EVOLUÇÃO DO USO DOS ALCALÓIDES TROPÂNICOS DURANTE A HISTÓRIA: DA POÇÃO DE VÔO DAS BRUXAS AO ATUAL GOLPE "BOA NOITE CINDERELA"

Farmácia

16/04/2014

INTRODUÇÃO
Foi na natureza que os povos primitivos descobriram as propriedades
alucinógenas de varias espécies de plantas, associando seus efeitos mentais aos poderes
divinos, isto é, faziam com que quem as ingerisse, recebesse mensagens divinas, dos
deuses. (VICENTE, 2002)
Por ser fonte de alcalóides tropânicos, na idade media, foram muito utilizadas
para a preparação de ungüentos a beladona (Atropa belladonna), o meimendro
(Hyosciamus niger) e a mandrágora (Mandragora officinarum), devido a suas
propriedades alucinógenas. O unguento preparado com estas três solanaceas, conhecido
como ‘fórmula de vôo’, caracterizou-se por provocar um estado de embriaguez, seguido
de sono profundo acompanhado de amnésia, delírios e sensação de levitação, fato que
explica as viagens fantasiosas das supostas bruxas. Devido ao efeito narcótico e a forma
ramificada, semelhante ao corpo humano, a mandrágora destacou-se e tornou-se famosa
na magia e na bruxaria. (MARTINEZ, 2009)
Enquanto para os povos antepassados as plantas alucinógenas eram consideradas
“presente divino” usado exclusivamente para rituais, na sociedade atual, agora na forma
sintética, estes compostos são na maioria das vezes usados para atos ilícitos de abuso
sexual ou extorsão financeira, comumente denominada “boa-noite cinderela”.
(CARTER, 2003)
As drogas mais utilizadas são o flunitrazepam, GHB (Gamma-hidroxibutírico) e
a quetamina associadas ou não ao álcool. São classificadas como alucinógenas e
exercem um papel relevante na sociedade, pois, esta associação pode levar a lacunas na
memória da vítima, deixando-a vulnerável e sujeita a ordens de estranhos, devido à
perda da consciência, a incapacidade de discernimento, a dificuldade de resistir a
ameaças e a amnésia sofrida durante a intoxicação. Estes fatores dificultam a
identificação do criminoso, e conseqüentemente há uma redução nas informações
fornecidas aos setores de segurança competentes, acarretando em uma procura cada vez
maior destas substâncias para uso ilícito. (GUERRREIRO, 2011)
Compete aos órgãos de saúde o atendimento de urgência à vítima. O
profissional da saúde tem papel importante no diagnóstico, na elucidação e na
identificação dos achados que constituam provas legais, de grande importância tanto na
comprovação do crime quanto na identificação do agressor. Portanto a divulgação é um
assunto de ordem social a partir do momento que qualquer cidadão pode ser vítima do
golpe, acarretando em prejuízos financeiros, moral e psicológico. (SILVA, 2011)
AS TRÊS ERVAS DA “POÇÃO DE VÔO” DAS BRUXAS
Na Europa da idade média e do renascimento algumas espécies de plantas da
família Solanaceae, fontes de alcalóides tropânicos, foram bastante utilizadas como
medicamentos, venenos e poções mágicas, com a finalidade de alcançar poderes
sobrenaturais ou matar seus inimigos. As poções eram compostas basicamente de
beladona (Atropa belladonna), meimendro (Hyosciamus niger) e mandrágora
(Mandragora officinarum), que por possuírem efeitos psicoativos alucinógenos,
caracterizados por um estado de embriaguez, seguidos de um sono profundo
acompanhado de amnésia, delírios e sensação de levitação explica as viagens
fantasiosas das supostas bruxas. (MARTINEZ, 2009)
Estas três solanáceas eram usadas para a preparação de ungüentos, conhecido
como ‘fórmula de vôo’ com os quais as bruxas se untavam e, supostamente, voavam.
Este unguento tinha baixa absorção cutânea, então as bruxas conseguia a intoxicação
através da introdução do cabo de uma vassoura, ungido nestas preparações vegetais, na
mucosa vaginal criando uma sensação de leveza e falta de gravidade. Dentre elas,
destacou-se a Mandrágora tornando-se famosa na bruxaria devido aos seus efeitos
narcóticos e pela forma estranha de sua raiz, cujo aspecto ramificado e contorcido se
assemelha ao corpo humano. (SIMOES, 2010)
Nativa do Mediterrâneo a mandrágora (Mandragora officinarum) apresenta altos
teores de alcalóides tropânicos do mesmo tipo que aqueles encontrados na espécie
Datura, substâncias responsáveis pela amnésia causada pela ingestão de seus frutos.
