A prescrição e administração de medicamentos

A escolha do método e da via de administração depende de alguns parâmetros
A escolha do método e da via de administração depende de alguns parâmetros

Farmácia

23/04/2013

Para que seja alcançado o objetivo da terapêutica faz-se necessário que a administração de medicamentos seja realizada com eficiência, segurança e responsabilidade, obtendo, dessa forma, uma melhora no quadro clínico do paciente.

É essencial, portanto, conhecimento de alguns dados quanto ao processo de administração: informações farmacológicas do medicamento (farmacocinética, farmacodinâmica, dose máxima e efetiva, além do intervalo entre as doses etc.), bem como métodos, vias e técnicas de administração.

As ações de medicamentos no organismo vivo podem ser classificadas em quatro categorias principais:

- Ação Local: quando o efeito ocorre no ponto de aplicação;

- Ação Sistêmica: para aqueles que atingem a circulação;

- Ação Remota: nos casos em que a ação do medicamento em um alvo interfere no funcionamento de outro;

- Ação Local/geral: quando a droga produz efeito no ponto de aplicação, sendo absorvida posteriormente para ter ação sistêmica.

Os efeitos de uma droga de ação generalizada podem ser agrupados em: estimulante, deprimente, cumulativo, anti-infeccioso, antagônico e sinérgico.

A escolha do método e da via de administração depende de alguns parâmetros: rapidez desejada para início da ação, natureza e quantidade a ser administrada e condições do paciente.

Seguem abaixo os fatores relevantes relacionados às diversas vias de administração de medicamentos injetáveis:

♦ Administração parenteral – É a via utilizada para a administração de medicamentos em uma ou mais camadas da pele; a administração parenteral de fármacos tem algumas vantagens nítidas em relação à via oral. A disponibilidade é mais rápida e mais previsível. A dose eficaz pode, portanto, ser escolhida de forma mais precisa. No tratamento de emergências, a administração é extensamente valiosa. A injeção do fármaco também tem suas desvantagens. É essencial manter a assepsia, pode ocorrer uma injeção intravascular quando esta não era a intenção, a injeção pode acompanhar-se de dor e, às vezes, é difícil para um paciente injetar o fármaco em si mesmo se for necessária a automedicação. Os custos são outros fatores a serem considerados. Fazem parte da via parenteral: endovenosa ou intravenosa (EV ou IV), subcutânea (SC), intradérmica (ID), intramuscular (IM), intra-arterial, intratecal, intraperitoneal e inalatória.

Intradérmica – É a via parenteral mais lenta; a solução é introduzida na derme, onde o suprimento sanguíneo está reduzido e a absorção do medicamento ocorre lentamente. Via preferencial para a realização de testes de sensibilidade e reações de hipersensibilidade, como: testes de tuberculose, difteria e vacina BCG. Quantidade aconselhável, no máximo de 0,5 ml e o ideal de 0,1 ml.

Endovenosa ou Intravenosa – É efetuada introduzindo-se o medicamento diretamente na veia, na corrente sanguínea. A concentração desejada de um fármaco no sangue é obtida com uma precisão e rapidez que não são possíveis com outras vias. Admite infusão de grandes volumes.

Subcutânea – Nesta via os medicamentos são administrados no tecido subcutâneo. Só pode ser usada para substâncias que não são irritantes para os tecidos. A absorção costuma ser constante e suficientemente lenta para produzir um efeito persistente. A absorção de substâncias implantadas sob a pele (sob forma sólida de Pellet) ocorre lentamente ao longo de semanas ou meses (contraceptivos ou repositores hormonais). Tem grande utilização para administração de insulina, heparina e algumas vacinas. Não admite grandes volumes (até 01 ml). As regiões de injeções subcutâneas incluem: regiões superiores externas do braço, abdome (próximo à cicatriz umbilical) e região anterior das coxas.

Intramuscular – É a administração do medicamento diretamente na massa muscular. A absorção depende do fluxo sanguíneo no local da injeção. A velocidade de absorção em homens é maior que a absorção em mulheres quando a injeção é feita no glúteo. Os músculos mais utilizados são o deltóide - até 02 ml, vasto lateral da coxa (terço médio) e grande glúteo (quadrante superior externo) – até 05 ml.
Intra-arterial - É a administração do medicamento diretamente na artéria. É aplicada para localizar seu efeito em determinado órgão ou tecido. Exige extremo cuidado e só deve ser feita por pessoas treinadas e experientes;

Intratecal - Quando se desejam efeitos locais e rápidos nas meninges ou no eixo cérebro-espinhal, como na anestesia espinhal ou nas infecções agudas do SNC.

Intraperitoneal - Por essa via, os fármacos penetram rapidamente na circulação através da veia porta. Via utilizada para infusão do dialisador para diálise peritoneal.

Inalatória - Os fármacos gasosos e voláteis podem ser inalados e absorvidos através do epitélio pulmonar e das mucosas do trato respiratório. As vantagens são a quase instantânea absorção para o sangue, ausência de perda hepática de primeira passagem e, no caso das doenças pulmonares, a aplicação local do fármaco no ponto de ação desejado.

Regra dos sete certos

Antes de administrar qualquer medicação, devemos checar os sete certos:

• Paciente certo;
• Medicação certa;
• Dose certa;
• Diluição certa;
• Via certa;
• Horário certo;
• Registro certo.

IMPORTANTE!!!

- Toda prescrição de medicamento deve conter: data; nome do paciente; registro; enfermaria; leito; idade; nome do medicamento; dosagem; via de administração; frequência; assinatura do médico.
- Anotar qualquer anormalidade após administração do medicamento (vômitos; diarreia; erupções; urticária etc.)
- A prescrição do paciente ou cartão de medicamento deve ser mantido à vista de quem prepara o medicamento.
- Certificar-se das condições de conservação do medicamento (sinais de decomposição; turvação; deterioração; precipitação etc.).
- Armazenar e manusear cuidadosamente os medicamentos para manter estabilidades e potências. Lembre-se de que algumas substâncias podem ser alteradas pela temperatura, pelo ar, pela luz e pela umidade;
- Armazenar as substâncias à temperatura ambiente, a menos que você seja instruído a refrigerá-las. A refrigeração provoca umidade na formulação e poderia alterar algumas substâncias por meio da condensação.
- Conforme exigido por lei, manter narcóticos e substâncias controladas em locais trancados com tranca dupla.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


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