Técnica de Aplicação

Estética e Beleza

02/01/2013

O aparelho consiste num gerador de alta frequência, em um porta-eletrodo e em diversos eletrodos de vidro. As correntes de alta frequência, alta voltagem e baixa intensidade são geradas por um dispositivo eletrônico que consta de vários circuitos transistorizados que transformam, retificam e posteriormente produzem correntes de alta frequência a partir da corrente elétrica de uso doméstico, que é provida através da rede.

Os eletrodos que se utilizam para a aplicação das correntes de alta frequência são geralmente tubos ocos de vidro. Em seu interior, há geralmente o vácuo parcial, quer dizer, ar rarefeito ou um gás, como o neon. A passagem da corrente provoca uma ionização das moléculas de gás, as quais, sob o forte impacto energético, tornam-se fluorescentes.

Os eletrodos se conectam geralmente por pressão, através de sua base metálica, no porta-eletrodo, que por sua vez está ligado mediante um cabo elétrico ao console gerador da corrente de alta frequência. O aparelho pode ser portátil ou montado em aparelhos conjugados com outros recursos eletroterapêuticos.

Os tratamentos habituais, na região toda, face ou cabeça, duram em média de 3 a 5 minutos, podendo chegar a 10 minutos. Quando a aplicação se dá no corpo, o tempo de aplicação pode variar de acordo com o tamanho da área a tratar.

Quanto à intensidade, normalmente se busca o máximo de faiscamento e/ou luminosidade de eletrodo, associado ao conforto e/ou à tolerância do paciente.

A junção entre o eletrodo e o porta-eletrodo não deve tocar a pele do cliente, nem ser tocada pelo fisioterapeuta, pois há a possibilidade de um choque elétrico muito forte.

Ao utilizar a alta frequência, mediante eletrodos de vidro, podem aparecer diferentes tonalidades, sendo as mais habituais: violeta, quando no interior do eletrodo houver vácuo; e laranja, quando em seu interior houver sido introduzida certa quantidade de gás néon.

O eletrodo de tonalidade laranja produz os mesmos efeitos que o violeta, porém de uma forma mais suave.

Com a finalidade de aumentar a ação do eletrodo, este pode ser passado ligeiramente afastado da pele ou sobre uma gaze seca.

Tipos de Aplicação
As aplicações mais comuns utilizando os eletrodos da alta frequência são:

- aplicação direta ou efluviação;

- aplicação à distância ou com faíscas;

- aplicação indireta ou saturação.

A aplicação direta ou efluviação se consegue aplicando-se diretamente o eletrodo sobre a área a tratar, efetuando-se uma suave massagem.

Geralmente se utilizam eletrodos de superfície plana que se aplicam deslizando-os sobre a pele em forma de massagem suave. O eletrodo comumente utilizado é o tipo cogumelo, que pode ter tamanho grande (uso corporal) ou pequeno (uso facial). Ele tem grande utilidade para a desinfecção da pele após a conclusão da fase de extração durante a limpeza de pele.

Na aplicação à distância ou faiscamento, o eletrodo se mantém a uma curta distância da pele (milímetros), porém sem encostá-lo em nenhum momento.

Como consequência da alta voltagem da corrente, saltam faíscas desde o eletrodo até a superfície da pele da pessoa tratada. Isso se deve ao fato da corrente que se acumula na superfície do eletrodo passar para a pele. Na verdade, pelo efeito da alta voltagem das correntes, produz-se uma grande diferença de potencial entre o eletrodo e a pele; o ar, que inicialmente não é condutor da eletricidade, torna-se condutor, deixando passar a corrente.

Deve-se levar em conta a sensibilidade da pessoa tratada a este tipo de descargas elétricas.

O eletrodo que produz grande ação com o faiscamento tem a forma de bico, também chamado de “cauterizador”, provê uma fulguração (chuva de faíscas) na pele da cliente. Seu uso consiste em aproximá-lo da pele o suficiente para que parta dele uma chuva de faíscas, a qual deve comumente ser utilizada em lesões localizadas e de pequena extensão (acne, feridas ungueais após retirada de cutícula etc.).

É importante observar que o termo cauterização com a alta frequência é revestido de mito terapêutico, pois cauterizar quer dizer destruir ou queimar, e quando se consegue isso com o eletrodo de bico é sinal que pode ter havido algum tipo de efeito lesivo na pele.

A aplicação indireta ou saturação consiste na aplicação da corrente de alta frequência através do eletrodo em forma de barra metálica ou de vidro com espiral metálica interna, em que a pessoa tratada o segura com uma mão e com a outra segura o porta-eletrodo. O fisioterapeuta tratará o cliente com as mãos, pois, quando ele toca o cliente, o fenômeno de alta frequência se dá através do organismo desta última pessoa, onde nos pontos de contato das mãos do profissional ocorrem efeitos semelhantes aos que se verificam mediante uma aplicação direta.

Neste tipo de aplicação, se associam os efeitos da massagem aos efeitos da aplicação direta da corrente de alta frequência.

Além dos eletrodos citados, é comum encontrarmos no mercado outros tipos, que podem ser fornecidos de acordo com o fabricante.

Entre eles, encontramos um em forma de pente, que tem a finalidade de “desinfetar” o couro cabeludo e tratar afecções nos cabelos, como a presença de piolhos. O pente deve ser movimentado levemente, em movimentos de pentear sobre couro cabeludo. A aplicação normalmente tem uma duração máxima de 10 minutos. O tratamento será completado pela aplicação de cosméticos, massagens manuais e vibratórias, aplicação de radiação infravermelha, etc.
Encontramos ainda eletrodos em forma de:
- forquilha para aplicação na região submentoniana, principalmente em pacientes com quadro de foliculite pós-barba;

- “cachimbo” ou “rabo de baleia”, ambos indicados para pós-tratamento ungueal, principalmente onde há retirada de cutículas;

- “lápis”, para potencializar o faiscamento localizado em lesões de pequenas áreas físicas;

- rolo, para deslizamento no rosto e corpo; e outros.

Obs.: Após o término das aplicações, é importante a assepsia do material utilizado, principalmente dos eletrodos. Normalmente se limpa pó eletrodo com algodão embebido em álcool a 70%.