Erva de caule muito curto, emite uma roseta de folhas, de cujo centro se alteia as hastes
das flores, de cor entre o violeta e o azul. A raiz principal freqüentemente se bifurca e,
sendo grossa e carnuda, assemelha-se a duas coxas. (CARTER, 2003)
Segundo a lenda medieval a raiz da mandrágora era como um pequeno homem
ou, um tipo de meia criatura entre o ser humano e o vegetal, dormindo dentro da terra, e
para aumentar essa semelhança, os feiticeiros a esculpiam e acrescentavam detalhes.
Suas folhas exalavam um odor narcótico e reluziam à noite e por isso eram conhecidas
como velas do demônio. Colher uma mandrágora era uma ousadia repleta de perigos e
por isto o feiticeiro que desejasse possuir uma mandrágora tinha que seguir um ritual no
mínimo curioso, pois ao ser retirada de seu descanso dava um grito tão agudo que era
capaz de deixar surdo, enlouquecer e até mesmo levar alguns homens a morte. Assim,
com base nessa crença foram sendo criadas várias técnicas para se colher a mandrágora
sem sofrer com seu grito. (OGA, 2003)
De acordo com a lenda a raiz era arrancada em noite de luar após um ritual e
orações. Para auxiliar na coleta levavam consigo um cachorro preto faminto e algum
tipo de alimento, com o qual o cachorro poderia ser seduzido. Com uma barra de
marfim ele soltava (afofava) a terra ao redor da planta e cuidadosamente amarrava o
animal à mesma, se afastava e atrai-o ao encontro da refeição puxando assim a planta da
terra, arrancando-a. Ao passo em que a planta era arrancada do solo o feiticeiro soprava
uma trombeta o mais alto possível, para abafar o grito da mandrágora. Alguns tapavam
seus ouvidos com cera e se posicionavam contra o vento para não sentir seu odor
narcótico. O cachorro, segundo a lenda, morria ali mesmo. Depois de colhida o
feiticeiro envolvia-a em um pedaço de linho branco e apressava-se pela escuridão que se
formava tendo em mãos seu merecido prêmio. (CARTER, 2003)
Separava-se a raiz das folhas e de acordo com o propósito eram manipuladas ou
consagradas em diferentes rituais. Algumas necessitavam alimentar-se com leite, mel e
sangue (do seu próprio dono), outras eram vestidas com pequenas túnicas vermelhas
com símbolos mágicos desenhados e, basicamente todas deveriam ser guardadas numa
caixa envolta em seda e banhada quatro vezes ao ano com vinho. O líquido que sobrava
após o banho possuía virtudes mágicas e eram utilizados em feitiços. Aos olhos dos
caçadores de mandrágora tanto trabalho para conseguir a raiz valia a pena, pois a planta
possuía variados usos tanto mágicos como medicinais. São tantas lendas que a
envolvem que as pessoas até duvidam de sua real existência. (OGA, 2003)
Por mais fantásticas que algumas histórias possam parecer, algumas destas
antigas crenças sobre as mandrágoras são baseadas em fatos. Como exemplo cita-se a
crença de que a mandrágora brilha a noite, justificada pelo fato de que suas folhas
atraem os vaga-lumes e são estas pequenas criaturas que fazem a planta brilhar na
escuridão. Qualquer desavisado certamente poderia sentir-se assustado com a aparência
da planta no escuro e achar que as antigas lendas sobre seus poderes diabólicos eram
verdadeiras. Essas plantas com raízes grandes e encorpadas mantida em determinadas
condições de calor e umidade pode liberar alguns gases e vapores chamados de "fogo
fátuo" no qual acreditavam que eram espíritos saindo da planta, geralmente crescem em
lugares úmidos e quando são arrancadas da terra, soltam um ruído que se assemelha a
um grito ao qual fortificava ainda mais a lenda. (VICENTE, 2002)
Naturalmente todos os detalhes da lenda da mandrágora foram mantidos vivos
por aqueles que as vendiam. As pessoas pagavam quantias exorbitantes por uma
mandrágora em bom estado, e as guardavam como importantes talismãs. Eram passadas
como relíquias ou amuletos aos membros de diferentes gerações de um determinado
grupo ou família, sempre de forma secreta, principalmente na idade média.
