Terapia anti-retroviral em crianças

Uso de terapia combinada em lactentes
Uso de terapia combinada em lactentes

Farmácia

19/04/2013

O manejo da infecção por HIV na população pediátrica está evoluindo rapidamente e se tornando cada vez mais complexo. Isso se deve ao fato de que o tratamento adequado de lactentes, crianças e adolescentes com HIV exige que sejam considerados diversos fatores específicos a essas populações, inclusive diferenças na farmacocinética dos medicamentos e nos marcadores virológicos ou imunológicos em comparação aos pacientes mais velhos, além de questões de adesão relacionadas à idade.

O uso de terapia antirretroviral combinada em lactentes, crianças e adolescentes reduziu a morbidade e a mortalidade, além de promover a qualidade de vida de pacientes com HIV adquirido no período perinatal, tornando o HIV uma doença crônica, com os lactentes infectados agora sobrevivendo até a terceira década de vida.

Em lactentes infectados pelo HIV, o início precoce de ARV tornou-se o padrão para reduzir a mortalidade e a emergência de mutações de resistência simultaneamente à preservação da função imunológica. Há várias questões que tornam o tratamento do HIV mais problemático nas crianças. Entre elas, o momento da infecção por HIV, que ocorre quando o seu sistema imune ainda está em desenvolvimento e, portanto, mais suscetível aos efeitos negativos da infecção por HIV.

A farmacocinética das múltiplas drogas usadas no tratamento de HIV muda à medida que os lactentes se tornam crianças e as crianças se tornam adolescentes. Esse fator também é responsável por uma progressão mais rápida da doença em pacientes pediátricos e pela exigência de tratamentos permanentes durante o crescimento e desenvolvimento normais na infância.

A farmacocinética das drogas antirretrovirais não apenas varia com a idade na faixa pediátrica; parece que as crianças sofrem de toxicidade aumentada, tanto aguda como de longo prazo. Além disso, questões de adesão em bebês, crianças e adolescentes podem afetar a efetividade dos regimes antirretrovirais, o que exige o desenvolvimento de drogas mais especificamente apropriadas para essa faixa etária, contemplando características como melhor tolerabilidade.

A mensuração da carga viral em adultos é um parâmetro fundamental para a indicação do início da terapêutica antirretroviral, bem como no monitoramento da eficácia do tratamento. Nas crianças ainda não estão estabelecidos os valores de contagem de carga viral para início da terapêutica, nem o limite de redução para definição de eficácia da terapêutica.

Entretanto, sabemos que pacientes em vigência de terapêutica antirretroviral mantendo carga viral inalterada ou em elevação, provavelmente não estão sob um regime eficaz. Considera-se, portanto, que a mensuração da carga viral em crianças não deve ser utilizada para decidir o início da terapêutica, mas pode ser um instrumento útil para monitorar o tratamento.

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