Curso de Obesidade: Aspectos Clínicos e Moleculares
Estética e Beleza
16/09/2008
Curso de Obesidade: Aspectos Clínicos e Moleculares
A obesidade é um dos principais males da humanidade atualmente, não escolhendo sexo, idade ou raça, fazendo com que milhões de pessoas morram anualmente em decorrência de patologias desencadeadas ocasionadas por ela. E o pior é que muitos nem consideram a obesidade como patologia.
É necessário que as pessoas tenham consciência do que é a Obesidade, quais os seus fatores causais, o que ela desencadeia no organismo e o seu tratamento, que é o mais difícil, pois está diretamente relacionado com uma reeducação da alimentação.
Pensando nesses aspectos, o Portal Educação lançou o Curso de Obesidade: Aspectos Clínicos e Moleculares. São abordados temas como:
- Métodos de avaliação da composição corporal em adultos:
Antropométricos: Peso corporal; Índice de Massa Corpórea; Relação cintura/quadril; Perímetro da cintura e Pregas cutâneas;
- Avaliação da obesidade em crianças e adolescentes: IMC percentual; Pregas cutâneas e Impedância bioelétrica.
- Etiologia da obesidade;
- Balanço energético: Componentes e técnicas de avaliação do gasto energético; Equação do balanço energético e Fatores que influenciam o ganho de peso corporal;
- Os fatores genéticos e os fatores ambientais.
Considerações gerais:
É notória a ênfase dada ao estudo da obesidade nos dias atuais. Especialistas vêm dedicando anos de estudo na esperança de entender cada vez mais a fisiopatologia dessa alteração metabólica. Não é fácil a obtenção de uma classificação que separe com precisão indivíduos obesos e não obesos. Não há, porém, como separar o termo obesidade de excesso de gordura corporal.
Admite-se que para a raça humana, a percentagem de gordura corporal situa-se entre 15 e 18% para o sexo masculino e entre 20 e 25% para o sexo feminino. Podem ser considerados obesos os homens com percentual superior a 25% e as mulheres com mais de 30%. A mensuração do percentual de gordura requer técnicas onerosas e nem sempre precisas. Diversos cálculos procuram estabelecer os limites de normalidade do peso para uma determinada altura. O Índice de Massa Corpórea (IMC) é o mais utilizado na prática. Tem boa correlação com a percentagem de gordura corporal. No entanto, perde a confiabilidade em atletas com grande massa muscular.
A tabela abaixo mostra as definições de sobrepeso e obesidade considerados os estudos da World Health Organization (WHO), do National Center for Health Statistcs ( NCHS ) e das companhias de seguro americanas.
NCHS
C. Seguro
WHO
Sobrepeso
Peso > %85
IMC(masc) >27,8
IMC(fem) >27,3
>20% do PTI
IMC entre 25 e 30
Obesidade
Peso > %95
IMC(masc) > 31,1
IMC(fem) > 32,3
> 40% do PTI
IMC superior a 30
Obesidade mórbida: IMC superior a 40; 45 kg além do PTI ou mais de 100% de excesso ponderal.
Classificação:
· Quanto ao número e dimensões das células adiposas:
Na obesidade hipercelular ocorre aumento do número total de células adiposas, que pode se tornar até cinco vezes superior ao número encontrado em indivíduo adulto normal. Esta forma de obesidade se desenvolve na infância ou adolescência, porém pode também ser observada naqueles com mais de 75% de excesso de peso corporal.
A obesidade hipertrófica caracteriza-se por um aumento de tamanho da célula adiposa por acúmulo de lipídeos. Inicia-se na idade adulta e na gestação e correlaciona-se melhor com a distribuição andróide de gordura.
· Quanto à distribuição do tecido adiposo:
Conceito de "relação cintura-quadril ( waist-hip ratio - W/H)".
Relação entre a menor circunferência entre o gradil costal e a cicatriz umbilical e a maior circunferência da extensão posterior da região glútea. Quanto maior o W/H maior a correlação com isquemia coronariana, diabetes mellitus, hipertensão arterial e dislipidemias.