(MARTINEZ, 2009)
Referências à mandrágora retrocedem às sagradas escrituras e a antigos
manuscritos orientais. Na literatura clássica, Shakespeare fala de seus arrepiantes
chiados enquanto Maquiavel aponta para as fraudes de charlatões que propagam suas
virtudes maravilhosas na peça “A Mandrágora”. Também citada por Shakespeare em
Romeu e Julieta, acredita-se que o remédio que Julieta usou para fingir estar morta
tenha sido extraído de uma mandrágora. Pitágoras se referiu à mandrágora como
"antropomorfa". O agrônomo romano Lúcio Columela a definiu como "semi-homem".
O mito que envolve a coleta da planta foi apresentado em 1998 por J. K. Rowling no
filme Harry Potter e a Câmara secreta, ganhando espaço e difundindo o conhecimento
acerca desta espécie entre os adolescentes. Nas Sagradas Escrituras, em Gênesis (30:14)
e Cantares (7:13), seu uso é atribuído ao seu suposto poder afrodisíaco, e nos tempos de
Cristo como anestésico, calmante e para curar impotência sexual masculina podendo ser
tóxica quando usada em grande quantidade, provocando alucinações tão intensas que
beiravam a loucura (MARTINEZ, 2009)
A beladona (Atropa belladonna L.), também conhecida como cereja da loucura é
descrita como um arbusto perene, com 0,5 a 1,5 metros de altura, existente
principalmente na Europa central e Sul. Suas folhas são pobres em escopolamina tendo
como principal componente a atropina, fato que a diferencia do Meimendro que possui
um teor maior deste princípio ativo. O nome “atropa” lembra uma das parcas da
mitologia grega, que era encarregada de interromper o fio da vida dos mortais e a
designação popular “bella donna”, vem da Itália, onde as mulheres utilizavam o sumo
de frutos, que por serem midriáticos, aumentavam o tamanho da pupila, tornando-as
mais bonitas. (VICENTE, 2002)
O Meimendro (Hyoscyamus Níger L.) é semelhante à beladona em sua ação,
porém mais tênue devido ao menor teor de alcalóides tropânicos. Ao contrário da
beladona, predomina a hiosciamina e a escopolamina. É uma erva anual, nativa da
Europa, Ásia e norte da África, popularmente conhecida como belenho. Já era
conhecida por Dioscórides e utilizada pelos povos antigos contra dores do trato
gastrointestinal e para induzir estado de total inconsciência na antiga babilônia.
(SOUZA, 2011)
Exemplificando o uso dos alcalóides tropânicos como veneno pode ser citado,
Lívia, esposa do imperador Augusto, durante o império Romano, que eliminava seus
inimigos e adversários políticos assassinando-os em banquetes com o uso secreto de
beladona adicionada aos alimentos. Também foram usadas para criar um estado de
confusão mental, durante o qual o intoxicado acreditava ter se transformado em lobo,
conhecido como licantropia. (MOURA, 2006)
Os efeitos alucinógenos, a sensação de voar e a magia que envolve a prática
popular de cura destas plantas, podem ser explicados pela presença, no unguento, dos
alcalóides tropânicos escopolamina, atropina e hiosciamina, essenciais para sua
sobrevivência e preservação da espécie. (VICENTE, 2002)
CLASSIFICAÇÃO
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece que drogas sejam
substâncias naturais ou sintéticas que ao serem introduzidas no organismo atuam sobre
um ou mais de seus sistemas produzindo alterações em seu funcionamento. A Lei nº
11.343, de 23 de agosto 2006, acrescenta, ainda, que drogas são substâncias ou produtos
capazes de causar dependência e a Convenção de Viena estabelece-a em seu artigo 1º
por substância psicotrópica, natural ou sintética, da lista I, II, III e IV. O Ministério da
Saúde do Brasil não reconhece nenhum uso de alucinógeno e proíbe totalmente a
produção, comércio e uso do mesmo no território nacional. (NOVO, 2010)
A maneira mais aceita e difundida de classificar as drogas psicotrópicas é quanto
aos seus efeitos farmacológico levando em conta o tipo de ação ou efeito que as drogas
causam no cérebro de seus usuários. Sob esse ponto de vista, há três classes de drogas:
? Drogas depressoras do sistema nervoso central: capazes de lentificar ou diminuir
a atividade do cérebro, tornando as pessoas sob seu efeito sonolentas, lerdas,
desatentas e desconcentradas. Ex: álcool, comprimidos de benzodiazepínicos,
opiáceos sintéticos e inalantes.
