Processos da drenagem linfática reversa

Ao realizar a drenagem linfática no sentido clássico podem surgir edemas pericicatriciais.
Ao realizar a drenagem linfática no sentido clássico podem surgir edemas pericicatriciais.

Estética e Beleza

13/04/2015

Em cirurgias com incisões amplas, especialmente em cirurgias plásticas, principalmente em abdominoplastia, ocorre uma interrupção dos vasos linfáticos superficiais prejudicando a drenagem linfática normal dos líquidos. Ao realizar a drenagem linfática no sentido clássico podem surgir edemas pericicatriciais (em torno da cicatriz), uma vez que as vias não estão íntegras, promovendo uma tensão indesejável no local da lesão.

Visando a utilização de outras vias para escoamento da linfa que esteja íntegra, foi proposta uma reformulação da drenagem linfática, que chamamos de drenagem linfática reversa. Em intervenções como as abdominoplastias, por exemplo, a drenagem da linfa dos quadrantes inferiores do abdômen (que confluem para a região inguinal) fica interrompida pela retirada do tecido, restando íntegras apenas as vias dos quadrantes superiores (que confluem para os linfonodos axilares).

Assim, não é feito outro caminho ou reverte-se o fluxo da linfa, pois este é unidirecional. Apenas utilizamos outras vias que estão preservadas, pois há uma rica rede de capilares linfáticos que se comunicam de forma livre. Esta rede pode absorver e conduzir a linfa para várias direções, escoando, assim, o líquido das regiões onde as vias normais foram interrompidas. No caso citado no parágrafo anterior, ao invés de estimularmos os linfonodos inguinais ou do abdômen, estimulamos e encaminhamos para o tórax e linfonodos axilares.

Há uma grande fundamentação nesta técnica, pois há procedimentos em que temos dissecação importante das vias arteriais venosas e linfáticas. Isto pode causar uma grande interrupção e obstrução das circulações linfáticas, superficial e profunda, podendo ocasionar infecções, grandes edemas e fibroses; correndo-se o risco até de necroses (morte do tecido).

Essas redes de capilares podem ser “acordadas” em casos de emergência através das manobras manuais. Mas, felizmente, as vias que foram interrompidas se reconstituem e voltam a funcionar normalmente após 30 dias de pós-operatório e os métodos convencionais de drenagem podem voltar a ser utilizados.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


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