O metabolismo das drogas

O metabolismo das drogas pode ser alterado pela composição da dieta
O metabolismo das drogas pode ser alterado pela composição da dieta

Farmácia

22/04/2013

Uma dieta rica em proteínas e pobre em carboidratos aumenta a taxa de metabolização de um grande número de drogas, enquanto que uma dieta hipoproteica e hiperglicídica diminui esta metabolização.

Um grande número de drogas e nutrientes é metabolizado no fígado por sistemas enzimáticos específicos. Dentre os componentes nutricionais que participam desses sistemas estão as proteínas, lipídios, ácido nicotínico, ácido ascórbico, vitaminas A, E, cobre, cálcio, ferro, zinco, entre outros.

Portanto, deficiências destes nutrientes podem levar a uma metabolização mais lenta. A manipulação nutricional vem sendo utilizada em algumas condições patológicas com bons resultados.

Crianças asmáticas, por exemplo, tratadas com teofilina (bronco dilatador) têm menos episódios de respiração dificultosa nas dietas com baixa quantidade de proteínas porque assim a teofilina é metabolizada mais lentamente, permanecendo por mais tempo em circulação.

Certos medicamentos inibem a síntese de enzimas porque competem com vitaminas para suas estruturas, essas drogas são chamadas de antivitaminas.

Os agentes quimioterápicos utilizam esse princípio para impedir a replicação e induzir a morte da célula tumoral, pois competem com o ácido fólico, sem o qual não há síntese de DNA, provocando uma deficiência desse nutriente.

Algumas drogas também podem formar um complexo com o nutriente, o tornado não-disponível para utilização pelo organismo.

A isoniazida, por exemplo, utilizada no tratamento prolongado da tuberculose, forma um complexo com a vitamina B6 (piridoxina), interferindo em seu metabolismo em vários níveis, podendo levar a uma deficiência desta vitamina.

Mas o exemplo mais amplamente conhecido de interação droga-nutriente envolve as drogas psiquiátricas do tipo inibidoras da Monoaminooxidase (IMAO) e as aminas vasoativas presentes nos alimentos.

Em situação normal, as aminas vasoativas dos alimentos não constituem risco porque são metabolizadas rapidamente pelas enzimas monoaminoxidases.

Entretanto, a ação destas enzimas é inibida por certas drogas antidepressivas, antimicrobianas, anti-hipertensivas e antineoplásicas. A presença de aminas vasoativas não-oxidadas causa constrição dos vasos sanguíneos e elevação da pressão arterial, podendo levar, nos casos mais graves, a uma hemorragia intracraniana, arritmias cardíacas e insuficiência cardíaca.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


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