Formas Cosméticas Plásticas

O odor das axilas é influenciado por bactérias
O odor das axilas é influenciado por bactérias

Farmácia

23/01/2013

Os desodorantes e antiperspirantes foram introduzidos no mercado cosmético somente no início do século XX, quando a perspiração e o odor começam a ser considerados um problema.

Desde o Egito antigo há registros do uso de perfumes com odor muito intenso para mascarar o odor corporal. Desde a Roma antiga há também notificações do uso de substâncias adstringentes para reduzir a umidade da região axilar.

A produção do suor é uma importante função fisiológica para a manutenção e controle da temperatura corporal, excreção, hidratação e plastificação da camada córnea.

A transpiração é a passagem de qualquer fluido através da pele ou qualquer membrana animal na forma de vapor. Esta definição é mais ampla e inclui o conceito de perspiração.

A perspiração é o fluido salino secretado pelas glândulas sudoríparas que consiste principalmente de água, cloreto de sódio e outros sais em menores quantidades, além de substâncias nitrogenadas (como uréia), CO2 e outros solutos.

Odores da transpiração - degradação dos produtos de secreção, em particular os de natureza protéica, pelas bactérias da superfície da pele.

Suor apócrino - menos abundante - responsável por grande parte do odor. Rico em material orgânico.

Suor écrino - mais diluído - contribui para o odor porque dispersa o suor apócrino por uma área maior e por fornecer a umidade necessária ao crescimento bacteriano.

O odor das axilas varia de pessoa para pessoa. É influenciado pelas bactérias que colonizam a axila. Também é influenciado pelos alimentos recentemente ingeridos. O decréscimo na perspiração axilar pode ser medido coletando-se a umidade em compressas axilares que são pesadas antes e após exposição a um ambiente com temperatura elevada.

A aplicação de uma formulação a uma placa de cultura semeada com perspiração humana pode determinar % de redução do crescimento bacteriano.

Como formas para reduzir ou controlar o odor das axilas:

•Reduzir o suor apócrino nas axilas;

•Reduzir o suor écrino usando produtos adstringentes;

•Diminuir o crescimento bacteriano usando produtos antibacterianos;

•Remover ou absorver as secreções liberadas pelas glândulas apócrinas e écrinas;
•Uso de inibidores de enzimas bacterianas;

•Uso de substâncias absorventes de produtos oriundos de degradações enzimáticas;

•Mascarar odores usando fragrâncias.

Portanto existem dois tipos distintos de produtos disponíveis ao consumidor: desodorantes e antiperspirantes. Para serem eficazes estes devem reduzir em 20% ou mais a umidade axilar e diminuir a colonização bacteriana nas axilas.

Os antiperspirantes reduzem a umidade (suor écrino) e indiretamente o mau odor. Os desodorantes reduzem e mascaram o mau odor.

Os desodorantes são constituídos por veículos (líquidos, sólidos, pastosos ou fluidos) contendo bactericidas ou bacteriostáticos. Ao limitar o desenvolvimento das bactérias na superfície da pele, estas não podem degradar os derivados protéicos do suor (aminas e amidas) e, portanto, evita-se o desenvolvimento do mau cheiro.

O banho diário, utilizando sabão neutro, faz desaparecer momentaneamente as bactérias por 2 a 3 horas, mas não é suficiente para uma ação mais prolongada.
Os desodorantes contêm produtos com ação antimicrobiana, neutralizadora e que mascaram o odor. São produtos destinados a reduzir ou disfarçar os maus odores devido à secreção apócrina. São classificados na resolução 79/00 como produtos de higiene pessoal, categoria risco I, como já citado anteriormente.

Os requisitos necessários para as substâncias atuarem como desodorantes:

•Eficácia e segurança em inibir o crescimento bacteriano sem agredir a flora bacteriana normal da pele;

•Permitir aplicação local e ser livre de reações tóxicas e alérgicas;

•Possuir capacidade de permanência e de retenção sobre a pele para que o efeito perdure.

As matérias-primas utilizadas que atuam como desodorante, são:

•Antimicrobianos;

•Anti-sépticos;

•Neutralizantes de odores;

•Mascaradores de odores.

Os antiperspirantes são produtos destinados a reduzir a produção de suor axilar e palmo-plantar. A evaporação deficiente do suor (roupas) intensifica o meio úmido e “facilita o trabalho” da flora bacteriana.

Têm como função reduzir a transpiração (50%). Alguns sais adstringentes têm essa função e são muito utilizados: cloridróxido de alumínio (micronizado), taninos, sulfato de zinco, óxido de zinco, sais de zircônio, lantânio e cério. Ação suposta seria precipitar as proteínas e obstruírem superficialmente os poros das glândulas sudoríparas.

Alteram o estado fisiológico de ducto écrino, sendo classificados pela resolução 79/00 como produtos de risco II. A ação é dada pela redução da perspiração; algumas substâncias também têm função desodorante; algumas delas possuem pH baixo, o que reduz o crescimento bacteriano. Com a redução da umidade retarda a reprodução bacteriana.

Os sais alumínio atuam por contração dos condutos excretores do suor devido ao seu pH ácido. Também precipitam proteínas. Derivados de alumínio associados a amido (5 a 10%) impedem a interação com as essências e reduzem a irritação da pele (sensíveis).

A vantagem é que se dissolvem rapidamente na temperatura corporal, liberando o alumínio progressivamente.

Também são aplicados polímeros orgânicos absorventes para absorver a umidade superficial da pele: polissacarídeos, polipeptídeos, polímeros vinil carboxílicos e copolímeros.