? Drogas estimulantes do sistema nervoso central: capazes de aumentar a atividade
cerebral. Há aumento da vigília, da atenção, aceleração do pensamento e euforia.
Seus usuários tornam-se mais ativos. Ex: o cristal (derivado das anfetaminas), a
cocaína, o cigarro de tabaco (nicotina) e a noz de cola em pó (cafeína).
? Drogas perturbadoras do sistema nervoso central: são aquelas relacionadas à
produção de quadros de alucinação ou ilusão, geralmente de natureza visual.
Não possuem utilidade clínica (como os calmantes), tampouco podem ser
utilizados legalmente (como o álcool, o tabaco e a cafeína). Não se caracterizam
por acelerar ou lentificar o sistema nervoso central. A mudança provocada é
qualitativa. O cérebro passa a funcionar fora do seu normal e sua atividade fica
perturbada. Ex: Maconha (Δ-9 THC), DMT (Ayahuasca), Anticonérgicos
naturais (mandrágora, beladona e meimendro) e sintéticos (flunitrazepan, GHB,
quetamina). (CASHMAN, 1980)
Os alucinógenos são um grupo de substâncias psicoativas, naturais ou sintéticas,
pertencentes ao grupo das drogas perturbadoras do sistema nervoso central, do ponto de
vista farmacológico e pertencente ao grupo I (nenhuma utilidade clínica), segundo a
Federal Drug Enforcement Administration (DEA) cuja classificação é baseada tanto na
utilidade clínica da substância, quanto no seu potencial de uso nocivo. São
caracterizadas por causarem em quem as consome alterações do estado de consciência,
distorções do senso de percepção, do pensamento e do humor. (NOVO, 2010)
Medicamentos, venenos e poções mágicas de extratos de plantas que contém
alucinógenos são utilizados desde os primórdios da civilização e atingiu o apogeu na
Idade Média quando foi muito usado nas práticas de feitiçaria, para matar os inimigos
ou alcançar o sobrenatural. Também foram importantes na medicina popular, pois
algumas espécies possuem importantes ações farmacológicas. (CARLINI, 2003)
São também conhecidas como drogas psicomiméticas, pois podem induzir
sintomas semelhantes aos da esquizofrenia, ou mesmo do transtorno bipolar e drogas
psicodélicas, pois podem induzir alterações senso perceptivas, afetivas e do julgamento,
que só podem ser vividas em sonhos, ou então, em transes de rituais religiosos. As
alucinações podem aparecer espontaneamente no ser humano em casos de psicoses, e
em pessoas normais (que não têm doença mental) e que tomam determinadas
substâncias chamadas de substâncias ou drogas alucinógenas. (OGA, 2003)
A procura pelo autoconhecimento, a expansão da mente, sensação mística, ou
aproximação dos deuses são para Oga (2003) os principais motivos que leva ao uso dos
alucinógenos, pois produzem ações e percepções na ausência de eventos externos
desencadeantes, privando um individuo de razão, de entendimento e da realidade, sendo
que na maioria das vezes estas sensações são interpretadas como sinais divinos.
Derivado da palavra árabe álcali, os alcalóides constituem uma classe dos
metabólitos secundários. São bases orgânicas nitrogenadas farmacologicamente ativas
amplamente encontradas na natureza, predominantemente nas angiospermas. São
substâncias orgânicas de origem natural, cíclica, contendo um ou mais átomos de
nitrogênio em estado de oxidação negativo em sua estrutura geralmente na forma de
aminas primárias, secundárias ou terciárias. Estes átomos são originários de
aminoácidos, que têm grande parte de seu esqueleto de carbono retido no alcalóide.
