Extração Supercrítica

Extração Supercrítica
Extração Supercrítica

Farmácia

27/01/2015

Fluidos supercríticos são bastante atrativos para o processamento de produtos ricos em compostos bioativos, devido a características como facilidade de separação do soluto do solvente, possibilidade de direcionar a separação alterando temperatura e/ou pressão e cosolvente(s), com isso, possibilitando o maior poder de solvência do fluído usado na extração, podendo deste modo melhorar o rendimento da extração e obter extratos com elevado grau de pureza e com maior teor de substâncias que poderiam ter instabilidade térmica nas técnicas de extração convencionais (ARAÚJO, 2011).


No estado supercrítico desaparece a distinção entre os estados líquido e gasoso, diante disto, o fluido não pode mais ser liquefeito pelo aumento de pressão e nem pode tornar-se gasoso, pelo aumento de temperatura. Assim, propriedades tais como densidade, difusividade, constante dielétrica e viscosidade podem ser melhores controladas pelas alterações de pressão e/ou temperatura. O processo de extração com fluido supercrítico propicia que o(s) solvente(s) tenha alto poder de solvatação e coeficiente de difusão, baixa tensão superficial e viscosidade (MUKHOPADHYAY, 2000; CONTADO et al., 2010).


Muitas vezes, o aumento de temperatura aumenta o rendimento do processo de extração. Além disso, é comum para aquecer os extratos para eliminar o solvente de extração, porém a baixa temperatura de processamento e, se possível, em ambientes livres de oxigênio geralmente leva a menor deterioração dos componentes bioativos termolábeis e facilmente oxidáveis dos extratos. O CO2 não é oxidante ou explosivo e tem temperatura crítica de 31,1 °C, o que o torna conveniente para a extração de compostos bioativos (REGLERO, SE-ORANS, IBÁ-EZ, 2005).


No âmbito da produção de alimentos, o CO2 é muito bem aceito. É um solvente geralmente considerado como seguro (GRAS). Os extratos sem resíduos de solventes podem ser facilmente obtidos com CO2 supercrítico e após a extração, não é necessário aplicar calor para vaporizar o solvente, porque ele é eliminado espontaneamente quando a pressão diminui. A principal desvantagem de CO2 supercrítico é a sua capacidade limitada para extrair compostos polares. O etanol é um cossolvente que pode propiciar a extração destes compostos. Uma vantagem é que o etanol também é GRAS (REGLERO, SE-ORANS, IBÁ-EZ, 2005).




Referências


ARAÚJO, J.M.A. Química de alimentos: teoria e prática. Viçosa: UFV, 601f, 2011.


CONTADO, E.W.F. ; PATTO, L, DA S. ; ROCHA., D. A. ; ABREU, C. M. P. ; CORRÊA, A. D. ; SANTOS, C. D. . Estudo dos métodos de extração de carotenóides em cenoura por fluido supercrítico (EFS) e convencional. Ciência e Agrotecnologia, v. 34, edição especial, p. 1617-1623, 2010


MUKHOPADHYAY, M. Fundamentals of Supercritical Fluids and Phase Equilibria. In Natural Extracts Using Supercritical Carbon Dioxide CRC Press Pages 11–82, 2000.


REGLERO G, SE-ORANS FJ, IBÁ-EZ E.. Supercritical fluid extraction: an alternative to isolating natural food preservatives, in BARBOSA-CÁNOVAS GV, TAPIA MS, CANO MP. (Ed.). Novel food procesing technologies, CRC Press, New York, p.539-553, 2005.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Walisson Junio Martins da Silva

por Walisson Junio Martins da Silva

Mestre em Alimentos e Nutrição-Unesp. Especialista em Qualidade de Vida e Gerontologia. Graduado em Bacharelado em Bioquímica. Licenciado em Ciências Biológicas e em Química.

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