14/07/2016
O índice de mulheres fumantes tem sido agravado, segundo a Organização Mundial da Saúde (WHO, 2013): "O alvo em jovens mulheres destaca-se no documento como ‘um dos mais sinistros para o crescimento da epidemia". Busca-se, desde então, uma maior conscientização para que, especialmente mulheres grávidas ou com idades avançadas, não façam uso de tabaco, mesmo porque ele poderá acarretar outras patologias graves.
As mulheres demonstram ser mais susceptíveis às propriedades carcinogênicas da fumaça do cigarro, do que os homens (VITERI, 2001).
A fumaça do cigarro contém mais de 4.000 substâncias tóxicas, mas é a nicotina o composto mais nocivo. O tabagismo também provoca alterações na pele, por mecanismos fisiopatológicos de alterações complexas. Atuando no sistema nervoso simpático causa, entre outras coisas, a vasoconstrição, estimula a vasopressina que, quando associada, gera hipóxia tissular significativa. Ou seja, um único cigarro gera vasoconstrição cutânea por cerca de 30 a 50 minutos.
Segundo a tabela de Fitzpatrick, (GUIRRO e GUIRRO, 2004) nos fototipos de mulheres I a III - peles brancas e morenas claras - os sinais de degradação da pele por conta do uso contínuo de tabaco são mais evidentes, pois tais fototipos são mais sensíveis e vulneráveis à exposição e radiação UV e à fatores externos como o cigarro. Diferentemente do que ocorre com os fototipos acima de IV, em que a pele apresenta maior resistência e proteção, não demonstrando acentuadamente envelhecimento precoce relacionado a esses fatores.
Segundo pesquisa publicada no Anais Brasileiro de Dermatologia (2006), as alterações da pele devidas ao tabagismo são pouco difundidas e estudadas. Mas, em 1985, Model definiu critérios clínicos utilizados até hoje como "Fácies do Tabagismo", que são:
a) rugas proeminentes (olhos, boca, bochechas);
b) proeminência dos contornos ósseos;
c) pele atrófica e cinzenta;
d) pele pletórica.
A saúde da pele das mulheres fumantes ativas será caracterizada pelo envelhecimento precoce por causa do acúmulo de nicotina liberada pela fumaça do cigarro, levando à liberação de radicais livres e, por fim, desencadeando estresse oxidativo nas células e estruturas da epiderme e derme.
O cigarro desenvolve manchas, rugas acentuadas em locais onde a musculatura é exigida repetidamente pelos movimentos de tragadas e pela irritação aos olhos; pele ressecada, sem brilho e viço; e pode até levar as mulheres a um estado de depressão por baixa autoestima, caracterizada pela aparência não condizer com a sua idade cronológica.
Por esse motivo, linhas de produtos cosméticos, tratamentos e protocolos utilizados para minimizar disfunções estéticas faciais em mulheres maduras crescem substancialmente.
Referências bibliográficas
VITERI, A. Enfermedades relacionadas com el consumo de tobaco en la mujer. Prevención del tabaquismo. Madrid, v. 3, n. 3, p. 161-164, set 2001.
WHO – World Health Organization. WHO report on the global tobacco epidemic: 2013 (free tobacco iniciative). Disponível em <http://www.who.int/tobacco/global_report/2013/en/>. Acesso em: 13 jun 2016.
GUIRRO, E.; GUIRRO, R. Fisioterapia Dermatofuncional: fundamentos, recursos , patologias. 3. Edição revisada e ampliada. São Paulo: Editora Manole, 2004.
ANAIS BRASILEIROS DE DERMATOLOGIA. v. 81, n. 1, p. 34-39, 2006.
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