Infecções nosocomiais: Um risco para pacientes hospitalizados

As infecções nosocomiais são importantes causas de morbidade e mortalidade
As infecções nosocomiais são importantes causas de morbidade e mortalidade

Farmácia

08/10/2014

As infecções nosocomiais (INs) são importantes causas de morbidade e mortalidade em hospitais pediátricos. As infecções fúngicas sistêmicas têm aumentado nas últimas décadas sendo destacadas pelas instituições de saúde, universidades e hospitais em vários países. Entre os fungos, Candida spp. tem sido relatada como um agente comum de infecções hospitalares com o aumento da frequência, morbidade e mortalidade.


A prevalência de Candida spp. em creches e unidades de terapia intensiva (UTIs) está cada vez maior e a candidemia geralmente está associada com a alta mortalidade. Candida spp. Corresponde a 9-13% de todos os isolados de sangue em unidades de terapia intensiva neonatal (UTIN). Recentemente, espécies não Candida albicans surgiram como importantes agentes patogênicos oportunistas, como C. tropicalis, C. glabrata e C. parapsilosis, sendo a C. parapsisosis a mais prevalente nos últimos anos.


Entre os fatores que justificam o aumento de candidemia e de espécies não-albicans, especialmente em UTINs, foi relatada a transmissão horizontal, por exemplo, através das mãos dos profissionais de hospitais. Apesar disso, as medidas para o controle dessa situação ainda não têm sido eficazes.


A higiene das mãos é considerada a medida mais simples e eficaz para prevenir contra a transmissão cruzada de micro-organismos e infecções hospitalares. Muitos relatos foram documentados sobre a transmissão de micro-organismos em hospitais pediátricos por profissionais da saúde, Mas Infelizmente, esses profissionais parecem ter dificuldades em realizar procedimentos de higiene das mãos e o cumprimento abaixo de 50% tem sido repetidamente relatado.


O não cumprimento com as práticas de higiene das mãos e do efeito de programas promocionais têm sido frequentemente estudados no contexto pediátrico. Os agentes e os efeitos na pele de formulações de higiene das mãos foram revistos em outros lugares, bem como o impacto de estratégias de promoção da higiene das mãos bem sucedida e sustentada sobre as taxas de infecções hospitalares em geral.


Em resumo, o uso de uma solução para as mãos à base de álcool é agora considerado como o padrão ouro para a higiene das mãos. Contudo, a adição de um agente de ação prolongada, como o gluconato de clorexidina à formulação, combinando, assim, a atividade antimicrobiana rápida do álcool ao seu efeito prolongado, requer uma melhor avaliação em ambientes pediátricos.


Além disso, deve-se enfatizar que, em caso de contato com fluidos corporais devem ser usadas luvas. Na pediatria devem ser seguidas as recomendações habituais para a higiene das mãos. No entanto, um problema comum com profissionais de saúde é o fato destes não conseguirem realizar um procedimento de higienização das mãos durante um procedimento em duas áreas distintas do corpo em uma pequena criança, podendo provocar uma contaminação cruzada, tendo em vista que a mão pode tocar regiões "sujas" e "limpas" ao mesmo tempo.

Em recém-nascidos, atualmente investiga-se a redução do tempo de contato com contaminantes (por exemplo, menos tempo de manuseio dos recém-nascidos), e no sequenciamento dos cuidados com o bebê (por exemplo, passando a limpar os locais sujos durante o manuseio infantil, ou concentrar determinado tipo de cuidado com o bebê durante o período de tratamento).


Além disso, algumas barreiras para a higienização das mãos pode ser superada quando modelos que promovem o processo são claramente identificados, como mostrado recentemente em uma UTIN e como previamente sugerido por estudos entre os médicos.


Em termos de higiene das mãos, uso de luvas pode representar um obstáculo, mas elas são usadas por profissionais, a fim de proteger-se, não se levando em conta a proteção do paciente, tendo em vista que a contaminação das luvas é como as das mãos.


Se o objetivo da luva é a proteção, então por que não usar um produto que proteja o profissional, mas que também previna a transmissão de uma possível infecção?


A utilização de um creme de proteção para as mãos teria, supostamente, a função de cobrir a pele com uma fina camada de proteção, assumindo o mesmo efeito sobre as luvas. Desta forma, um novo produto com atividade antifúngica contra leveduras isoladas das mãos de profissionais da saúde poderia ser uma nova ferramenta na prevenção de infecções fúngicas em unidades hospitalares.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Rosilene Rodrigues Santiago

por Rosilene Rodrigues Santiago

Farmacêutica; Mestre em Ciências Farmacêuticas; Doutoranda em Ciências da Saúde.

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