As profissionais devem ter consciência dos riscos reais.
Estética e Beleza
03/06/2015
Muitas doenças podem ser transmitidas pela falta de higienização e esterilização dos equipamentos. Infelizmente, isso é algo rotineiro, já que os salões não possuem equipamentos suficientes para garantir que todos os(as) clientes sejam atendidos(as) com material esterilizado.
Algumas Secretarias de Saúde, como a de São Paulo, tem disponibilizado aos profissionais de beleza, vacinas para proteção contra o tétano, a difteria e a hepatite B.
Entre as doenças que podem ser transmitidas, destacamos:
- Micose - a micose é a mais comum, e quase todas são causadas por fungos. Geralmente, o canto da unha fica branco, causando descolamento. A mancha pode amarelar, até ficar esverdeada. O tratamento é feito com medicação tópica e oral, mas é demorado. O melhor remédio é a prevenção, isto é, evitar que os pés de seu(a) cliente permaneçam descalços e úmidos, por muito tempo. Caso verifique uma unha contaminada, avise seu(a) cliente e deixe-o(a) por último, para evitar que os(as) outros(as) também sejam afetadas.
- Hepatite B e C – é a doença infecciosa que mais mata, no Brasil. Sua infecção é causada, principalmente, através de alicates e outros objetos cortantes, utilizados por manicures e pedicures, sem a devida esterilização. O grande problema está presente no vírus, que é extremamente resistente e pode permanecer ativo, fora do corpo humano, durante várias semanas, podendo sobreviver por até quinze dias dentro de um frasco de esmalte.
Por tratar-se de uma doença silenciosa, o(a) cliente ou o(a) profissional, só tomarão conhecimento dela quando, provavelmente, estiver instalada.
Um estudo realizado no período entre 2006 e 2007, pela Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, revelou que uma em cada dez manicures ou pedicures, possui hepatite.
A partir desse estudo, concluiu-se que:
- 26% das manicures entrevistadas faziam esterilização dos instrumentos com a autoclave, o método considerado mais seguro; porém, ninguém sabia utilizar, adequadamente, o equipamento.
- 54% utilizavam estufa, mas a maioria não sabia o tempo correto e a temperatura ideal para esterilizar os materiais. 8% usavam forninho de cozinha, o que é totalmente inadequado, e 2%, simplesmente, não utilizavam nenhum método de esterilização.
- Somente 8% faziam a limpeza dos instrumentos, antes de esterilizá-los, e mesmo assim, de forma inadequada.
- Embora 74% das profissionais tenham afirmado que sempre lavavam as mãos, antes e depois de fazer as mãos e os pés dos(as) clientes, foi constatado que ninguém adotou esse procedimento, enquanto a pesquisadora permaneceu no salão, observando os atendimentos.
- 20% disseram que usam luvas durante o trabalho, mas somente 5% foram observadas, utilizando a proteção.
- 72% desconheciam as formas de transmissão de hepatite B, e 85% não sabiam como se transmite a hepatite C.
- 93% desconheciam formas de prevenção contra o tipo B, e 95%, contra o tipo C.
- 45% acreditavam que não transmitiriam nenhuma doença para seus(as) clientes.
- Para finalizar, o estudo apontou que 74% das manicures não estão imunizadas contra a hepatite B, embora a vacina esteja disponível para tal categoria profissional, gratuitamente, pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
- AIDS – sabemos que a AIDS é uma doença transmitida pelo vírus HIV, para qual ainda não existe cura. Normalmente, é transmitida pelo contato sexual, compartilhamento de agulhas e demais equipamentos cortantes, como os alicates de cutículas.
As profissionais devem ter consciência dos riscos reais, e que equipamentos mal esterilizados, ou sem nenhum tipo de esterilização, podem representar uma grande ameaça para sua saúde e de seus clientes. É como a propaganda anunciava: “Quem vê cara, não vê AIDS”.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
por Colunista Portal - Educação
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