Interações com vias de eliminação intestinal

A eliminação da droga pelo organismo varia
A eliminação da droga pelo organismo varia

Farmácia

22/04/2013

Dados recentes sugerem que a absorção de drogas pode ser comprometida por mecanismos de eliminação intestinal, incluindo secreção e a biotransformação intestinais.

Tem-se levantado a hipótese que uma competição entre digoxina e antagonistas de cálcio (verapamil e nifedipina), ou entre digoxina e vimblastina, pela eliminação intestinal via P-glicoproteína pode contribuir para o aumento da concentração plasmática de digoxina.

A eliminação intestinal de drogas pela P-glicoproteína e outros possíveis transportadores na membrana da mucosa intestinal pode limitar a absorção de várias drogas.

Um estudo mostrou que uma diminuição significativa na absorção do ácido 5-aminosalicílico (5ASA), uma droga utilizada no tratamento de doença inflamatória intestinal, ocorre quando esta droga se apresenta em baixas concentrações no lúmen intestinal.

O transporte e o metabolismo do 5ASA foram estudados em culturas de células Caco-2 e observou-se que em níveis abaixo de 200 ug/ml no lúmen intestinal (concentrações que são normalmente encontradas em apresentações farmacêuticas de liberação lenta) a eliminação intestinal (metabolismo pela N-acetiltransferase e secreção do 5ASA) é responsável por 50% da sua eliminação toda; porém este processo pode ser saturado em concentrações altas da droga.

A eliminação intestinal pode aumentar drasticamente quando a droga é administrada com alimentos, em decorrência de um maior tempo de exposição e baixa concentração da droga, favorecendo as vias de eliminação intestinal, o que pode afetar de maneira significativa os níveis teciduais e, portanto, pode ser um importante fator na determinação da resposta terapêutica.

A descoberta de que várias drogas são metabolizadas pelo citocromo P450 (CYP) 3A4 intestinal, determina outra fonte de interação envolvendo a eliminação intestinal. Interações entre suco de “grape-fruit” e drogas metabolizadas pelo CYP3A4 intestinal podem trazer consequências clínicas importantes em função de um aumento da biodisponibilidade destas drogas, muito provavelmente pela inibição do metabolismo oxidativo da membrana intestinal.

Os componentes dos sucos de frutas cítricas que são responsáveis por esta interação não estão totalmente determinados, porém sabe-se que uma variedade de flavonoides encontrada nestes sucos é capaz de inibir a atividade da CYP3A4 in vitro.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


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