Utilização de citocinas e proteínas inflamatórias no diagnóstico da DVC

As doenças cardiovasculares são as principais causa de morte
As doenças cardiovasculares são as principais causa de morte

Farmácia

20/04/2014

As doenças cardiovasculares (DCV) são umas das principais causas de morte no mundo, sendo consideradas uma epidemia. Alguns estudos epidemiológicos têm sugerido que hábitos relacionados ao estilo de vida sedentário, alimentação rica em lipídios, tabagismo e o alcoolismo são fatores de risco para desenvolvimento de doenças do coração.


Segundo o Ministério da Saúde a DCV representou 29,4% dos óbitos, dos quais 60% foram de homens. O numero de novos infartos no Brasil está estimado em 300 a 400 mil/ano.


Então, os dados citados refletem o nosso estilo vida regado a fast-food, que vivemos nos últimos anos, teve um efeito impactante na saúde da população brasileira e mundial, algo que é preocupante. Para um melhor entendimento o que foi descrito acima, temos que entender a fisiopatologia da DCV.


De forma simplificada, o ponto inicial da DVC é a elevação da LDL, conhecido como o mau colesterol, resultante de uma alimentação lipídica. O LDL em excesso na corrente sanguínea é depositado nas paredes dos vasos ocorrendo à obstrução, diminuindo a irrigação local levando a isquemia. O LDL acumulado é oxidado por agente oxidativos e captado por macrófagos, por sua vez ativam a migração de células e produção de citocinas inflamatória.


A continuidade deste estado inflamatório, que dão origem as placas de ateroma, juntamente como fatores de riscos citados anteriormente acarretam em insuficiência cardíaca e infartos levando ao óbito, se não em sua fase inicial diagnosticado. Com o cenário preparado, podemos falar sobre os biomardores de utilizados no diagnóstico da DCV.


Na prática clínica utiliza-se quantificação de biomarcadores para diagnosticar e identificar a ocorrência de um estado patológico ou estimar a resposta ao um agente farmacológico. Os biomardores podem ser células, moléculas, genes enzimas ou hormônios que possuam um papel relevante na fisiopatologia investigada. Estas entidades biológicas podem ser quantificar através de métodos bioquímicos, imunoenzimáticos e moleculares.


Dentre os métodos utilizados para quantificação de biomardores da DCV podemos citar a determinação de colesterol total, triglicerídeos e determinação da concentração de citocinas e proteínas inflamatórias através de imunoensaios enzimáticos e moleculares. Mas neste artigo, daremos mais ênfase as citocinas e proteínas que são quantificadas através dos métodos citados.


Os métodos imunoenzimáticos e moleculares nos permite quantificar as citocinas presentes no plasma, bem como a sua expressão gênica, assim fornecendo informações importantes sobre o estágio evolutivo que a doença está situada e grau de gravidade.


As citocinas participantes do processo fisiopatológico da DCV são interleucinas divididas em proinflamatória (IL-6, IL-1, TNF-α) e anti-inflamatória (IL-4, IL-10, TFG-β). As citocinas proinflamátória tem um papel do recrutamento celular para o local inflamado ativando os macrófagos, induzindo a proliferação de células polimorfonucleares e a produção de proteínas de fase aguda como proteína C reativa (PCR) e glicoprteína -1α. Entre principais citocinas desta classe estão IL-6, IL-1 e TNF-α. As anti-inflamatórias tem efeito de reversão do processo de inflamação desativando a migração celular, secreção de citocinas inflamatória e ativando a secreção de fatores de crescimentos (TGF-β) iniciando a fase de cicatrização.


Entre as proteínas inflamatórias, os principais biomarcadores proteicos podemos citar glicoproteína -1α e PCR. A produção destas proteínas é induzida por citocinas proinflamatória e elas atuam de forma ativa na progressão do estado inflamatória. Por estarem em altas concentrações na inflamação, elas são utilizadas como marcadores de monitoração da DCV.


Portanto, devido o fato que as citocinas e proteínas possuírem papéis importantes na fisiopatologia da DVC e serem facilmente quantificadas mediante à métodos imunoenzimáticos e moleculares bem como terem alta sensibilidade para os mesmos. É pertinente a considerar utilização destes biomarcadores no diagnóstico da DCV, uma vez que estes marcadores são detectáveis nas fases iniciais, assim contribuindo para um melhor prognóstico para o paciente.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Rodrigo Otavio Silva de Souza

por Rodrigo Otavio Silva de Souza

Formado em Farmácia pelo Centro Universitário do Norte e Mestre em Ciências Farmacêutica pela Universidade Federal do Amazonas. Atua nas áreas de bioquímica clínica, farmacologia e química de produtos naturais. Atualmente se dedica à pesquisa de sinalização celular e biologia sistêmica.

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