Interações medicamentosas envolvendo a distribuição da droga

Uma droga pode alterar a distribuição de outra
Uma droga pode alterar a distribuição de outra

Farmácia

22/04/2013

Uma droga pode alterar a distribuição de outra, mas tais interações raramente são importantes do ponto de vista clínico.

O deslocamento de uma droga de seus locais de ligação no plasma ou nos tecidos aumenta transitoriamente a concentração da droga livre, mas é seguido por eliminação aumentada, de modo que resulta em novo estado estacionário, no qual a concentração total da droga no plasma é reduzida, mas a concentração da droga livre é semelhante à de antes da introdução do segundo fármaco que causou o deslocamento.

Há várias consequências diretas de importância clínica potencial:

1. Toxicidade em decorrência do aumento transitório na concentração da droga livre, antes de ser atingido o novo estado de equilíbrio dinâmico.

2. Se a dose está sendo ajustada de acordo com as determinações da concentração plasmática total, deve-se saber que a faixa de concentração terapêutica será alterada pela administração simultânea de qualquer droga que produza deslocamento.

3. Quando o fármaco deslocador ainda reduz a eliminação do primeiro, de modo que a concentração livre fique aumentada não só de modo agudo, mas também cronicamente, poderá ocorrer grave toxicidade nesse novo estado de equilíbrio.

Embora muitos fármacos tenham apreciável ligação a proteínas plasmáticas e, portanto, pode-se potencialmente esperar interagirem assim, há poucos exemplos de interações clinicamente importantes deste tipo.

Exemplos:

a) A fenilbuzona descola o warfarin de seus locais de ligação na albumina, resultando em sangramento aumentado.

b) Os salicilatos deslocam o metotrexato dos locais de ligação à albumina e reduzem sua excreção no néfron, por competição com o carreador de ânions.

c) A quinidina e outros fármacos antiarrítmicos como o verapamil e amiodarona, deslocam a digoxina de seus locais de ligação nos tecidos, reduzindo simultaneamente sua eliminação renal, aumentando gravemente a toxicidade da digoxina.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


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