seu IMC, a partir de seu peso e altura, temos o seguinte:
< 20 = Magro
20 a 25 = Normal
25 a 30 = Sobrepeso
> 30 = Obeso
Infelizmente, não é um método muito fidedigno, pois a massa muscular influencia muito no peso final e sabemos que a massa magra (músculos) pesa bastante. Um indivíduo com a massa muscular muito desenvolvida pode ser considerado erroneamente obeso.
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por Colunista Portal - Educação
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