(CARLINI, 2001)
Simões (2010) classifica os alcalóides de acordo com o aminoácido precursor e
de acordo com o sistema anelar presente na molécula. Sua distribuição é limitada entre
os organismos e de difícil definição devido à dificuldade em separar os alcalóides
propriamente ditos das aminas complexas de ocorrência natural. Devido a esta
dificuldade definiu-se que um alcalóide seria uma substancia orgânica, de origem
natural, cíclica, contendo um nitrogênio em um estado de oxidação negativo e cuja
distribuição é limitada entre organismos vivos.
Os alcalóides podem ser identificados através de cromatografia e reações de
precipitação com mercúrio, ouro, platina e outros metais, sendo que resultados
negativos indicam a ausência de alcalóides, enquanto a formação de precipitados indica
apenas uma provável presença de alcalóides, pois estes precipitados também podem ser
causados por proteínas, purinas, betainas, alfa pironas, algumas cumarinas, hidroxi-
fenois e lignanas. (SIMOES, 2010)
Sabe-se que desde os tempos remotos, as plantas psicoativas vêm
desempenhando o papel de veículo para se alcançar o sobrenatural. Povos primitivos
utilizavam-se de tais plantas em seus rituais religiosos, pois faziam despertar uma
verbosidade e influência oral capaz de induzir os doentes com suas palavras e seus
supostos poderes sobrenaturais. Com o progresso da ciência, várias substâncias foram
sintetizadas em laboratório e, desta maneira, além dos alucinógenos naturais que
embora continuem sendo usados em todo o mundo, inclusive em cultos religiosos, hoje
em dia vem dando lugar aos alcalóides sintéticos. (MIKOSZ, 2009)
As visões fantásticas, fragmentadas, cheias de colorido ou significado simbólico
que estas substâncias provocam são fontes de uma procura cada vez maior, ocasionando
assim um problema de ordem social, diferindo dos primórdios da civilização em sua
origem e propósito de uso. Enquanto para os povos antepassados as plantas
alucinógenas eram consideradas “presente divino” usadas exclusivamente para rituais,
na sociedade atual é comum serem usadas para atos ilícitos de abuso sexual ou extorsão
financeira. (OGA, 2003).
A ingestão dos alcalóides tropânicos escopolamina, hiosciamina e atropina
substâncias encontradas em medicamentos como a flunitrazepan, GHB e quetamina
associada a bebidas alcoólicas, são administrados para dopar vítimas, quando há a
intenção de cometer crimes de assalto ou abuso sexual. (CARLINI, 2006)
O uso indevido de drogas tem sido tratado, na atualidade, como questão de
ordem internacional, objeto de mobilização organizada das nações em todo o mundo. O
jornal de notícias publicou um alerta da ONU, para o uso de drogas de violação, a qual
se referiu no seu relatório anual, a multiplicação das farmácias ilegais na internet,
operando, sobretudo a partir da Índia, onde são vendidos fármacos sujeitos a receita
médica. (MELO, 2004)
Desde a metade da década de 90 há relatos não confirmados de golpes
financeiros e estupro. O golpe ocorre após o agressor oferecer bebida alcoólica
misturada com outras drogas a vítima sem a sua permissão, com o objetivo de
impossibilitar o controle físico e mental da mesma. Estas drogas são comumente
referidas como drogas facilitadoras de estupro e golpes financeiros. O álcool
potencializa o efeito destas drogas. (SILVA, 2011)
Novo (2010) diz que no Brasil, segundo o ministério da justiça os índices de
ocorrências policiais de golpes sexuais e financeiros aumentam cada vez mais, devido à
maioria das pessoas serem mal informadas sobre o assunto favorecendo a aplicação dos
mesmos.
BOA NOITE CINDERELA
Boa noite Cinderela é o nome dado no Brasil a um conjunto de drogas
específicas: GHB, quetamina, flunitrazepan, associado ou não ao álcool. Novo (2010)
descreve-as como sendo as drogas mais utilizadas como facilitadores de golpes
financeiros e abuso sexual, pois esta associação gera lacunas na memória da vítima, o
que dificulta o reconhecimento do autor do crime, bem como a redução das informações
fornecidas aos setores de segurança competentes. Trata-se de violação facilitada pelo
uso de substâncias psicoativas.