Características: absorvem uma quantidade de umidade superior ao próprio peso.
Como apresentações estes produtos podem ser:

Formas líquidas:

Loções - Soluções hidroalcoólicas de sais de alumínio - Quantidades maiores ou menores de etanol - favorecer a vaporização (sensação de frescor imediato) e solubilizar as essências. Glicerol, sorbitol, propilenoglicol - Umectantes - aumentam a viscosidade do produto, favorecendo a aderência após a aplicação.

Aerossóis tendo aplicação rápida e fácil;

“Squeeze-sprays” são fórmulas mais populares em recipiente de plástico mole (PVC de baixa densidade), que por simples pressão manual do corpo do frasco, libera o conteúdo em uma nuvem grosseira de gotículas;

“Roll-on” são soluções líquidas muito viscosas (espessante - CMC). Frascos com tampa formada por uma esfera de plástico que rola sobre a pele, resultando na aplicação de uma fina película do produto. Eficaz, econômica, higiênica (não escorre) e segura (gotículas - inaladas);

Formas fluidas e sólidas:

Cremes - Cremes evanescentes, O/A;

Géis - Bastão - “Sticks”;

Sabões desodorantes com Irgasan.

As principais características que os antiperspirantes devem apresentar:

•Eficiência;
•Eficácia;

•Segurança;

•Perfume agradável;

•Toque e espalhabilidade agradável.

Dentifrícios

No Brasil 50% das pessoas de 40 anos não possuem metade dos dentes e cerca de 95% dos brasileiros sofrem de cárie e doenças das gengivas, sendo que a grande maioria dos problemas relacionados aos dentes podem ser evitados com uma escovação adequada e uso do fio dental.

As enfermidades que afetam a região bucal são:

Cárie: bactérias na presença de hidratos de carbono, especialmente açúcar. Bactérias formam ácidos, a partir dos açúcares, que atacam o esmalte.

Parodontopatias: placas ou tártaros - restos de comida, mucoproteínas da saliva e bactérias - decorrentes de higienização malfeita: os resíduos se depositam entre os dentes e a gengiva e penetram até a raiz, podendo alcançar o maxilar.

As antigas civilizações da Índia e da China foram as primeiras a se preocuparem em cuidar dos dentes e a pensar na existência de uma substância para limpá-los. A receita da pasta de dentes egípcia incluía cinzas pulverizadas de animais, como os bois, e cascas de ovos queimadas.

Outras receitas incluíam partes animais secas, ervas, mel e minerais, como o carvão. Nessa época, a escova dental nem sonhava em ser fabricada e a solução era esfregar os dentes com os dedos mesmo.

Assim como os egípcios, os gregos e romanos utilizavam componentes abrasivos para a higiene bucal, como conchas queimadas de caracóis e ostras e gesso queimado.
A partir de 1660 começaram os estudos científicos sobre os dentifrícios. Um homem chamado Robert Turner anunciou que havia esfregado sal nos dentes. Depois disso, muitas pessoas da época começaram a fabricar suas próprias pastas, em tampas de panelas.

Só faltava este impulso para que cientistas começassem a pensar em fórmulas específicas para a criação dos dentifrícios.
Antes de 1880, muitos químicos já fabricavam cremes dentais, depositados em panelas, já que não existia a embalagem.

A data do surgimento da primeira pasta manufaturada é 1873. Quem a inventou foi o Dr. Washington Sheffield, reconhecido químico e cirurgião-dentista em New London, Connecticut. Mas os cremes dentais em tubos só surgiram quase duas décadas depois, em 1890. A ideia partiu do filho de Sheffield, Dr. Lucius Tracy Sheffield. Ele observou que tintas eram embaladas em tubos de metal e resolveu fazer o mesmo com o dentifrício desenvolvido por seu pai.
Os tubos de metais agradaram aos consumidores e a partir daí, os cremes dentais começaram a ser utilizados em larga escala, como método de higienização.

As fórmulas mudaram, evoluíram e hoje temos uma enorme gama de produtos com ativos para nos ajudar a cuidar da nossa saúde bucal.

As principais funções dos produtos encontrados atualmente são:

•Limpar os dentes de modo adequado: eliminar os resíduos de alimentos, placas e manchas;

•Deixar a boca com uma sensação de frescor e limpeza;

•Ter custo baixo;

•Estimular o uso;

•Inócuo,

•Agradável,

•fácil de usar;

•Adequado a padrões de abrasividade, por exemplo.

Embora o dentifrício não seja indispensável para a remoção de placa, tem-se comprovado a sua importância para garantir a limpeza e o polimento dental.
A quantidade de pasta só tem relevância quando se trata de crianças com menos de 6 anos, que podem ingerir dentifrício involuntariamente ao escovar os dentes.

Uma quantidade pequena deve ser usada, para reduzir a ingestão de flúor. Recomenda-se a técnica transversal: ao invés de se colocar pasta em toda extensão da escova, cruza-se esta com o dentifrício.

A pasta anticárie contém flúor, a antitártaro contém substâncias que reduzem a formação de tártaro (Gantrez, Pirofosfato tetrasódico). Os dentifrícios antitártaro não removem cálculo dental mecanicamente, o que deve ser feito pelo dentista; o dentifrício interfere apenas em sua formação. As pastas antiplaca contêm substâncias antimicrobianas.
Estudos com dentifrícios contendo nitrato de potássio têm mostrado média de 30% de redução de sensibilidade a jato de ar frio. Essa redução vai depender do limiar de sensibilidade do indivíduo e do modo de escovar os dentes.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


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