Adote uma vida saudável ingerindo cogumelos

Cogumelo comestível - Pleurotus albidus
Cogumelo comestível - Pleurotus albidus

Farmácia

27/12/2014

Cada vez mais se busca uma vida saudável adotando práticas que previnam doenças e neste contexto, alimentos funcionais e nutracêuticos têm se estabelecido como fonte de moléculas bioativas.


Dentre os alimentos funcionais estão os cogumelos, utilizados desde épocas antigas predominantemente por povos asiáticos, são apreciados não apenas pela sua textura, odor e sabor, mas também pelo reconhecido efeito benéfico a saúde (CHEUNG, 2008). Dentre os cogumelos comestíveis, estão no ranking de consumo o Shiitake (Lentinus edodes) e o Shimeji ou Oyster (Pleurotus sp). Para quem busca alimentos ricos em proteínas de origem não animal, os cogumelos são uma excelente alternativa, algumas espécies (Agaricus arvensis) chegam a apresentar até 56% de proteínas, outras (Suillus granulatus) possuem alto teor de carboidratos, por volta de 70%, sendo que o teor de lipídeos é inferior a 9% e, dentre os lipídeos encontrados, os que se destacam são os poli-insaturados e os monoinsaturados, essenciais à saúde do coração e do cérebro (KALAC, 2009). Além dos macronutrientes citados, também são fontes de micronutrientes como as vitaminas e os minerais (WANG et al., 2014).


São considerados nutracêuticos pois a sua composição peculiar reporta também diversas atividades benéficas a saúde. Os polissacarídeos do tipo β-glucanos são moléculas reconhecidas pela atividade imunomoduladora, reforçando o sistema imunológico contra agentes agressores externos. Estas moléculas constituem grande parte da parede células dos cogumelos. β-glucanos extraídos do cogumelo Agaricus blazei, conhecido no Brasil como cogumelo do sol, apresentaram ainda, atividade antidiabética (KIM et al., 2005). Estudo realizado com humanos na Universidade de Buffalo em Nova York verificou que o consumo de cogumelos possibilitou a regulação dos níveis sanguíneos de glicose (http://www.buffalo.edu/news/releases/2014/05/026.html)


Muitas das patologias relacionadas ao estresse oxidativo podem ser evitadas com a ingesta de alimentos que contenham antioxidantes em sua composição. Estudos tem mostrado que os cogumelos possuem atividade antioxidante tanto in vitro quanto in vivo e esta atividade estaria relacionada ao seu conteúdo fenólico (WOLDEGIORGIS et al., 2014). Dentre as moléculas com atividade antioxidante já encontrada nos cogumelos estão a quercetina, a catequina, o ácido gálico e o ácido cafeico (LIU et al., 2012).


Assim, pode-se verificar que o consumo de cogumelos é benéfico a saúde por se tratar de um alimento nutracêutico. Mas cuidado, é necessário diferenciar cogumelos comestíveis de cogumelos tóxicos, portanto, adquira estes fungos em casas de produtos naturais ou supermercados e procure identificar a procedência.




REFERÊNCIAS


CHEUNG, P. C. K. FUNCTIONAL FOODS MUSHROOMS AS. In: Mushrooms as Functional Foods. [s.l: s.n.].


KALAC, P. Chemical composition and nutritional value of European species of wild growing mushrooms: A review. Food Chemistry, v. 113, n. 1, p. 9–16, mar. 2009.


KIM, Y. et al. Anti-diabetic activity of b -glucans and their enzymatically hydrolyzed oligosaccharides from Agaricus blazei. Biotechnology Letters, v. 27, p. 483–487, 2005.


LIU, Y.-T. et al. Chemical composition of five wild edible mushrooms collected from Southwest China and their antihyperglycemic and antioxidant activity. Food and chemical toxicology?: an international journal published for the British Industrial Biological Research Association, v. 50, n. 5, p. 1238–44, maio 2012.


WANG, X.-M. et al. A mini-review of chemical composition and nutritional value of edible wild-grown mushroom from China. Food chemistry, v. 151, p. 279–85, 15 maio 2014.


WOLDEGIORGIS, A. Z. et al. Antioxidant property of edible mushrooms collected from Ethiopia. Food chemistry, v. 157, p. 30–6, 15 ago. 2014.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Gabriela Gambato

por Gabriela Gambato

Farmacêutica pela Universidade de Caxias do Sul (2013). Mestrado em curso na área de Biotecnologia. Trabalha com farmácia magistral.

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