A execução do golpe boa noite cinderela caracteriza-se por administrar, sem que
a vítima saiba, substâncias que promovem um estado modificado de consciência
caracterizado por uma incapacidade de reação (luta ou fuga). O criminoso adiciona a
droga à bebida da vítima em bares ou festas sem que a mesma perceba e aproveita-se do
entorpecimento que essas substâncias promovem para cometer o crime. Nas
concentrações normalmente utilizadas, a pessoa não fica totalmente desacordada, mas
sim entorpecida. A pessoa perde a consciência de seus atos, a capacidade de
discernimento, apresenta dificuldade de resistir a ameaças, se sujeita a ordens de
estranhos, entre outros. Algumas vezes há lacunas de memória, o efeito pode durar até
três dias e trazer inclusive risco de morte por desidratação ou intoxicação. Devido aos
efeitos apresentados, sem cor, cheiro e apenas um gosto salgado que podem passar
despercebido em bebidas, essas substâncias são muito utilizadas por assaltantes e
agressores. (SILVA, 2011)
A dose utilizada na prática do golpe é de aproximadamente dois gramas,
aproximadamente uma colher de chá ou o correspondente diluído em líquido. Os efeitos
se iniciam em 20 a 30 minutos após a ingestão e duram de 2 a 5 horas, dependendo da
dose e das características individuais da pessoa. Por ser um depressor do SNC e
ser normalmente administrado em associação com bebidas alcoólicas, esse efeito pode
ser potencializado e a duração se prolongar. (BARBOSA, 2011)
O registro nos boletins de ocorrência, ponto de partida para a investigação, é
muito inferior ao numero real, devido ao fato de que muitas vítimas evitam a exposição
pública e a constrangedora coleta de provas do crime realizada normalmente no Instituto
Medica Legal (IML). Estima-se que menos de 10% dos casos são relatados às
delegacias de policia. (LOPES, 2004)
Silva (2010) descreve as consequências para a vítima e afirma ser um fator de
ricos para o desenvolvimento de patologias como a depressão, estresse e problemas
crônicos de saúde. No mundo este tema é amplamente discutido, porém, no Brasil a
abordagem mostra-se superficial e insuficiente, devido à dificuldade em estabelecer a
prevalência do golpe, em virtude da pequena quantidade de denuncias prestadas.
Flunitrazepam, também conhecido como Rape Drug, de nome comercial
Rohypnol®, inserido na família das benzodiazepínicos, é um depressor do Sistema
Nervoso Central. Atua como hipnótico em dose elevada, ansiolítico em dose moderada
e sedativo em dose baixa. Foi lançado para tratamento de curta duração das insônias e
como indutor anestésico. No entanto, nos últimos anos, começaram a surgir relatos do
seu uso abusivo em festas, principalmente na Europa, e como droga de violação, pois,
quando adicionado a bebidas por ser inodoro, incolor e não possuir sabor, ou seja,
indetectável a olho nu, provoca amnésia nas vítimas, que não se recordam do que
ocorreu enquanto sob o efeito do fármaco. As vítimas cooperam no ato sexual num
estado de automatismo ou em dissociação. Pode ser detectado na urina até 72 horas e no
cabelo até 28 dias. (BARBOSA, 2011)
O ácido γ-hidroxibutírico (GHB) também conhecido como Ecstasy é um
composto que existe naturalmente no organismo humano, mas é também um fármaco e
uma droga de abuso. Descrito por Monteiro et al (2008) trata-se de um depressor do
sistema nervoso central, tendo efeitos semelhantes aos do álcool (relaxante, euforizante,
desinibidor ou sedativo) conforme a dose. Foi sintetizado na tentativa de criar um
análogo ao neurotransmissor GABA (ácido γ-aminobutírico). A sua capacidade de
induzir um coma profundo rápido, com efeitos mínimos em nível do sistema
cardiovascular e em termos de depressão respiratória, foi à característica que levou à
investigação do seu uso como anestésico. Porém, a ausência de um efeito analgésico
consistente e a tendência para induzir crises epilépticas, rapidamente fez diminuir o
entusiasmo em torno do seu uso clínico, não tendo chegado a ser aprovado como
anestésico nos EUA. A crença de que o GHB promove a perda de peso e a síntese do
hormônio de crescimento (GH), levou a um aumento da sua utilização nos anos 80 por
fisiculturistas, como suplemento alimentar.