W/H maior que
0,9 para homens
0,8 para mulheres
Obesidade andróide
W/H menor que
0,9 para homens
0,8 para mulheres
Obesidade ginóide
A obesidade resultaria de um desbalanço entre a ingestão e o gasto energético. Alguns estudos procuram associar o surgimento da obesidade com menor gasto energético diário. Sendo assim, quanto mais eficiente metabolicamente mais energia sobraria para poder ser acumulada sob forma de gordura. Entretanto, diversos estudos demonstraram que o obeso gasta mais energia que o magro a cada 24hs. Os obesos têm maior percentagem de gordura corporal, mas seu peso absoluto de "massa magra", metabolicamente mais ativa, é também maior. Quando perdem peso tendem a diminuir seus gastos energéticos, daí a dificuldade em se manter, por longo prazo, os resultados terapêuticos, em grande número de casos. Postula-se que cada indivíduo tenha seu próprio "Set Point", no qual seu peso e suas funções metabólicas estariam equilibrados.
O obeso come mais?
O obeso durante muitos anos foi considerado pela sociedade e até mesmo pela classe médica o grande culpado pelo seu excesso de peso. Preguiçoso e guloso foram atributos muito utilizados de forma pejorativa. É óbvio, porém, que o indivíduo que já tem uma tendência natural para o excesso de peso será mais sensível às transgressões alimentares.
Aspectos Clínicos:
A percepção de que o excesso ponderal pode ser danoso para o ser humano é antiga. Hipócrates há mais de dois mil anos já notara maior tendência à morte súbita em obesos. Também descreveu alterações do ciclo menstrual e infertilidade em mulheres. Além do grande trauma social que causa, a obesidade deve ser considerada uma entidade patológica importante.
Aparelho Cardiovascular: O excesso de peso relaciona-se direta e exponencialmente com a mortalidade por causas cardiovasculares, relaciona-se com hipertensão arterial, com o aumento dos níveis séricos de triglicerídeos e com a diminuição do HDL-colesterol, atividade fibrinolítica encontra-se diminuída. Os níveis de Antitrombina III, importante anticoagulante endógeno, reduzidos em obesos mórbidos, elevam-se com a perda de peso. É bastante significativa a relação entre a distribuição androide de gordura corporal e o desenvolvimento de isquemia coronariana.
Metabolismo Glicídico: A obesidade é um importante fator de risco para o desenvolvimento do diabetes mellitus não insulinodependente (DMII). Obesos insulinorresistentes mantêm sua glicemia plasmática à custa de níveis elevados de insulina. A permanência desta condição clínica em longo prazo é capaz de induzir a falência da secreção de insulina pela célula ß do pâncreas, com o desenvolvimento de intolerância à glicose.
Aparelho Respiratório: O aumento da deposição de gordura nas paredes abdominal e torácica pode causar alterações no padrão respiratório, com diminuição do volume e da complacência pulmonares. Encontra-se elevado o trabalho da musculatura diafragmática. Em grandes obesos ocorre distúrbio da relação ventilação/perfusão, caracterizado por hipoxemia com níveis normais de PCO2.
Câncer: o risco para mortalidade por câncer foi de 1,33 vezes maior em homens obesos (câncer colorretal e de próstata) e 1,55 vezes maior em mulheres (câncer de endométrio, vesícula, colo de útero e mama).
Sistema Musculoesquelético: Observa-se associação de obesidade com gota e com osteoartrose de joelhos.
Sistema Reprodutor Feminino: Mulheres obesas desenvolvem sangramento disfuncional uterino e amenorreia com maior frequência. Essa última em decorrência de alterações no eixo hipotálamo-hipofisário. Observa-se também aumento de produção de androgênios pelos ovários.
Outros distúrbios: Convém ressaltar a rejeição social sofrida pelo obeso nos dias atuais, muitas vezes facilitadora da instalação de estado de depressão. Observa-se também nos obesos maior predisposição ao desenvolvimento de litíase biliar.
Todos esses aspectos são abordados no Curso Obesidade: Aspectos Clínicos e Moleculares do Portal Educação.
Com todas essas considerações, felizmente a obesidade tem cura. Aprendendo mais sobre os seus aspectos clínicos, podemos traçar o seu tratamento, que pode até ser cirúrgico.
Venha conhecer o Curso de Obesidade Aspectos Clínicos e Moleculares e descubra mais sobre essa patologia que a cada dia acomete mais e mais pessoas por falta de consciência e conhecimentos. *
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
por Colunista Portal - Educação
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