Trypanosoma cruzi - Protozoário

Esses flagelados multiplicam-se por divisão binária simples
Esses flagelados multiplicam-se por divisão binária simples

Farmácia

24/04/2013

O Trypanosoma cruzi é um protozoário unicelular, dotado de um núcleo diferenciado e contendo, no citoplasma, uma estrutura característica – o cinetoplasto – ligado a sua longa mitocôndria. O cinetoplasto contém um DNA especial, o kDNA. De suas proximidades parte um flagelo curto ou longo.

Esses flagelados multiplicam-se por divisão binária simples, iniciando-se a reprodução pela duplicação do corpúsculo basal do flagelo e do cinetoplasto.

O T. cruzi apresenta três formas morfológicas no ciclo evolutivo: tripomastigota, amastigota e epimastigota;.

Biologia de Trypanosoma cruzi

O ciclo biológico do T. cruzi é do tipo heteroxeno, passando o parasito por uma fase de multiplicação intracelular no hospedeiro vertebrado e extracelular no inseto vetor (triatomíneo).

Os tripomastigotas metacíclicos eliminados nas fezes e urina do vetor, durante ou logo após o repasto sanguíneo, penetram no local da picada e interagem com células do sistema fagocítico mononuclear (SFM) da pele ou mucosa. Neste local, ocorre a transformação para a forma amastigota intracelular, que se multiplica por divisão binária simples. A seguir, ocorre a diferenciação dos amastigotas em tripomastigotas que são liberados da célula hospedeira caindo no interstício.

Estes tripomastigotas caem na corrente sanguínea e podem penetrar em outras células do SFM ou são destruídos por mecanismos imunológicos do hospedeiro. Podem ainda ser ingeridos por triatomíneos, onde cumprirão seu ciclo extracelular.

Os triatomíneos vetores (descritos a seguir) se infectam ao ingerir as formas tripomastigotas presentes na corrente sanguínea do hospedeiro vertebrado durante o repasto sanguíneo. No estômago do inseto, as formas tripomastigotas passam a epimastigotas, que se multiplicam intensamente. Por isso, são consideradas as formas de manutenção da infecção no vetor. No reto, as epimastigotas se diferenciam em tripomastigotas (infectantes), sendo eliminadas nas fezes e/ou na urina.
Os hemípteros - denominados barbeiros - são os insetos vetores da doença de Chagas. A ordem Hemiptera reúne insetos em geral grandes e providos de aparelho bucal de tipo picador-sugador. Alguns são hematófagos, enquanto outros são fitófagos ou predadores. No entanto, a família de interesse é a Reduviidae, na qual está a subfamília Triatominae dos barbeiros transmissores da tripanossomíase americana ou doença de Chagas. Há cerca de uma centena de espécies, a maioria delas nas Américas.

Os triatomíneos distinguem-se dos outros reduvídeos por seu hematofagismo e por apresentarem uma probóscida retilínea, com 3 segmentos apenas, que fica dobrada ventralmente, quando em repouso. Os adultos medem de 1 a 6 cm de comprimento, têm a cabeça em geral alongada, provida de um par de antenas com 4 artículos, inseridas lateralmente em tubérculos anteníferos. Há um par de olhos compostos e outro de ocelos.

As peças bucais pungitivas ficam alojadas na probóscida e as mandíbulas justapostas formam dois canais, um superior e maior para a sucção, outro inferior para a saliva anticoagulante.

O tórax é bem desenvolvido a custa do pronoto e do escutelo triangular. O 1º par de asas tem a base coriácea e a parte distal membranosa (tipo hemiélitro), enquanto o 2º par é inteiramente membranoso, ficando protegido pelo outro, quando em repouso.

Os 3 pares de pernas apresentam todas o mesmo aspecto, sendo formadas por 5 segmentos.

O abdome achatado dorso-ventralmente, pode acumular de 0,5 a 3 ml de sangue, em virtude do conexivo pouco quitinizado e distensível. O aparelho digestivo conta com um esôfago musculoso, que aspira o sangue, um pró-ventrículo e o estômago onde o sangue é digerido. O intestino é longo e sinuoso, ocupando grande parte do volume abdominal.

Em geral, a infecção é transmitida por insetos dos gêneros Panstrongylus, Triatoma e Rhodnius. No Brasil, os principais vetores são: Triatoma infestans (de hábitos domésticos) e Panstrongylus megistus (doméstico ou silvestre, segundo as regiões). Mas, várias outras espécies silvestres, que transmitem a infecção entre os animais, podem contaminar pessoas que penetrem no ecossistema onde vivem. Ou quando, por acaso, esses insetos invadem as casas, como faz o Triatoma braziliensis, de hábitos peri-domésticos e o principal transmissor da infecção em todo o Nordeste do Brasil.

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