Quetamina é um hidroclorido de fenciclidina, utilizado em Portugal como agente
anestésico em medicina e veterinária. Também conhecida como Special K, K e
Vitamina K. Descrito por Costa et al (2009) como uma nova droga sintética que embora
tenha uso terapêutico significativo também é usada para fins recreativos. Em 1970, a
Food and Drug Administration (FDA) aprovou a quetamina para uso humano e esta se
tornou popular como anestésico em campos de batalha. Pensa-se que o seu uso
recreacional possa ser parcialmente atribuído às experiências adquiridas na guerra do
Vietnam.
Devido à complexidade da sua síntese, a maior parte da quetamina que é
consumida de forma ilícita é obtida através do desvio de fontes legítimas.
(GUERREIRO, 2011)
Quando associadas essas drogas apresentam um efeito depressor sobre o sistema
nervoso central principalmente quando combinadas com o álcool, que tem efeito similar
e provoca perda de memória no período de intoxicação. O tempo de duração do efeito
vai depender da concentração utilizada podendo durar até três dias. Essas substâncias
têm em comum o fato de produzirem amnésia temporária. (SILVA, 2011)
O uso abusivo de drogas lícitas e ilícitas pode ser considerado um dos principais
problemas na sociedade atual. Por esta razão, foi considerado um problema de saúde
pública devido às diversas consequências sociais, a elevada incidência aos gastos no
atendimento as vítimas pelos órgãos de saúde bem como o impacto negativo na
longevidade, como traumas emocionais, físicos, doenças sexualmente transmissíveis,
entre elas o HIV, gravidez indesejada e outros problemas ginecológicos desenvolvidos
em longo prazo. (OLIVEIRA, 2006)
O PAPEL DO PROFISSIONAL DA SAÚDE
As drogas de abuso têm propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas
distintas e seu reconhecimento nem sempre é fácil. Apesar de serem drogas de uso cada
vez mais comuns, poucos técnicos de saúde estão aptos no diagnóstico e manejo das
mesmas. A identificação de achados que constituam provas legais é de grande
importância tanto na comprovação do crime quanto na identificação do agressor, pois
normalmente por falta de informação, medo de represálias, de ser considerada culpada,
ou por vergonha a maior parte das vítimas omitem a agressão ou demoram a procurar
uma unidade de saúde, dificultando a coleta das provas, ficando assim sem assistência e
proteção. (GUERREIRO, 2011)
Compete aos órgãos de saúde o atendimento de urgência a mulher agredida
sexualmente, para atender suas necessidades imediatas e protegê-las do risco a gravidez,
doenças de transmissão sexual e das consequências psicológicas da violência. Desta
forma é de grande importância à padronização por parte dos responsáveis pelos setores
de segurança pública, de protocolo para promover a identificação dos casos e elucidar o
perfil de uso destas drogas como facilitadoras de violência sexual no Brasil, fornecendo
informações importantes para o estabelecimento de políticas nacionais de combate e
prevenção. (SILVA, 2010)
Em situações de abuso sexual, as amostras biológicas são colhidas numa altura
em que os efeitos da droga já passaram e se encontram apenas quantidades residuais nos
fluidos corporais. Estas são difíceis, se não impossíveis, de detectar usando testes de
screening standard (padrão de triagem). O efeito amnésico pode conduzir a atrasos
crítico na denúncia da agressão, contribuindo para tornar difícil ou impossível a
obtenção adequada de amostras biológicas para realizar exames toxicológicos. Por isto a
comissão de estupefacientes apelou aos governos e aos laboratórios farmacêuticos para
que incluam corantes e aromas a este tipo de substâncias, por forma a alertar potenciais
vítimas, que assim saberiam que a sua bebida teria sido alterada (SALIBA, 2007)
Na década de 90 verificou-se um aumento significativo dos resultados de drogas
benzodiazepínicas nas análises toxicológicas clínicas e forenses realizadas em materiais
biológicos. Por serem facilmente sintetizadas e comercializadas reforça a necessidade
do desenvolvimento de formas de identificação dessas substâncias. Existem ainda kits
para verificar se a bebida apresenta algum tipo de droga. Os mais comuns são em forma
de cartão (como naqueles suportes para copos), onde se molha o local especificado com
a bebida que muda de cor na presença de drogas. Esse teste, entretanto, pode dar falso
positivo ou negativo, dependendo da bebida, concentração da droga, cor da bebida, etc.,
e por esse motivo deve ser usado com essas ressalvas. O mais indicado é estar
acompanhado de amigos em locais idôneos e não deixar bebidas desacompanhadas e
utilizar recipiente fechado com orifícios por onde, através de “canudinhos”, se possam
ingerir a bebida e por onde é difícil introduzir alguma substância de forma
imperceptível. (CHASIN, 2011)
Há muito pouca informação disponível na literatura científica sobre o tratamento
para pessoas que sofreram este tipo de intoxicação. Não existem testes de detecção de
GHB para uso de emergência, e como os profissionais da saúde não estão familiarizados
com a droga, é provável que muitos casos de intoxicação com GHB passam
despercebido. O tratamento para o flunitrazepam segue protocolos aceitos para qualquer
benzodiazepina. Pacientes com uma overdose de quetamina são tratados através de
cuidados de suporte para os sintomas agudos, com especial atenção para as funções
cardíacas e respiratórias. (VIEIRA, 2009)
Geralmente estas drogas são metabolizadas no fígado e eliminadas pela urina.
Portanto, analisar a urina em busca de metabólitos das drogas é um dos métodos para se
detectar sua presença. Os procedimentos mais frequentes na triagem são os métodos
imunoquímicos, cuja vantagem está associada à possibilidade de analisar diretamente a
urina sem qualquer preparação da amostra. O período de duração da detectabilidade
pode variar de poucas horas até 27 dias. (BARBOSA, 2011)
É importante salientar que os testes de detecção de drogas só podem ser
realizados após autorização do indivíduo por escrito ou em condições de urgência
clínica. No ambiente hospitalar a triagem para drogas de abuso é realizado
exclusivamente para avaliação e suporte da conduta médica, não podendo ser utilizado
como subsídio para outras ações.
Estas são algumas técnicas de exame toxicológico:
? Exame toxicológico instantâneo - Parecidos com testes caseiros para gravidez,
são baratos e rápidos, porém muito pouco confiáveis e com janela de detecção
curta; usam como base de teste fluídos corporais como urina e suor.
? Exame toxicológico laboratorial – É realizado em laboratórios a partir de
amostras biológicas – queratina (cabelo ou pêlos), sangue, urina ou saliva. Caso
o laboratório possua boas práticas técnicas o exame é confiável, mas há de se
considerar, no entanto, as limitações de cada tecnologia e refletir a respeito do
uso do exame toxicológico. (NIDA, 2010)
REFLEXÕES
Os golpes de violência sexual e extorsão financeira constitui um sério problema
de saúde pública, pois, é também uma violação dos direitos humanos.
Podem ocorrer em qualquer idade, em diferentes níveis econômicos e sociais, em
espaço público ou privado e em qualquer fase da vida.
A vítima abusada sexualmente, quando recorre aos serviços de saúde, necessita
de um acolhimento adequado, fator fundamental para a humanização dos cuidados de
saúde e essencial, para que se estabeleça um relacionamento, entre o profissional e a
vítima. Para isto os profissionais da saúde devem estar habilitados para acolher e
desenvolver cuidados voltados para a recuperação física, psicológica e social, sem
demonstrar atitudes e comportamentos preconceituosos, que possam interferir na adesão
ao tratamento.
Sabe-se que a prevenção é baseada fundamentalmente na informação, por isso,
conhecer os efeitos perigosos da droga é o primeiro passo para manter-se longe dela.
Mesmo o “Boa-noite cinderela” não sendo um golpe tão recente, uma grande maioria da
sociedade e dos profissionais da saúde não conhece seus efeitos ou complicações. Por
outro lado, vários aspectos dos efeitos da droga ainda precisam ser investigados em
nível de laboratório, a fim de melhorar o potencial de tratamento dos casos de
intoxicação. Existe preocupação internacional em torno do assunto, e no Brasil, o
Conselho Federal de Entorpecentes ainda estuda qual a melhor forma de combatê-la.
Constatou-se que a produção científica no tema é escassa, e que há uma carência
de normas técnicas específicas do setor da saúde. O estudo confirma o pressuposto de
que os profissionais da saúde apresentam dificuldades ao se depararem com vítimas de
golpes, dificultando assim a assistência efetiva às necessidades das vítimas e a
notificação dos casos.
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Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Hosana Rosilene da Silva da Costa

por Hosana Rosilene da Silva da Costa

Graduada em 2012 pela Faculdade Uninga - Maringá - PR

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